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quinta-feira, 20 de junho de 2013
Uma história da luta da grande mídia contra os interesses nacionais
De: CartaMaior
Em 1957, uma CPI da Câmara dos Deputados, comprovou que “O Estado de São Paulo”, “O Globo” e “Correio da Manhã” foram remunerados pela publicidade estrangeira para moverem campanhas contra a nacionalização do petróleo. Em momentos cruciais para o país se inclinaram para o golpismo e a traição aos interesses nacionais: contra Getúlio, a Petrobrás, JK, contra Jango, apoiando a ditadura, Collor, FHC e suas privatizações, atacando Lula. Por Leandro Severo.
Leandro Severo (*)
Em 1941, enquanto milhões de homens e mulheres derramavam seu sangue pela liberdade nos campos da Europa e da União Soviética, a elite dos círculos financeiros dos Estados Unidos já traçava seus planos para o pós-guerra. Como afirmou Nelson Rockefeller, filho do magnata do petróleo John D. Rockefeller, em memorando que apresentava sua visão ao presidente Roosevelt: “Independente do resultado da guerra, com uma vitória alemã ou aliada, os Estados Unidos devem proteger sua posição internacional através do uso de meios econômicos que sejam competitivamente eficazes...” (COLBY, p.127, 1998). Seu objetivo: o domínio do comércio mundial, através da ocupação dos mercados e da posse das principais fontes de matéria-prima. Anos mais tarde o ex-secretário de imprensa do Congresso americano, Gerald Colby, sentenciava sobre Rockefeller: “no esforço para extrair os recursos mais estratégicos da América Latina com menores custos, ele não poupava meios” (COLBY, p.181, 1998).
Neste mesmo ano, Henry Luce, editor e proprietário de um complexo de comunicações que tinha entre seus títulos as revistas Time, Life e Fortune, convocou os norte-americanos a “aceitar de todo o coração nosso dever e oportunidade, como a nação mais poderosa do mundo, o pleno impacto de nossa influência para objetivos que consideremos convenientes e por meios que julguemos apropriados” (SCHILLER, p.11, 1976). Ele percebeu, com clareza, que a união do poder econômico com o controle da informação seria a questão central para a formação da opinião pública, a nova essência do poder nacional e internacional.
Evidentemente para que os planos de ocupação econômica pelas corporações americanas fossem alcançados havia uma batalha a ser vencida: Como usurpar a independência de nações que lutaram por seus direitos? Como justificar uma postura imperialista do país que realizou a primeira insurreição anticolonial?
A resposta a esta pergunta foi dada com rigor pelo historiador Herbert Schiller: “Existe um poderoso sistema de comunicações para assegurar nas áreas penetradas, não uma submissão rancorosa, mas sim uma lealdade de braços abertos, identificando a presença americana com a liberdade – liberdade de comércio, liberdade de palavra e liberdade de empresa. Em suma, a florescente cadeia dominante da economia e das finanças americanas utiliza os meios de comunicação para sua defesa e entrincheiramento onde quer que já esteja instalada e para sua expansão até lugares onde espera tornar-se ativa” (SCHILLER, p.13, 1976).
Foi exatamente ao que seu setor de comunicações se dedicou. Estava com as costas quentes, já que as agências de publicidade americanas cuidavam das marcas destinadas a substituir as concorrentes europeias arrasadas pela guerra. O setor industrial dos EUA havia alcançado um vertiginoso aumento de 450% em seu lucro líquido no período 1940-1945, turbinado pelos contratos de guerra e subsídios governamentais. Com esta plataforma invadiram a América Latina e o mundo.
Com o suporte do coordenador de Assuntos Interamericanos (CIIA), Nelson Rockefeller, mais de mil e duzentos donos de jornais latinos recebiam, de forma subsidiada, toneladas de papel de imprensa, transportada por navios americanos. Além disso, milhões de dólares em anúncios publicitários das maiores corporações eram seletivamente distribuídos. É claro que o papel e a publicidade não vinham sozinhos, estavam acompanhados de uma verdadeira enxurrada de matérias, reportagens, entrevistas e releases preparadas pela divisão de imprensa do Departamento de Estado dos EUA.
A vontade de conquistar as novas “colônias” e ocupar novos territórios como haviam feito no século anterior, no velho oeste, não tinha limites. No Brasil, circulava desde 1942, a revista Seleções (do Reader’s Digest), trazida por Robert Lund, de Nova York. A revista, bem como outras publicações estrangeiras, pagavam os devidos direitos aduaneiros por se tratarem de produtos importados, mas solicitou, e foi atendida pelo procurador da República, Temístocles Cavalcânti, o direito de ser editada e distribuída no Brasil, com o argumento de ser uma revista sem implicações políticas e limitada a publicar conteúdos culturais e científicos. Assim começou a tragédia.
Logo chegou o grupo Vision Inc., também de Nova York, com as revistas Dirigente Industrial, Dirigente Rural, Dirigente Construtor e muitos outros títulos que vinham repletos de anúncios das corporações industriais. Um fato bastante ilustrativo foi o da revista brasileira Cruzeiro Internacional, concorrente da Life International, que apesar de possuir grande circulação, nunca foi brindada com anúncios, enquanto a concorrente americana anunciava produtos que, muitas vezes, nem sequer estavam à venda no Brasil.
Ficava claro que os critérios até então estabelecidos para o mercado publicitário, como tempo de circulação efetiva, eficiência de mensagem e comprovação de tiragem, de nada adiantavam. O que estava em jogo era muito maior.
Um papel importantíssimo na ocupação dos novos mercados foi desempenhado pelas agências de publicidade americanas. McCann-Erickson e J. Warter Thompson eram as principais e tinham seu trabalho coordenado diretamente pelo Departamento de Estado. Para se ter uma ideia a McCann-Erickson , nos anos 60, possuía 70 escritórios e empregava 4619 pessoas, em 37 países, já a J. Warter Thompson tinha 1110 funcionários, somente na sede de Londres. Os Estados Unidos tinham 46 agências atuando no exterior, com 382 filiais. Destas 21 agências em sociedade com britânicos, 20 com alemães ocidentais e 12 com franceses. No Brasil atuavam 15 agências, todas elas com instruções absolutamente claras de quem patrocinar.
No início dos anos 50, Henry Luce, do grupo Time-Life, já estava luxuosamente instalado em sua nova sede de 70 andares na área mais nobre de Manhattan, negócio imobiliário que fechou com Nelson Rockefeller e seu amigo Adolf Berle, embaixador americano no Brasil na época do primeiro golpe contra o presidente Getúlio Vargas. Luce mantinha fortes relações com os irmãos Cesar e Victor Civita, ítalo-americanos nascidos em Nova Iorque. Cesar foi para a Argentina em 1941 onde montou a Editorial Abril, como representante da companhia Walt Disney, já Victor, em 1950, chega ao Brasil e organiza a Editora Abril. Neste mesmo período seu filho, Roberto Civita, faz um estágio de um ano e meio na revista Time, sob a tutela de Luce e logo retorna para ajudar o pai.
Poucos anos depois, o mercado editorial brasileiro está plenamente ocupado por centenas de publicações que cantavam em prosa e verso o american way of life. Somente a Abril, financiada amplamente pelas grandes empresas americanas, edita diversas revistas: Claudia, Quatro Rodas, Capricho, Intervalo, Manequim, Transporte Moderno, Máquinas e Metais, Química e Derivados, Contigo, Noiva, Mickey, Pato Donald, Zé Carioca, Almanaque Tio Patinhas, a Bíblia Mais Bela do Mundo, além de diversos livros escolares.
Em 1957, uma Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara dos Deputados, comprova que “O Estado de São Paulo”, “O Globo” e “Correio da Manhã” foram remunerados pela publicidade estrangeira para moverem campanhas contra a nacionalização do petróleo.
Em 1962, o grupo Time-Life encontra seu parceiro ideal para entrar de vez no principal ramo das comunicações, a Televisão. A recém-fundada TV Globo, de Roberto Marinho. Era uma estranha sociedade. O capital da Rede Globo era de 600 milhões de cruzeiros, pouco mais de 200 mil dólares, ao câmbio da época. O aporte dado “por empréstimo” pela Time-Life era de seis milhões de dólares e a empresa tinha um capital dez mil vezes maior.
Como denunciou o deputado João Calmon, presidente da Abert (Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão): “Trata-se de uma competição irresistível, porque além de receber oito bilhões de cruzeiros em doze meses, uma média de 700 milhões por mês, a TV Globo recebe do Grupo Time-Life três filmes de longa metragem por dia – por dia, repito... Só um ‘package’, um pacote de três filmes diários durante o ano todo, custa na melhor das hipóteses, dois milhões de dólares” (HERZ, p.220, 2009).
O Brasil e o mundo estão em efervescência. A tensão é crescente com revoluções vitoriosas na China e em Cuba. A luta pela independência e soberania das nações cresce em todos continentes e os EUA colocam em marcha golpes militares por todo o planeta. A Guerra Fria está em um ponto agudo.
É nesse quadro que a Comissão de Assuntos Estrangeiros do Congresso dos EUA, em abril de 1964, no relatório “Winning the Cold War. The O.S. Ideological Offensive” define:
“Por muitos anos os poderes militar e econômico, utilizados separadamente ou em conjunto, serviram de pilares da diplomacia. Atualmente ainda desempenham esta função, mas o recente aumento da influência das massas populares sobre os governos, associado a uma maior consciência por parte dos líderes no que se refere às aspirações do povo, devido às revoluções concomitantes do século XX, criou uma nova dimensão para as operações de política externa. Certos objetivos dessa política podem ser colimados tratando-se diretamente com o povo dos países estrangeiros, em vez de tratar com seus governos. Através do uso de modernos instrumentos e técnicas de comunicação, pode-se hoje em dia atingir grupos numerosos ou influentes nas populações nacionais – para informá-los, influenciar-lhes as atitudes e, às vezes, talvez, até mesmo motivá-los para uma determinada linha de ação. Esses grupos, por sua vez, são capazes de exercer pressões notáveis e até mesmo decisivas sobre seus governos” (SCHILLER, p.23, 1976).
A ordem estava dada: “informar”, influenciar e motivar. A rede está montada, o financiamento definido.
O jornalista e grande nacionalista, Genival Rabelo, exatamente nesta hora, denuncia no jornal Tribuna da Imprensa do Rio de Janeiro: “Há, por trás do grupo (Abril), recursos econômicos de que não dispõem as editoras nacionais, porém muito mais importante do que isso está o apoio maciço que a indústria e as agências de publicidade americanas darão ao próximo lançamento do Sr. Victor Civita, a exemplo do que já fizeram com as suas 18 publicações em circulação, bem como as revistas do grupo norte-americano Vision Inc.” (RABELO, p.38, 1966)
Mas é necessário mais. É preciso enfraquecer, calar e quebrar tudo que seja contrário aos interesses dos monopólios, tudo que possa prejudicar os interesses das corporações. A General Eletric, General Motors, Ford, Standard Oil, DuPont, IBM, Dow Chemical, Monsanto, Motorola, Xerox, Jonhson & Jonhson e seus bancos J. P. Morgan, Citibank, Chase Manhattan precisam estar seguros para praticar sua concorrência desleal, para remeter lucros sem controle, para desnacionalizar as riquezas do país se apossando das reservas minerais.
Várias são as declarações, nesta época, que deixam claro qual o caminho traçado pelos EUA. Nas palavras de Robert Sarnoff, presidente da RCA – Radio Corporation of America – “a informação se tornará um artigo de primeira necessidade equivalente a energia no mundo econômico e haverá de funcionar como uma forma de moeda no comércio mundial, convertível em bens e serviços em toda parte” (SCHILLER, p.18, 1976). Já a Comissão Federal de Comunicações (FCC), em informe conjunto dos Ministérios do Exterior, Justiça e Defesa, afirmava: “as telecomunicações evoluíram de suporte essencial de nossas atividades internacionais para ser também um instrumento de política externa” (SCHILLER, p.24, 1976).
É esclarecedor o pensamento do delegado dos Estados Unidos nas Nações Unidas, vice-ministro das Relações Exteriores, George W. Ball, em pronunciamento na Associação Comercial de Nova Iorque:
“Somente nos últimos vinte anos é que a empresa multinacional conseguiu plenamente seus direitos. Atualmente, os limites entre comércio e indústria nacionais e estrangeiros já não são muito claros em muitas empresas. Poucas coisas de maior esperança para o futuro do que a crescente determinação do empresariado americano de não mais considerar fronteiras nacionais como demarcação do horizonte de sua atividade empresarial” (SCHILLER, p.27, 1976).
A ação desencadeada pelos interesses externos já havia produzido a falência de muitos órgãos de imprensa nacionais e, por outro lado, despertado a consciência de muitos brasileiros de como os monopólios utilizam seu poder de pressão e de chantagem. Em 1963, o publicitário e jornalista Marcus Pereira afirmava em debate na TV Tupi, em São Paulo: “Em última análise, a questão envolve a velha e romântica tese da liberdade de imprensa, tão velha como a própria imprensa. Acontece que a imprensa precisa sobreviver, e, para isso, depende do anunciante. Quando esse anunciante é anônimo, pequeno e disperso não pode exercer pressão, por razões óbvias. É o caso das seções de ‘classificados’ dos jornais. Mas poucos jornais têm ‘classificados’ em quantidade expressiva. A maioria dos jornais e a totalidade das revistas vivem da publicidade comercial e industrial, dos chamados grandes anunciantes. Acho que posso parar por aqui, porque até para os menos afoitos já adivinharam a conclusão” (RABELO, p.56, 1966).
Não é difícil perceber o quanto a submissão aos interesses econômicos estrangeiros levou a dita “grande mídia” brasileira a se afastar da nação. A se tornar, ao longo dos anos, em uma peça chave da política do Imperialismo. Em praticamente todos os principais momentos da vida nacional se inclinaram para o golpismo e a traição. Já no primeiro golpe contra Getúlio, depois, contra sua eleição, contra sua posse, contra a criação da Petrobrás, contra a eleição de Juscelino, contra João Goulart, contra as reformas de base, apoiando a Ditadura, apoiando a política econômica de Collor, apoiando Fernando Henrique e suas privatizações, atacando Lula.
Hoje, ela novamente tem lado: o das concessões de estradas, portos e aeroportos, o dos leilões de privatização do petróleo e da necessidade da elevação das taxas de juros, do controle do déficit público com evidentes restrições aos investimentos governamentais, ou seja, da aceitação de um neoliberalismo tardio.
Porque atuam desta forma? Genival Rabelo deu a resposta: “Um industrial inteligente desta cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro me fez outro dia, esta observação, em forma de desafio: ‘Dou-lhe um doce, se nos últimos cinco anos você pegar uma edição de O Globo que não estampe na primeira página uma notícia qualquer da vida americana, dos feitos americanos, da indústria americana, do desenvolvimento científico americano, das vitórias e bombardeios americanos. A coisa é tão ostensiva que, muita vez, sem ter o que publicar sobre os Estados Unidos na primeira página, estando o espaço reservado para esse fim, o secretário do jornal abre manchete para a volta às aulas na cidade de Tampa, Miami, Los Angeles, Chicago ou Nova Iorque. Você não encontra a volta às aulas em Paris, Nice, Marselha, ou outra cidade qualquer da França, na primeira pagina de O Globo, porque, de fato, isso não interessa a ninguém. Logo, não pode deixar de haver dólar por trás de tudo isso...’ Outro amigo presente, no momento, e sendo homem de publicidade concluiu, deslumbrado com seu próprio achado: ‘É por isso que O Globo não aceita anúncio para a primeira página. Ela já está vendida. É isso. É isso!’. ‘E muito bem vendida, meu caro – arrematou o industrial – A peso de ouro’ ” (RABELO, p.258, 1966).
(*) Delegado à Conferência Nacional de Comunicação, Secretário Municipal de Comunicação em São Carlos entre 2007 e 2012 e membro do Partido Pátria Livre.
Referências:
COLBY, G; DENNETT, C. Seja feita a vossa vontade: a conquista da Amazônia, Nelson Rockefeller e o evangelismo na idade do Petróleo. Tradução: Jamari França. Rio de Janeiro: Record, 1998.
HERZ, D. A história secreta da Rede Globo. Porto Alegre: Dom Quixote, 2009. Coleção Poder, Mídia e Direitos Humanos.
RABELO, G. O Capital Estrangeiro na Imprensa Brasileira. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1966.
SCHILLER, H. I. O Império norte-americano das comunicações. Tradução: Tereza Lúcia Halliday Petrópolis: Vozes, 1976.
La seguridad de EEUU a cargo de una compañía privada
Pratap Chatterjee
IPS Noticias
Edward Snowden, empleado de la empresa privada de inteligencia Booz Allen Hamilton, filtró información sobre la Agencia Nacional de Seguridad, de Estados Unidos, en especial sobre el área de los contratistas, que insume alrededor de 70 por ciento de los 52.000 millones de dólares del presupuesto nacional destinados a los servicios secretos.
Algunos analistas aprovecharon las revelaciones de Snowden para denunciar el papel de los contratistas privados en el gobierno y en la seguridad nacional, y arguyeron que debe quedar en la órbita de organismos públicos.
Pero sus críticas no dan en el blanco, pues se volvió muy difícil separar ambas esferas.
Es que están totalmente entrelazados los funcionarios de la Agencia Nacional de Seguridad (NSA, por sus siglas en inglés), que incluye a las de entidades como la Agencia Central de Inteligencia (CIA), y los empleados de compañías como Booz Allen Hamilton.
El papel que desempeñan en el sector privado se entrelaza con el que realizan para el gobierno, promocionándose entre sí y actuando en su propio provecho, lo que vuelve redundante la clásica rotación de personal entre estos dos ámbitos.
Snowden, un administrador de sistemas del Centro de Operaciones de Amenazas de la NSA en Hawaii, trabajó para la CIA y para la compañía de servicios de informática Dell antes de unirse a Booz Allen. Pero el oscuro papel que pudo desempeñar palidece al lado del que tuvieron otros.
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Para comprender esta compleja trama, hay que remontarse a R. James Woolsey, un exdirector de la CIA que compareció ante la Cámara de Representantes en el verano boreal de 2004, para promover la idea de integrar los programas de espionaje extranjero e interno para perseguir “terroristas”.
Un mes después apareció en el canal de televisión MSNBC hablando sobre la urgente necesidad de crear una nueva agencia de inteligencia que ayude a ampliar el aparto de vigilancia nacional tras los atentados del 11 de septiembre de 2001 contra Nueva York y Washington.
En ninguna de esas apariciones públicas, Woolsey mencionó que era vicepresidente de seguridad estratégica global de Booz Allen, cargo que desempeñó entre 2002 y 2008.
“La fuente de información sobre las vulnerabilidades de un posible ataque sobre nuestro territorio no va a depender de la inteligencia extranjera, como durante la Guerra Fría”, opinó.
“Los terroristas nos comprenden bien y viven y se organizan donde no los vamos a espiar, en Estados Unidos”, señaló Woolsey ante el comité selecto de seguridad interior de la Cámara de Representantes, el 24 de junio de 2004.
“El problema es que el sector de la inteligencia creció tanto desde 1947, cuando se creó el cargo de director de la inteligencia central, que se volvió imposible desempeñar ambos cargos, dirigir la CIA y manejar todo el sector”, explicó Woolsey tiempo después en otro programa de televisión.
Director de Inteligencia Nacional
Volviendo a 2007, el vicealmirante retirado Michael McConnell, entonces vicepresidente de Booz Allen para política, transformación, seguridad interna y análisis de inteligencia, pasó a ser el segundo al mando de la Oficina del Director de Inteligencia Nacional (DNI, por sus siglas en inglés), responsable de las 17 agencias de seguridad dependientes de Washington.
Y como por coincidencia, su nuevo lugar de trabajo estaba a solo tres kilómetros del anterior.
Tras retirarse como DNI en 2009, McConnell regresó a Booz Allen, donde aún se desempeña como vicepresidente.
En agosto de 2010, el teniente general retirado James Clapper, exvicepresidente de inteligencia militar de Booz Allen (1997-1998), se convirtió en el cuarto DNI, cargo que desempeña hasta hoy.
De hecho, los ejecutivos de Booz Allen ocuparon dicho cargo durante los cinco de sus ocho años de existencia.
Cuando esos dos hombres estuvieron al frente de la seguridad nacional, contribuyeron a su ampliación y privatización como nunca antes.
McConnell, por ejemplo, pidió al Congreso legislativo que modificara la ley de Vigilancia de Inteligencia Exterior para que la NSA pudiera espiar a países extranjeros sin necesidad de una orden, si estos utilizaban tecnología de Internet encaminada por Estados Unidos.
La semana pasada, Snowden reveló a Glenn Greenwald, colaborador del diario británico The Guardian, que la NSA había creado un programa de vigilancia electrónico llamado “Prism”, que le permitía a la agencia espiar los datos electrónicos de ciudadanos del mundo entero, dentro y fuera del territorio estadounidense.
El trabajo de Snowden en las oficinas de Booz Allen en Hawaii era mantener los sistemas de tecnología de la información de la NSA.
Snowden no explicitó cuál era su relación con Prism, pero dijo al diario South China Morning Post que la NSA había pirateado redes troncales, básicamente grandes routers (encaminador) de Internet, que le daban acceso a las comunicaciones de cientos de miles de computadoras sin tener que piratear a cada una”.
Woolsey defendió ese tipo de vigilancia cuando The New York Times reveló las intervenciones telefónicas sin orden judicial realizadas por la NSA en diciembre de 2005.
“A diferencia de la Guerra Fría, nuestras necesidades en materia de inteligencia no están solo en el extranjero”, arguyó ante un comité jurídico del Senado, refiriéndose a la NSA, en febrero de 2006.
“Los tribunales no están preparados para los campos de batalla electrónicos que se mueven con rapidez y en los que se pueden confiscar computadoras de (la red extremista) Al Qaeda o (del libanés) Hezbolá que tienen una gran cantidad de direcciones de correo electrónico y de teléfonos que hay que revisar de inmediato”, explicó.
Relaciones estrechas
Las tareas concretas que Booz Allen hace para el sistema de vigilancia electrónica de la NSA filtradas por Snowden son clasificadas, pero se puede deducir de forma bastante acertada a partir de contratos similares; un cuarto de los ingresos trimestrales de la compañía, unos 5.860 millones de dólares, proceden de agencias de inteligencia.
La NSA, por ejemplo, contrató a esa compañía en 2001 para que asesorara la iniciativa Project Groundbreaker, de 5.000 millones de dólares, para reconstruir y operar los sistemas de redes de computadoras y de teléfonos internos no esenciales.
Booz Allen también obtuvo ese año una gran parte del contrato de Total Information Awareness para acopiar información sobre posibles terroristas en Estados Unidos a partir de registros telefónicos, recibos de tarjetas de crédito y otras bases de datos. Fue un controvertido programa al que el Congreso retiró los fondos en 2003, pero cuyo espíritu sobrevivió en Prism y en otras iniciativas divulgadas por Snowden.
La CIA pagó a un equipo de Booz Allen, encabezado por William Wansley, exfuncionario de inteligencia del ejército, para realizar “planificación estratégica y empresarial” para su Servicio Nacional Clandestino, que realiza operaciones encubiertas y recluta espías extranjeros.
En enero, Booz Allen fue una de las 12 empresas que obtuvo un contrato de cinco años de la Agencia de Inteligencia de la Defensa, que podría ascender a 5.600 millones de dólares, para concentrarse en “operaciones de redes de computadoras, tecnologías emergentes y perjudiciales y actividades de entrenamiento y capacitación”.
La Armada de Estados Unidos eligió el mes pasado a la misma compañía como parte de un consorcio para trabajar en otro proyecto multimillonario para una “nueva generación de operaciones de inteligencia, vigilancia y combate”.
Booz Allen obtiene esos contratos de varias formas. Además de sus vínculos con el DNI, se jacta de que la mitad de sus 25.000 empleados están autorizados información de inteligencia ultra secreta.
Un tercio de las 1,4 millones de personas con ese permiso, trabajan en el sector privado.
* Con aportes de Jim Lobe
Fuente: http://www.ipsnoticias.net/2013/06/como-la-seguridad-de-eeuu-quedo-a-cargo-de-una-compania-privada/
Filtración, censura y poder en EEUU
Filtración, censura y poder en EEUU
Fernando Báez
Rebelión.org
“Escribo porque hay alguna mentira que quiero dejar al descubierto”. George Orwell
“El acceso a los documentos está reservado a las élites en el poder”, escribió el experto catalán Ramón Alberch Fugueras. En efecto, es innegable que, desde Mesopotamia hasta nuestra época, los privilegiados han destruido o restringido archivos de acuerdo a sus intereses justificados por conceptos ilegítimos de paz y seguridad.
La búsqueda de transparencia informativa ha sido el ideal de millones de hombres y mujeres en Oriente y Occidente. Sin embargo, desde el período de la Guerra Fría el caso de EEUU puede dar una idea de la poca utilidad que han tenido las leyes que combaten los arcanos de la burocracia. Basta recordar el Acta de Libertad de la información de 1966, origen de la Freedom of Information Clearing House, un organismo que simuló proteger de modo independiente a los ciudadanos que indagaban información denegada por funcionarios públicos.
Décadas más tarde, sabemos que esta institución era irrelevante como queda claro cuando se revisan los datos obtenidos en la historia de las filtraciones numerosas que han sido necesarias durante casi 50 años. Hoy nos asombra cuánto ha permitido saber Wikileaks o Edward Snowden en el campo vertiginoso de las Tecnologías de la Información y Comunicación (TIC), pero los antecedentes no son menos increíbles.
El primer golpe importante contra las mentiras gubernamentales ocurrió en 1971, cuando el agudo periodista Neil Sheeban del New York Times tuvo acceso a 7.000 páginas clasificadas sobre la guerra de Vietnam. De inmediato, una sucesión de reportajes expuso la corrupción y criminalidad en un capítulo sorprendente de la historia del periodismo que fue conocido como el Escándalo de los Papeles del Pentágono.
En ese momento, el autor intelectual de la filtración de documentos fue el analista militar Daniel Ellsberg, quien destruyó su carrera por un asunto de conciencia al entregar a 18 diarios el informe “Relaciones Estados Unidos-Vietnam, 1945-1967: Un estudio preparado por el Departamento de Defensa”. No pasó mucho tiempo antes de que un consumado manipulador como Henry Kissinger advirtiera que Ellsberg era “el hombre más peligroso de Estados Unidos y debe ser detenido a cualquier costo".
El segundo caso emblemático de filtración fue el Watergate, que tuvo la fortuna de causar tal impacto que el Presidente Richard Nixon renunció el día 8 de agosto de 1974: esta historia puede leerse en “Todos los hombres del Presidente”, un memorable recuento de Bob Woodward y Carl Bernstein que mantuvo anónima la fuente identificada como Garganta Profunda, y sólo por el mero azar de la dignidad hoy sabemos que se llamaba W. Mark Felt, director adjunto del FBI, quien sabía y se atrevió a oponerse a las escuchas ilegales y pagos de soborno del equipo más cercano al primer mandatario.
Son apenas dos hitos estimables, pero destacarlos es imprescindible para entender la repercusión que causó el genial australiano Julián Assange al posibilitar la filtración más significativa del mundo en un fenómeno llamado Wikileaks. La hiperinflación de archivos que ha acelerado la era digital en Internet puede explicar que hayan sido difundidos 1.251.287 cables y vídeos entre noviembre de 2010 y marzo de 2013.
Entre la difusión de material más controversial acaso está un vídeo del 12 de julio de 2007 donde se ve claramente cómo las tropas de EEUU asesinaron con desprecio al reportero de Reuters Namir Noor-Eldeen, y, para no dejar testigos, masacraron a otras diez personas. Crímenes silenciados: los archivos de la Guerra de Afganistán, que totalizan 92.000 documentos, revelan los embustes sobre el número de muertos y las acciones de exterminio de aldeas enteras.
Assange, como consecuencia de su trabajo, ha sido estigmatizado como violador en Suecia y la persecución lo obligó a asilarle en la Embajada de Ecuador en Reino Unido desde el 19 de junio de 2012. “Es un terrorista de alta tecnología", ha señalado el mediocre vicepresidente Joseph Biden que aspira a encerrarlo en una cárcel. El bloqueo a WikiLeaks ha pasado por una cibercensura extrema: nada menos que la inmaculada Biblioteca del Congreso, un bastión conservador en manos de James Billington, negaba hasta hace poco acceso a los cables.
No tiene sentido perder de vista dónde comienza esta historia. La fuente principal de la filtración de Wikileaks fue Bradley E. Manning, un joven nacido en 1987, entrenado en Fort Huachuca y especializado en determinar las vulnerabilidades de un posible adversario. En Iraq, estuvo en Contingency Operating Station Hammer, donde además del amor por el golf de sus oficiales se conocen las operaciones de guerra sucia que llevaron a cabo.
Ningún supervisor pudo predecir que el enojo reprimido por el abuso de sus compañeros llevó a que Manning preparara un CD al que puso en su etiqueta el nombre de la extravagante cantante Lady Gaga y descargó los datos que tenía a la mano. Posteriormente, contactó a la organización Wikileaks y su acción le costó cárcel y tortura brutal.
Y ahora, justo cuando se cumple un año del asilo en la Embajada de Ecuador en Reino Unido de Assange y ha comenzado el juicio marcial a Manning, ha estallado otro escándalo de proporciones colosales.
Un grupo valiente de periodistas de The Guardian y The Washington Post revelaron que Edward J. Snowden, nacido en 1983, empleado de la poderosa contratista de seguridad Booz Allen Hamilton, había dejado atrás una hermosa novia, un contrato seguro cumpliendo los proyectos de seguridad con la CIA y el Pentágono y denunció la existencia de PRISMA, un programa oficial de la Agencia de Seguridad Nacional (por sus siglas en inglés NSA) para recolectar toda la información de los usuarios de compañías de Internet como Microsoft, Google, YouTube, Skype, AOL, Apple, Twitter y Facebook, con especial énfasis en los contenidos de las redes sociales y las comunicaciones telefónicas.
Según Snowden, condenado como sus precursores a ser un paria mundial por el FBI y la CÍA, su misión consistía en acceder ilegalmente a la información militar y económica de países como China así como datos comprometedores de miembros del gobierno en Beijing y Hong Kong. Sus palabras textuales fueron: “Hackeamos los backbones de la red –son como grandes routers de internet, básicamente– que nos dan acceso a las comunicaciones de cientos de miles de computadores sin tener que hackear a cada uno” (“South China Morning Post, junio 2013).
El programa PRISMA pasó de ser una lista de tareas antiterroristas a una proto-versión del Gran Hermano que imaginó George Orwell en su novela 1984 donde el mundo futuro no existía sin control extremo. Aunque muchos rechazaron su existencia, ya podían conjeturarse sus rasgos cuando fue publicada la Directiva Presidencial Nro. 20, un seco informe de 18 páginas donde se establecían las políticas de ciberseguridad, entre las cuales destacaban la definición de blancos estratégicos para ciberataques y recolección inmediata de los factores obtenidos hasta la fecha.
Snowden, tras su escalofriante recriminación, desapareció misteriosamente en Hong Kong ante el temor de ser asesinado por lo que sabe de la élite política, corporativa y militar de EEUU, y no perdió tiempo en aclarar su atrevida posición: “No quiero vivir en un mundo donde se registra todo lo que hago y digo. Es algo que no estoy dispuesto a apoyar o admitir” (The Guardian, junio, 2013).
Según William Binney, un matemático que trabajó para la Agencia de Seguridad Nacional (NSA) durante 40 años, las nuevas computadoras que se han instalado en lo que será la millonaria sede de Utah pueden almacenar datos a 20 terabytes por minuto -esto es, toda la información de las diez bibliotecas más grandes del planeta en un breve instante. Despreciada por décadas, la NSA ha asumido el rol despreciable de aprovechar el contexto de la ciberguerra para compilar listas de potenciales enemigos de la seguridad nacional, con las dudas que eso causa.
La NSA, hoy bajo la dirección de Keith Alexander, puede alterar los algoritmos de Google para centralizar los enlaces más dañinos a la reputación de un adversario y además preparar una carpeta con todos los datos, imágenes y búsquedas de cualquier individuo acusado de actividades terroristas.
El punto es que no existe una delimitación exacta de lo que es terrorismo; tampoco hay credibilidad en los políticos y empresarios que manejan los sistemas de seguridad, las policías y unidades especiales de contrainsurgencia. Mucho menos hay apoyo ante la insólita confirmación de la existencia de un Tribunal Secreto denominado por sus siglas FISA (Foreign Intelligence Surveillance Act) que emite órdenes jurídicas clandestinas a espaldas de los máximos juzgados estadounidenses. Una suerte de Guantánamo importado a Washington.
El mítico Daniel Ellsberg ha reconocido que la filtración de Snowden prueba un golpe institucional contra el estado de derecho. El escándalo es enorme y supone el mayor desafío de Barak Hussein Obama II que no tuvo reparos en “ordenar” la ejecución de Osama Bin Laden, presunto responsable de los atentados en Nueva York, sin un juicio mínimo y sin que se tenga hasta la fecha cuerpo que pruebe su muerte. Además, es el Primer Presidente de la historia de la humanidad que hace uso discrecional de Aviones no Tripulados o Drones para eliminar personas sin respetar la soberanía de ningún país ni cumplir con aspectos legales básicos. Y, no conviene ignorar que este Premio Nóbel de la Paz pidió en la reunión del G8 apoyo para dotar de armamento a los yihadistas terroristas que intentan derrocar al gobierno sirio y repetir los errores de Iraq y Libia.
Aturdido, desenmascarado ante el mundo, el Presidente de EEUU ha intentado forjar como disculpa que “no puede haber 100% de privacidad y 100% de seguridad”. La aporía paternal de las impertinencias: debemos vigilar cada movimiento del pueblo para que sea libre. También ha dicho Obama, de un modo desvergonzado, que PRISMA no recolecta información de ciudadanos dentro de EEUU. Quien no confía en el pueblo, pide un voto de confianza para su caótico plan de gobierno.
De no haberse producido estas filtraciones sumadas a las anteriores, y las que seguirán apareciendo, sólo elucubraríamos vagamente que las élites estadounidenses cometen estos delitos, pero Wikileaks y Snowden han proporcionado evidencias y testigos. Es asombroso que todavía puedan existir medios autónomos que posibiliten denuncias tan graves, pero las incesantes presiones de políticos o corporaciones nos obligan a arreciar la resistencia global en favor de una democracia más transparente, más justa y más equilibrada en un mundo multipolar.
Sin duda alguna, hemos alcanzado un punto sin retorno en el siglo XXI contra el monopolio de dominación coactiva autoritaria y esto me lleva a concluir que la filtración, lejos de ser un acto de traición, es una emboscada imprescindible contra la impunidad. Se repite sin argumentos que los jóvenes se han convertido en zombies incapaces de combatir el sistema dominante; Bradley Manning y Edward Snowden refutan esa idea porque apenas tienen 22 y 29 años y han causado una debacle inesperada a los poderosos.
Fernando Báez, Escritor y activista global. Autor de “La destrucción cultural de iraq” (Octaedro, 2005). Twitter: @BAEZFER
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.
Batman, a serviço da neototalitária polícia planetária - em esp.
Arsinoé Orihuela
Rebelión.org
Sin afán de demeritar el valor del proyecto Wikileaks que conduce Julian Assange, indiscutiblemente laudable, da la impresión a veces que el periodista más acosado por las cortes subsidiarias de Washington incurre en ciertos excesos de optimismo, que aunque comprensibles dada la insospechada influencia de sus filtraciones en el estallido de la indignación global, cabría acotar por razones que enseguida vamos a escudriñar. Assange no escatima en lo referente a las bondades de los sistemas de información modernos: “[son] el más importante campo de educación política masiva que haya existido jamás”. Las desorbitadas expectativas depositadas en los nuevos vehículos de comunicación virtual, particularmente el Internet, fácilmente pueden cuestionarse cuando se observa la función confidencial que desempeñan. El periodista australiano acierta cuando sugiere: “Los medios tradicionales… son meros espacios para dirimir pleitos entre distintas facciones del régimen”. Pero cuando refiere a las comunicaciones digitales-alternativas, el tono entusiasta de tales referencias azuza cierta intranquilidad. En relación con el alcance de Internet, Assange explica: “El número de personas expuestas [a los dominios de la red cibernética], el número de culturas expuestas, el número de idiomas expuestos, el puente geográfico es más grande que en ningún otro momento de la historia” (La Jornada). Exactamente aquí radica el peligro, y no necesariamente la virtud, de las tecnologías comunicacionales. Máxime si se contempla que la reproducción intensiva de los abusos de poder, vía tecnología o medios de comunicación, no ha conseguido subvertir el sistema político, y sí en cambio, estas mismas cibertecnologías, han contribuido más que ningún otro instrumento a la configuración de una maquinaria proto-orwelliana de vigilancia global.
En la coyuntura del escándalo que envuelve a la Agencia de Seguridad Nacional (NSA, por sus siglas en inglés), allá en los crispados dominios del tío Sam, tras la filtración de información ultraconfidencial que un tal Edward Snowden proporcionó a la prensa, cabe adentrarse en los orígenes del Internet, en el ámbito de sus funciones no declaradas, así como en sus tentativas de legitimación ideológica, tan sigilosas e imperceptibles aunque no por ello menos condenables.
DARPA: el progenitor de Internet
Pocos saben que el origen del internet está orgánicamente ligado con las agencias de inteligencia más furtivas en Estados Unidos. DARPA es el acrónimo de la expresión en inglés Defense Advanced Research Projects Agency (Agencia de Proyectos de Investigación Avanzados de Defensa); es un apéndice del departamento de defensa de Estados Unidos, responsable de la elaboración de proyectos tecnológico-militares, inaugurada en el contexto de la Guerra Fría como órgano de vanguardia en la carrera armamentista que sostuvo Estados Unidos con la URSS (Wikipedia). Más tarde, esta agencia auspiciaría el nacimiento de ARPANET, el predecesor de Internet.
Con el propósito de apuntalar a Estados Unidos como potencia tecnológica, especialmente después del desafío que supuso el lanzamiento de la misión soviético-espacial Sputnik, el departamento de estado de Estados Unidos puso en marcha múltiples proyectos de desarrollo militar, a través de DARPA, entre los que destacan: satélites, transbordadores espaciales, radares, misiles, dispositivos electrónicos de vigilancia, redes de ordenadores, etc.
Cabe señalar que uno de los departamentos más importantes de DARPA es la Oficina de Tecnología en Procesamiento de Información, precursora en el desarrollo de los controles modernos para sistemas de información.
Pariente consanguíneo de DARPA, la NSA, también enquistada en los dominios del departamento de defensa, es uno de los pilares de la inteligencia norteamericana, actualmente en la mira de la prensa por las filtraciones que pusieron al descubierto las subrepticias acciones de espionaje doméstico e internacional que desarrolla Estados Unidos. Según el portal ABC.es Internacional, la NSA “cada día intercepta 1.700 millones de correos electrónicos, llamadas telefónicas y otros elementos de comunicación”.
En los perímetros de este binomio DARPA-NSA, se urden los fundamentos materiales de la neototalitaria (ciber)policía planetaria.
Fahrenheit 911
La legitimación de los sistemas de seguridad/espionaje global se nutre de dos tramas ideológicas, que vale la pena identificar: la guerra contra las drogas, y el choque de civilizaciones.
En Drugstore Cowboy (1989), película estadunidense dirigida por Gus Van Sant, el personaje que interpreta William S. Burroughs profetiza amargamente: “Los narcóticos han sido sistemáticamente satanizados y utilizados como chivos expiatorios… Vaticino que un futuro próximo la ‘derecha’ va a utilizar la histeria de las drogas como pretexto para configurar un aparato policiaco internacional”. No es accidental que en el alba de los 70’s, exactamente en los años que Ronald Reagan inauguró la llamada “guerra contra las drogas”, DARPA intensificara el desarrollo de tecnologías tácticas y el procesamiento de información.
Otro tanto ocurre con los dramáticos acontecimientos de septiembre de 2001. El 9-11 acarreó el endurecimiento de leyes “anti-terroristas” a escala planetaria, cuyo vértice fue la atribución de poderes de vigilancia discrecionales a las agencias de seguridad, una política que sistemáticamente contraviene el derecho fundamental a la privacidad (recuérdese la USA Patriot Act o Ley Patriota, promulgada en octubre de 2001). Entre otras disposiciones, las nuevas leyes facultan a las autoridades para interceptar discrecionalmente comunicaciones electrónicas.
El caballero de la noche
Pasó inadvertido, acaso porque todos atendían la representación del guasón, a cargo del actor Heath Ledger. Pero no puede obviarse que el segundo film de la más reciente trilogía de Batman hace una apología de las políticas de espionaje/seguridad en boga, que perversamente evocan las violatorias mociones que siguieron al 9-11. Con base en un emisor-receptor de datos virtual, el personaje que interpreta Morgan Freeman vulnera los sistemas de información –aunque no sin falso remordimiento–, a petición de un cada vez más vomitivo Batman, con el fin de averiguar el paradero del guasón, transgrediendo flagrantemente la privacidad de los ciudadanos, pero con la venia de nuestro multimillonario héroe, y amparado en la premisa de que ciudad Gotham atraviesa una “emergencia”.
Cualquier parecido con la moderna narrativa de los gobiernos, es mera coincidencia.
Blog del autor: http://lavoznet.blogspot.mx/2013/06/la-profecia-de-1984-o-la-ciberpolicia.html
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Os crimes de FHC que o PiG abafou
Altamiro Borges
em 07/08/2012
No grande circo armado pela mídia para o “julgamento do século” do chamado “mensalão do PT”, até o ex-presidente FHC foi ressuscitado. Ontem (06/08), na abertura da 32ª Convenção do Atacadista Distribuidor, no Riocentro, ele reforçou o linchamento midiático exigindo a imediata punição dos réus. Na maior caradura, ele esbravejou: “Depois que eu ouvi do procurador-geral da República, houve crime. Crime tem que ser punido… Tenho confiança de que eles [STF] julgarão com serenidade, mas também com Justiça”. FHC já pediu para esquecer o que ele escreveu. Mas não dá para esquecer as denúncias de corrupção que mancharam o seu triste reinado. O ex-presidente não tem moral para exigir punição de qualquer suspeito de irregularidades. Desde que foi desalojado do Palácio do Planalto, o rejeitado ex-presidente tenta se travestir de paladino da ética com objetivos meramente políticos e eleitoreiros. Ela agora explora oportunisticamente o julgamento no STF para impulsionar e animar as campanhas dos demotucanos às eleições de outubro. A lista dos crimes tucanos Se um dia houver, de fato, Justiça no país, FHC é que será julgado e punido por seus crimes. Listo abaixo alguns que merecem rigoroso julgamento da história: Denúncias abafadas: Já no início do seu primeiro mandato, em 19 de janeiro de 1995, FHC fincou o marco que mostraria a sua conivência com a corrupção. Ele extinguiu, por decreto, a Comissão Especial de Investigação, criada por Itamar Franco e formada por representantes da sociedade civil, que visava combater o desvio de recursos públicos. Em 2001, fustigado pela ameaça de uma CPI da Corrupção, ele criou a Controladoria-Geral da União, mas este órgão se notabilizou exatamente por abafar denúncias. Caso Sivam. Também no início do seu primeiro mandato, surgiram denúncias de tráfico de influência e corrupção no contrato de execução do Sistema de Vigilância e Proteção da Amazônia (Sivam/Sipam). O escândalo derrubou o brigadeiro Mauro Gandra e serviu para FHC “punir” o embaixador Júlio César dos Santos com uma promoção. Ele foi nomeado embaixador junto à FAO, em Roma, “um exílio dourado”. A empresa ESCA, encarregada de incorporar a tecnologia da estadunidense Raytheon, foi extinta por fraude comprovada contra a Previdência. Não houve CPI sobre o assunto. FHC bloqueou. Pasta Rosa. Em fevereiro de 1996, a Procuradoria-Geral da República resolveu arquivar definitivamente os processos da pasta rosa. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. Naquele tempo, o procurador-geral, Geraldo Brindeiro, ficou conhecido pela alcunha de “engavetador-geral da República”. Compra de votos. A reeleição de FHC custou caro ao país. Para mudar a Constituição, houve um pesado esquema para a compra de voto, conforme inúmeras denúncias feitas à época. Gravações revelaram que os deputados Ronivon Santiago e João Maia, do PFL do Acre, ganharam R$ 200 mil para votar a favor do projeto. Eles foram expulsos do partido e renunciaram aos mandatos. Outros três deputados acusados de vender o voto, Chicão Brígido, Osmir Lima e Zila Bezerra, foram absolvidos pelo plenário da Câmara. Como sempre, FHC resolveu o problema abafando-o e impedido a constituição de uma CPI. Vale do Rio Doce. Apesar da mobilização da sociedade em defesa da CVRD, a empresa foi vendida num leilão por apenas R$ 3,3 bilhões, enquanto especialistas estimavam seu preço em ao menos R$ 30 bilhões. Foi um crime de lesa-pátria, pois a empresa era lucrativa e estratégica para os interesses nacionais. Ela detinha, além de enormes jazidas, uma gigantesca infra-estrutura acumulada ao longo de mais de 50 anos, com navios, portos e ferrovias. Um ano depois da privatização, seus novos donos anunciaram um lucro de R$ 1 bilhão. O preço pago pela empresa equivale hoje ao lucro trimestral da CVRD. Privatização da Telebras. O jogo de cartas marcadas da privatização do sistema de telecomunicações envolveu diretamente o nome de FHC, citado em inúmeras gravações divulgadas pela imprensa. Vários “grampos” comprovaram o envolvimento de lobistas com autoridades tucanas. As fitas mostraram que informações privilegiadas foram repassadas aos “queridinhos” de FHC. O mais grave foi o preço que as empresas privadas pagaram pelo sistema Telebrás, cerca de R$ 22 bilhões. O detalhe é que nos dois anos e meio anteriores à “venda”, o governo investiu na infra-estrutura do setor mais de R$ 21 bilhões. Pior ainda, o BNDES ainda financiou metade dos R$ 8 bilhões dados como entrada neste meganegócio. Uma verdadeira rapinagem contra o Brasil e que o governo FHC impediu que fosse investigada. Ex-caixa de FHC. A privatização do sistema Telebrás foi marcada pela suspeição. Ricardo Sérgio de Oliveira, ex-caixa das campanhas de FHC e do senador José Serra e ex-diretor do Banco do Brasil, foi acusado de cobrar R$ 90 milhões para ajudar na montagem do consórcio Telemar. Grampos do BNDES também flagraram conversas de Luiz Carlos Mendonça de Barros, então ministro das Comunicações, e André Lara Resende, então presidente do banco, articulando o apoio da Previ para beneficiar o consórcio do Opportunity, que tinha como um dos donos o economista Pérsio Arida, amigo de Mendonça de Barros e de Lara Resende. Até FHC entrou na história, autorizando o uso de seu nome para pressionar o fundo de pensão. Além de “vender” o patrimônio público, o BNDES destinou cerca de 10 bilhões de reais para socorrer empresas que assumiram o controle das estatais privatizadas. Em uma das diversas operações, ele injetou 686,8 milhões de reais na Telemar, assumindo 25% do controle acionário da empresa. Juiz Lalau. A escandalosa construção do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo levou para o ralo R$ 169 milhões. O caso surgiu em 1998, mas os nomes dos envolvidos só apareceram em 2000. A CPI do Judiciário contribuiu para levar à cadeia o juiz Nicolau dos Santos Neto, ex-presidente do TRT, e para cassar o mandato do senador Luiz Estevão, dois dos principais envolvidos no caso. Num dos maiores escândalos da era FHC, vários nomes ligados ao governo surgiram no emaranhado das denúncias. O pior é que FHC, ao ser questionado por que liberara as verbas para uma obra que o Tribunal de Contas já alertara que tinha irregularidades, respondeu de forma irresponsável: “assinei sem ver”. Farra do Proer. O Programa de Estímulo à Reestruturação e ao Sistema Financeiro Nacional (Proer) demonstrou, já em sua gênese, no final de 1995, como seriam as relações do governo FHC com o sistema financeiro. Para ele, o custo do programa ao Tesouro Nacional foi de 1% do PIB. Para os ex-presidentes do BC, Gustavo Loyola e Gustavo Franco, atingiu 3% do PIB. Mas para economistas da Cepal, os gastos chegaram a 12,3% do PIB, ou R$ 111,3 bilhões, incluindo a recapitalização do Banco do Brasil, da CEF e o socorro aos bancos estaduais. Vale lembrar que um dos socorridos foi o Banco Nacional, da família Magalhães Pinto, a qual tinha como agregado um dos filhos de FHC. Desvalorização do real. De forma eleitoreira, FHC segurou a paridade entre o real e o dólar apenas para assegurar a sua reeleição em 1998, mesmo às custas da queima de bilhões de dólares das reservas do país. Comprovou-se o vazamento de informações do Banco Central. O PT divulgou uma lista com o nome de 24 bancos que lucraram com a mudança e de outros quatro que registraram movimentação especulativa suspeita às vésperas do anúncio das medidas. Há indícios da existência de um esquema dentro do BC para a venda de informações privilegiadas sobre câmbio e juros a determinados bancos ligados à turma de FHC. No bojo da desvalorização cambial, surgiu o escandaloso caso dos bancos Marka e FonteCindam, “graciosamente” socorridos pelo Banco Central com 1,6 bilhão de reais. Houve favorecimento descarado, com empréstimos em dólar a preços mais baixos do que os praticados pelo mercado. Sudam e Sudene. De 1994 a 1999, houve uma orgia de fraudes na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam), ultrapassando R$ 2 bilhões. Ao invés de desbaratar a corrupção e pôr os culpados na cadeia, FHC extinguiu o órgão. Já na Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), a farra também foi grande, com a apuração de desvios de R$ 1,4 bilhão. A prática consistia na emissão de notas fiscais frias para a comprovação de que os recursos do Fundo de Investimentos do Nordeste foram aplicados. Como fez com a Sudam, FHC extinguiu a Sudene, em vez de colocar os culpados na cadeia.
Novamente, a revolta do vintém
Ocorrida no fim do 1879 e no começo de 1880, no Rio de Janeiro, ela foi motivada pelo imposto de vinte réis sobre todos os passageiros que usavam bondes a mula; segundo o historiador Kenneth Maxwell, ela chocou o regime imperial e o imposto teve que ser retirado, assim como o aumento da tarifa dos ônibus
20 DE JUNHO DE 2013 ÀS 07:34
247 - A revolta atual, que suspendou um aumento de vinte centavos nas tarifas de ônibus, tem antecedentes na história brasileira. É o que argumenta Kenneth Maxwell, na Folha. Leia abaixo:
Blatter e a revolta popular - KENNETH MAXWELL
Joseph "Sepp" Blatter, o presidente da Fifa, criticou os torcedores brasileiros de futebol na inauguração do Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília, quando eles vaiaram a presidente Dilma Rousseff.
O Brasil derrotou o Japão, mas Blatter deveria ter ficado quieto. Enquanto ele falava, a polícia usava balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes que estavam do lado de fora do estádio para expressar a raiva do público pelas quantias gastas no estádio e nos preparativos para a Copa do Mundo. Aldo Rebelo, o ministro do Esporte, declarou que "o governo não tolerará manifestações".
Nos dias seguintes, o povo saiu às ruas de Belém a Salvador, de Natal a Florianópolis e Porto Alegre, e do Rio a São Paulo, em um movimento que tomou as autoridades federais, estaduais e municipais de surpresa --e o mesmo vale para os partidos políticos. A violenta reação inicial da PM no Rio e em São Paulo só fez aumentar a conflagração.
O movimento popular está sendo coordenado por meio das mídias sociais e, aparentemente, não tem liderança clara. Foi estimulado pelo aumento nos preços das passagens do transporte público, pela preocupação quanto aos gastos excessivos com as instalações esportivas novas e reformadas, pelas exigências e pelo comportamento da Fifa e pela raiva quanto à corrupção continuada e endêmica.
Uma revolta popular, a Revolta do Vintém, acontecida no Rio no final de 1879 e no começo de 1880, começou quando foi apresentado um imposto de 20 réis sobre todos os passageiros que usavam os bondes puxados a mula na cidade. Os manifestantes se reuniram diante do palácio de São Cristóvão. O imperador d. Pedro 2º queria ser conciliador. Mas, quando a polícia não se provou capaz de conter a multidão furiosa no largo de São Francisco, o ponto inicial e final das linhas de bonde, a polícia chamou o Exército e mais de uma dúzia de manifestantes foram mortos e feridos quando os soldados abriram fogo.
A revolta popular em São Paulo em 2013 começou como movimento de protesto contra aumento nas tarifas de transporte público, e a PM reagiu com violência, disparando granadas de gás lacrimogêneo contra a multidão. Muitas pessoas foram feridas, entre as quais diversos jornalistas.
A Revolta do Vintém terminou tão rápido quanto tinha começando, quando o imposto de 20 réis foi retirado. Mas ela chocou o regime imperial. Cerca de nove anos mais tarde, o imperador seria substituído por um governo republicano.
As demandas da atual revolta popular nas ruas do Brasil urbano são incoerentes, até o momento. Mas o movimento é nacional. Os políticos não serão capazes de evitar as consequências.
NO PARANÁ
Do wikipedia
No ano de 1883 a província do Paraná era governada pelo dr. Carlos Augusto de Carvalho e o mesmo, logo que assumiu o governo, verificou que a receita arrecadada era muito inferior à orçada. Para contornar o problema contábil, solicitou que a Assembléia Provincial votasse uma lei criando um novo imposto; o imposto sobre as rendas na ordem de 1,5%. Este valor teria reflexos na classe dos comerciantes, portanto, foram estes os primeiros que reagiram ao tomar conhecimento da nova lei.
O imposto foi aprovado na Assembléia e definido sua cobrança a partir de 27 de março de 1883. Posteriormente o tributo passou a ser chamado de “imposto do vintém”, não pela quantia ou pela espécie, mas somente pelas conseqüências que a nova contribuição gerou naquele final de março.
No dia que entraria em vigor o “imposto do vintém” o comércio, em sinal de protesto, cerrou as portas e distribuiu boletins a população incentivando reivindicações.
Alguns políticos dissidentes do mesmo partido do governador aderiram à campanha dos comerciantes realizando comícios, e é destes comícios que surgem atos exaltados contra os favoráveis a nova carga tributária.
Em uma reunião ocorrida no salão Lindermann, na Rua São Francisco, entre o líder do movimento, o dr. Sérgio de Castro e o governista dr. Manuel Eufrásio, deixou claro que os comerciantes não aceitariam tal imposto e por sua vez o presidente da província mantinha-se inflexível. Após este encontro o dr. Carlos de Carvalho ordenou que o 3° Regimento de Artilharia, o 2° Corpo de Cavalaria e a polícia provincial fizessem patrulhamento nas principais ruas da cidade.
Num novo comício no dia 30 de março a população, em geral, resolve tomar providências enérgicas e se dirige a sede do governo aos berros de: “ao palácio!”. No meio do caminho resolvem fazer manifestações de vandalismo nas propriedades dos governistas: José Lourenço de Sá Ribas, Generoso Marques dos Santos e de Benedicto Enéas de Paula.
Como as forças governistas já estavam em patrulhamento, sob o comando dos militares: coronel José Clarindo de Queirós, pelo exército; tenente-coronel José de Almeida Barreto, pela cavalaria; capitão Joaquim Barreto da Gama Lôbo Pita, pelo polícia, o confronto foi inevitável.
Postados a frente dos manifestantes, que não se intimidaram com o aparato policial-militar, houve tiros de ambas as partes, tornando-se, as ruas próximas ao palácio, palco de guerra ensandecida.
Ao final dos distúrbios o saldo era: um popular morto; vários feridos de ambos os lados; inúmeras prisões efetuadas, inclusive do líder, dr. Sérgio de Castro. Para agravar a situação, houve uma questão consular entre Brasil e Alemanha, quando alguns súditos de Bismarck estavam entre feridos e presos.
Depois dos acontecimentos do dia 30 o imposto foi mantido, porém, a situação do seu criador, o presidente da província, ficou precária junto ao governo. Faltando-lhe por completo o apoio público, além de não ter mais a base política do seu prórpio partido, o dr. Carlos Augusto de Carvalho viu-se forçado a entregar a presidência às mãos do vice Antônio Alves de Araújo, o Comendador Araújo no dia 26 de maio de 1883. O Comendador, comerciante nato que era, apazigou os animos de ambos os lados e governou a província, neste primeiro mandato, por alguns meses.
Para o dr. Carlos de Carvalho, tal fato não deixou nenhum rancor ao povo paranaense, pois mais tarde aceitou defender o estado (já em período republicano) contra Santa Catarina na questão do território contestado.
Referências
↑ pmpr.pr.gov.br: A Revolta dos Comerciantes da Província Protestando Contra o Imposto do Vintém, acessado em 26 de agosto de 2009
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