sábado, 22 de setembro de 2018

FHC move-se pela inveja - Luís Nassif

Por Luis Nassif, no GGN - A inveja é inútil? Errado!
Há dois episódios clássicos, em que a inveja permitiu a criação de grandes obras.
O arquiteto e pintor Bramante tinha uma inveja mortal de Michelangelo. Considerava a pintura dos tetos seu ponto fraco. E empenhou-se em conseguir para Michelangelo a pintura da Capela Sistina, só para comemorar seu fracasso. O resultado foi uma das obras primas da humanidade.
O presidente Fernando Henrique Cardoso tinha inveja antecipada, o receio de que o sucesso de seu sucessor, fosse quem fosse, explicitasse a mediocridade do seu governo.
Primeiro, comemorou intimamente a eleição de Lula em 2002, só para celebrar seu fracasso. Em 2006, com o mensalão, julgou que a hora chegara. Não encampou a campanha do impeachment porque queria ver Lula sangrando até à morte política. Lula escapou e, nos anos seguintes, completaria uma das obras primas da política moderna, um combate à miséria que entrou para a história da civilização.
Aí nasceu o sentimento de inveja. Mais que isso, jamais se desculpou por não ter impedido o sapo barbudo de ter alcançado um status, como homem de Estado, ao qual ele sequer chegou perto, enquanto presidente.
Desde então, transformou a destruição de Lula, não apenas do legado, da memória, da história, mas da própria liberdade de Lula, em objetivo único, pouco importando os meios.
Quando veio a Lava Jato, FHC usou de toda sua influência para que Dilma caísse e Lula fosse preso. Perdeu! A prisão conferiu a Lula o componente trágico, épico que faltava para o coroamento de sua carreira política. Para se equiparar a Nelson Mandela faltava apenas o martírio da prisão política. Grandes políticos, juristas, intelectuais, cidadãos do mundo, viram Lula como preso político e vieram a Curitiba prestar suas homenagens.
FHC é suficientemente preparado para entender o suicídio de reputação que perpetrou. Essa é a sua tragédia pessoal. Não tem dimensão para os grandes gestos e, ao mesmo tempo, tem discernimento sobre os fatos que ajudam a construir a história de cada um. Como Salieri do filme, sabe identificar os lances de genialidade da pessoa invejada.
No fim de sua longa caminhada, não tem mais os conselhos sábios de Sérgio Motta e de Ruth Cardoso para interromper essa escalada temerária, não apenas o ponto final na sua biografia, a exposição crua de seu caráter, de seu descompromisso com o país, como o risco que traz para a democracia e para o próprio Brasil.
Cada vez mais, aos olhos do mundo, é reconhecido como o símbolo maior da inveja, um Salieri em relação a Mozart, Segóvia (sem a genialidade do mestre) em relação a Villa Lobos, superando os grandes invejosos brasileiros: Silvio Romero em relação a Machado de Assis, Carlos Guilherme Motta em relação a Sérgio Buarque.
Seu artigo de quinta-feira, equiparando a candidatura de Fernando Haddad à de Bolsonaro é a prova definitiva de seu caráter. É evidente que não foi um gesto de desespero para salvar a candidatura de Geraldo Alckmin, que jaz na tumba política, nem salvar o PSDB, que sempre foi um mero instrumento para o exercício do seu ego.
Tratar Haddad como candidato radical – secundado pelo inacreditável Merval Pereira - não é meramente fake news de período eleitoral. Depois das últimas manifestações de militares, é um petardo bidirecional que equipara ambos às vivandeiras dos quarteis de 1964.
O primeiro alvo é o 2º turno. A eleição será decidida pela taxa de rejeição dos candidatos. A intenção de ambos é aumentar a rejeição a Haddad, não agora, mas no 2º turno, quando enfrentar a besta.
O segundo alvo certamente é o estamento militar.
Vencendo Haddad, poderá vir na forma de um novo parlamentarismo, a exemplo do pacto que garantiu a posse de Jango. Ou simplesmente na ponta de baionetas. Ou alguém ainda acredita que o fundo do poço já foi alcançado? É nesse campo que FHC faz sua semeadura do mal.
Dias atrás, reuniram-se em São Paulo diversos intelectuais ativistas dos direitos humanos nos governos FHC e Lula. Combinaram uma visita a FHC para convencê-lo da necessidade imperiosa do grande pacto em defesa da democracia. O artigo de FHC comprovou a inutilidade da iniciativa.
As sementes da inveja
Em que pedaço da memória estão as sementes desse sentimento invencível que aprisionou FHC e poderá colocar em risco o futuro da democracia do Brasil?
Velhos militantes da campanha do Petróleo é Nosso, testemunhas do papel relevante dos generais Felicíssimo e Leônidas Cardoso, respectivamente tio e pai de FHC, me contaram lá atrás, antes que FHC ousasse voos políticos, da decepção do tio Felicíssimo com o sobrinho, visto por ele como muito ambicioso e desapegado das causas públicas. Seria o olhar de condenação do pai, do tio? Seria a constatação cruel de que, sem o amparo de uma familia ilustre, sem o estudo e as facilidades que o acompanharam, Lula foi o estadista que pai e tio cultuariam?
Dos psicanalistas ao homem comum, há o desafio permanente de decifrar a inveja. E se vê o retrato de FHC refletido no espelho de todas as definições sobre a inveja.
O poeta Miguel Unamuno chega a afirmar:
"A inveja é mil vezes mais terrível do que a fome, porque é fome espiritual".
Psicanalista estudiosa da inveja, Melanie Klein anotou a diferença entre a inveja e o impulso invejoso:
"Inveja é o sentimento raivoso de que outra pessoa possui e desfruta algo desejável – sendo o impulso invejoso o de tirar este algo ou de estragá-lo" .
Os psicanalistas dizem que a inveja é provocada pela pulsão de morte da própria pessoa. FHC caminha para o fim com o coração cada vez mais duro, como pão amanhecido. E valerá para ele a fábula de Klein:
Em certa ocasião, em que um homem extremamente invejoso de seu vizinho, recebe a visita de uma fada, que lhe dá a possibilidade de realizar um único desejo. Disse a fada ao homem: peça o que desejar, desde que seu vizinho receba em dobro. O invejoso em seguida responde: quero que lhe arranque um olho.
O olho arrancado de nação de FHC será Bolsonaro.

Eleito Bolsonaro, sobre os escombros do país FHC dará seu grito de vitória, de harpia impiedosa, apresentando o fim da democracia como desfecho da obra de Lula.

domingo, 16 de setembro de 2018

Eliminação de inimigos políticos é constante no país desde Independência

"Sem que ninguém pressentisse, puxou a faca [...], aproximou-se rapidamente e cravou a arma." Segundo testemunha, o ferido gritou: "'apunhalaram-me', ao que eu repliquei: 'mas não vejo sangue'".
Preso em flagrante, o agressor declarou agir de moto próprio. Veio a imprensa. Aturdidos, presidente da República e líderes partidários condenaram o ato. Houve quem dissesse que o cidadão exaltado, antes preso por idear ataque político, colhia o que plantara. Já aliados do agredido juraram vingança, um deles de revólver em punho. Tudo isso está no Jornal do Brasil, de 9 de setembro... de 1915.
Outra semelhança: o nome sugestivo do esfaqueador, que não era Bispo, mas (Francisco) Manço. Ambas as vítimas careciam de papas na língua, de pejo para honrar seus interesses com as armas e ambicionavam a Presidência.
O ferido do século passado era também militar, embora honorário. Escalara até general de brigada, lutando por suas crenças à baioneta, na guerra civil sob o governo de Floriano Peixoto. Não era deputado, mas senador.
Tratava-se de José Gomes Pinheiro Machado, que, quando da agressão, tinha um ano a mais que Jair Bolsonaro e menos sorte: morreu antes da chegada do socorro.
A similitude ultrapassa a coincidência, aponta um padrão. Neste país, a violência tem sido meio recorrente de resolução de conflitos políticos.
A eliminação física de desafetos nas disputas por poder é constante desde a instauração da nação independente. Em 1830, Líbero Badarópereceu por disparo de pistola.
Tiros, facadas e linchamentos, como o de abolicionistas, pontuam o falsamente pacato reinado de Pedro 2º. O próprio imperador escapou de bala republicana, em 15 de junho de 1889. Cinco meses depois, veio o golpe civil-militar, sem massacre, mas com chumbo no ministro da Marinha.
Milhares sucumbiram nas revoltas convergentes, uma republicana, outra monarquista, no segundo governo da República. Na última, o líder restauracionista Saldanha da Gama foi degolado e desmembrado. Pinheiro Machado seria preso em 1897, por ter sido cérebro do atentado ao presidente Prudente de Moraes, no qual se imolou o ministro da Guerra.
Em 1905, foi a vez do governador da Bahia levar dois projéteis de um desafeto político. Nos anos 1920, sequência de revoltas militares causou numerosas baixas. Em 1930, outro governador, o da Paraíba, foi assassinado.
Adiante, em 1954, o célebre atentado ao opositor Carlos Lacerda desencadeou a crise culminada no suicídio de Vargas. Outro antivarguista, o deputado Tenório Cavalcanti, gabava-se das 40 cicatrizes de golpes adversários, vingados com sua memorável espingarda, a "Lurdinha".
A violência política não amainou com o tempo. Meses antes do golpe de 1964, Arnon de Mello (pai do presidente impichado Collor) matou um senador como ele, no plenário.
Já no regime militar, violento por definição, o presidente Artur da Costa e Silva escapou de bomba no Recife, que vitimou duas pessoas. Isso foi em 1966.
Daí até a abertura em 1985, a sequência de desaparecimentos, prisões, torturas e execuções políticas exponenciou, como mostra o relatório da Comissão da Verdade.
Nos estertores da ditadura, aconteceu o atentado do Riocentro, violência política das piores, porque planejada para jogar a culpa no inimigo.
Os esperançosos quiçá imaginassem que a redemocratização dissiparia o sangue, mas ele seguiu escorrendo.
A Amazônia sediou muitos assassinatos políticos, dos que calaram o sindicalista Chico Mendes, em 1988, e 19 membros do MST em Eldorado dos Carajás, em 1996, à morte da líder do Movimento dos Atingidos por Barragens, em 2016, lançada, com pés e mãos amarrados a pedras, na hidrelétrica de Jirau.
Essa lista é longe de exaustiva e ultrapassa os rincões. As execuções de Celso Daniel e Marielle Franco aconteceram em metrópoles. De 2008 a 2018, foram 569 crimes políticos (segundo o Estadão de 18/3), excluídos os não letais, como os disparos na caravana de Lula. A facada em Bolsonaro não é exceção.
O Brasil é violento, por mais que se goste de dizer o contrário. Não foi a polarização recente que gerou o desejo de eliminar o adversário. A prática é longeva, fincada no nosso funcionamento político.
Assim, é preciso mais que apelos à paz, como os de candidatos nos últimos dias, para interromper nossa linhagem de crimes políticos. Identificar perpetradores é um começo. Os esfaqueadores de Pinheiro Machado e Bolsonaro foram imediatamente presos. Já quem atirou em Marielle todavia não se sabe.
Angela Alonso
Professora de sociologia da USP, preside o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento. É autora de “Flores, Votos e Balas”.

sábado, 15 de setembro de 2018

Sanders lança a Internacional Progressista

 Político mais popular dos Estados Unidos, o senador Bernie Sanders, que assinou documento contra a prisão política de Lula, lançou neste sábado um dos mais importantes documentos políticos das últimas décadas: o manifesto que pede uma Internacional Progressista. O objetivo é fazer frente a movimentos autoritários, como o de Donald Trump, nos Estados Unidos, mas também de Jair Bolsonaro, no Brasil, que semeiam o ódio e cultivam uma agenda econômica que beneficia poucos bilionários, que já controlam mais da metade da riqueza global. "É hora de os democratas de todo o mundo formarem uma Internacional Progressista no interesse da maioria das pessoas em todos os continentes, em todos os países", diz ele.
Leia a íntegra do documento:
Por Bernie Sanders – Está em curso uma luta global que tem enormes consequências. O que está em jogo é nada mais, nada menos que o futuro do planeta, economicamente, socialmente e ambientalmente.
Em um momento de enorme riqueza e desigualdade de renda, quando 1% do mundo agora tem mais riqueza do que os 99% restantes, estamos vendo o surgimento de um novo eixo autoritário.
Embora esses regimes possam diferir em alguns aspectos, eles compartilham atributos-chave: hostilidade às normas democráticas, antagonismo em relação à liberdade de imprensa, intolerância em relação às minorias étnicas e religiosas e a crença de que o governo deve beneficiar a si próprio e a interesses financeiros egoístas.
Os líderes deste eixo autoritário também estão profundamente ligados a uma rede de oligarcas bilionários que vêem o mundo como seu brinquedo econômico.
Aqueles de nós que acreditam na democracia, que acreditam que um governo deve prestar contas ao seu povo, devem entender o alcance desse desafio, se quisermos enfrentá-lo de forma eficaz.
Deve ficar claro agora que Donald Trump e o movimento de direita que o apóia não são um fenômeno exclusivo dos Estados Unidos. Em todo o mundo, na Europa, na Rússia, no Oriente Médio, na Ásia e em outros lugares, estamos testemunhando movimentos liderados por demagogos que exploram medos, preconceitos e queixas das pessoas para alcançar e manter o poder.
Essa tendência certamente não começou com Trump, mas não há dúvida de que os líderes autoritários de todo o mundo se inspiraram no fato de que o mais antigo e mais poderoso líder democrata do mundo parece se deliciar com a destruição das normas democráticas.
Há três anos, quem teria imaginado que os Estados Unidos permaneceriam neutros entre o Canadá, nosso vizinho democrático e o segundo maior parceiro comercial, e a Arábia Saudita, um estado-cliente monárquico que trata as mulheres como cidadãos de terceira classe? Também é difícil imaginar que o governo de Netanyahu em Israel teria aprovado a recente "lei do estado-nação", que basicamente codifica o status de segunda classe dos cidadãos não-judeus de Israel, se Benjamin Netanyahu não soubesse que Trump estaria do seu lado.
Tudo isso não é exatamente um segredo. Com os Estados Unidos afastando-se cada vez mais dos nossos aliados democráticos de longa data, o embaixador estadunidense na Alemanha tornou claro recentemente o apoio do governo Trump aos partidos extremistas de direita por toda a Europa.
Além de hostilidade de Trump às instituições democráticas, temos um presidente bilionário, de forma inédita, que tem descaradamente defendido seus próprios interesses econômicos e os de seus comparsas nas políticas governamentais.
Outros estados autoritários estão muito mais avançados ao longo deste processo cleptocrático. Na Rússia, é impossível dizer onde terminam as decisões do governo e os interesses de Vladimir Putin e seu círculo de oligarcas. Eles operam como uma unidade. Da mesma forma, na Arábia Saudita, não há debate sobre a separação, porque os recursos naturais do estado, avaliados em trilhões de dólares, pertencem à família real saudita. Na Hungria, o líder autoritário de extrema-direita Viktor Orbán alia-se abertamente a Putin na Rússia. Na China, um círculo interno liderado por Xi Jinping consolidou o poder de forma constante, tomando medidas drásticas contra a liberdade política interna enquanto promoveu agressivamente uma versão do capitalismo autoritário no exterior.
Devemos entender que esses autoritários fazem parte de uma frente comum. Eles estão em estreito contato uns com os outros, compartilham táticas e, como no caso dos movimentos de direita europeus e norte-americanos, compartilham até mesmo alguns dos mesmos financiadores. A família Mercer, por exemplo, os defensores da infame Cambridge Analytica, foram patrocinadores principais de Trump e do Breitbart News, que opera na Europa, Estados Unidos e Israel para promover a mesma agenda anti-imigrante e anti-muçulmanos. O mega-doador republicano Sheldon Adelson atua tanto nos Estados Unidos quanto em Israel, promovendo uma agenda compartilhada de intolerância e nos dois países.
No entanto, a verdade é que, para efetivamente nos opormos ao autoritarismo da direita, não podemos simplesmente retornar ao status quo fracassado das últimas décadas. Hoje, nos Estados Unidos e em muitas outras partes do mundo, as pessoas trabalham mais horas para estancar os salários e se preocupam com o fato de seus filhos terem um padrão de vida mais baixo do que o deles.
Nosso trabalho é lutar por um futuro no qual a nova tecnologia e a inovação funcionem para beneficiar todas as pessoas, não apenas algumas. Não é aceitável que 1% da população mundial detenha metade da riqueza do planeta, enquanto 70% da população em idade ativa disponha de apenas 2,7% da riqueza mundial.
Juntos, os governos do mundo devem se unir para acabar com o absurdo de empresas ricas e multinacionais mantenham mais de US$ 21 bilhões em contas bancárias offshore para evitar pagar sua parcela justa de impostos e exigir que seus respectivos governos imponham uma agenda de austeridade.
Não é aceitável que a indústria de combustíveis fósseis continue a gerar enormes lucros, enquanto suas emissões de carbono destroem o planeta para nossos filhos e netos.
Não é aceitável que um punhado de gigantes da mídia multinacional, de propriedade de um pequeno número de bilionários, controle o fluxo de informações no planeta em grande medida.
Não é aceitável que as políticas comerciais que beneficiam as grandes corporações multinacionais prejudiquem as pessoas que trabalham em todo o mundo.
Para combater eficazmente a ascensão do eixo autoritário internacional, precisamos de um movimento internacional progressista que se mobilize por uma visão de prosperidade compartilhada, segurança e dignidade para todas as pessoas e que aborde a enorme desigualdade global que existe, não apenas em riqueza, mas também na riqueza do poder político.
Tal movimento deve estar disposto a pensar de forma criativa e ousada sobre o mundo que gostaríamos de ver. Enquanto o eixo autoritário se comprometeu a derrubar uma ordem mundial pós-Segunda Guerra Mundial que eles acreditam que limita seu acesso ao poder e à riqueza, não é suficiente simplesmente defendermos essa ordem como ela existe agora.
Devemos honestamente ver como essa ordem não cumpriu muitas de suas promessas e como os autoritários exploraram com habilidade essas falhas para gerar apoio à sua agenda.
Devemos aproveitar a oportunidade para conceituar uma ordem global genuinamente progressista baseada na solidariedade humana, uma ordem que reconheça que cada pessoa neste planeta compartilha uma humanidade comum, que todos queremos que nossos filhos cresçam saudáveis, tenham uma boa educação, tenham empregos decente, bebam água limpa, respirem ar puro e vivam em paz.
Nosso trabalho é alcançar pessoas de todos os cantos do mundo que compartilhem esses valores e lutem por um mundo melhor.
Em uma época de explosão de riqueza e tecnologia, temos o potencial de criar uma vida decente para todas as pessoas. Nosso trabalho é construir uma humanidade comum e fazer tudo o que pudermos para nos opor a todas as forças, poder governamental irresponsável ou poder corporativo irresponsável, que tentam nos dividir e confrontar uns aos outros. Sabemos que essas forças trabalham juntas através das fronteiras. Nós devemos fazer o mesmo.
Mais recentemente, os fanáticos de direita xenofóbicos também formaram sua própria Internacional Nacionalista, colocando pessoas orgulhosas contra outras para controlar sua riqueza e política.
É hora de os democratas de todo o mundo formarem uma Internacional Progressista no interesse da maioria das pessoas em todos os continentes, em todos os países.
Nossa Internacional Progressista deve liderar uma visão de prosperidade verde e compartilhada que a engenhosidade humana é capaz de fornecer, desde que a democracia tenha a oportunidade de torná-la possível.
Para isso, precisamos fazer mais de uma campanha juntos. Vamos formar um conselho comum que elabore um plano comum para um New Deal internacional, um Novo Bretton Woods (resoluções da conferência monetária e financeira das Nações Unidas), progressista.
(texto publicado neste sábado no The Guardian)