segunda-feira, 3 de março de 2025

trumpismo o fim do ocidente meu

O "FIM DO OCIDENTE" PRECEDE DE MUITO O TRUMPISMO São insuficientes as avaliações que indigitam Donald Trump como coveiro do "mundo ocidental" ,entendido no calendário cultural, na sua interface axiológica (ciência dos valores humanos) como ILUMINISMO, da vertente racionalista de kant, o mundo ocidental, que há pouco menos de meio milênio se auto proclama depositário da herança compartilhada como democracia, estado de direito, direitos humanos inalienáveis, o direito à segurança física e social, direito internacional e uma ordem multilateral baseada em regras, sob a batuta dos Estados Unidos. Mas isso não é de agora, observa Guilherme Duval (https://www.socialeurope.eu/the-end-of-the-west-and-europes-future ). É preciso reconhecer que "na prática" prossegue ele, "o Ocidente frequentemente se desviou desses ideais. Os estados europeus se comportaram vergonhosamente em relação às suas colônias e a seus habitantes durante as guerras de independência, enquanto os EUA durante a Guerra Fria prontamente apoiaram ditaduras brutais para combater a URSS, desde a derrubada de Mohammad Mossadegh no Irã até Salvador Allende no Chile. A era pós-Guerra Fria não foi melhor, como demonstrado pela desastrosa invasão do Iraque". Seria necessário atentar "para as mudanças geopolíticas e da dinâmica geoeconômica subjacente, em relação às quais a presidência de Trump marca uma aceleração decisiva e provavelmente irreversível dessa tendência". E prossigamos ainda com Duval, que sinaliza "o retorno de Donald Trump ao poder nos EUA como o fim do Ocidente — a aliança entre a Europa Ocidental e os EUA, forjada nas duas guerras mundiais do século XX e solidificada durante a Guerra Fria. A queda do Muro de Berlim já havia enfraquecido esse vínculo... Os EUA vêm mudando seu foco para a Ásia e a China há anos. Essa tendência começou sob Barack Obama, que iniciou uma retirada de fato da Europa e suas regiões vizinhas...O forte apoio do governo Biden à Ucrânia desacelerou esse desligamento, mas havia pouca dúvida de que a trajetória continuaria". E ainda mais um pouco da argumentação de Durval: "Os EUA, outrora campeões do multilateralismo, não esperaram que Trump minasse as instituições globais. Washington há muito tempo criticava e desfinanciava as Nações Unidas, a UNESCO e a Organização Mundial do Comércio. Recusou-se a ratificar o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, rejeitou a sua jurisdição e recusou-se a apoiar o Protocolo de Kyoto — atrasando os esforços globais para combater as mudanças climáticas em pelo menos vinte e cinco anos. A doutrina "America First" é anterior a Trump". E por aí vai o diagnóstico de seu trumpismo. De minha parte, sem a pretensão de ser original (longe disso), na avaliação do trumpismo recorro a uma interface da geopolítica e da geoeconomia, muito pouco evocada na atualidade, que é a da axiologia, e isso me leva às origens do pensamento ocidental, assumidas como valor de face da herança da Grécia Clássica e seus pensadores, supostamente responsáveis por inaugurar a reflexão autônoma no Ocidente, dissociada do mito. Na verdade, trata-se de uma CONTRAFAÇÃO do pensamento grego, que consiste num caricatural REDUCIONISMO, ao eleger a RAZÃO como valor supremo da reflexão humana, em prejuízo dos demais valores, quais sejam, além da razão, a intuição, a ética, a estética e os sentimentos. A HIERARQUIZAÇÃO dos valores jamais constou da sabedoria grega, assim como de TODA e qualquer visão de mundo na história da cultura e da civilização. Trata-se de uma autêntica jabuticaba eurocentrista, responsável pela arrogância suicida que veio a dar no "fim do Ocidente". Os valores humanos são distintos uns dos outros, porém, não se separam e são EQUIVALENTES na axiologia: Quem seria capaz de hierarquizá-los? Com que autoridade?  Nivaldo Manzano

Trumpismo o fim do ocidente

O "FIM DO OCIDENTE" PRECEDE DE MUITO O TRUMPISMO São infundadas as avaliações que indigitam Donald Trump como coveiro do "mundo ocidental",entendido no calendário cultural, na sua interface axiológica (ciência dos valores humanos) como ILUMINISMO, da vertente racionalista de kant, o mundo ocidental, que há pouco menos de meio milênio se auto proclama depositário da herança compartilhada como democracia, estado de direito, direitos humanos inalienáveis, o direito à segurança física e social, direito internacional e uma ordem multilateral baseada em regras, sob a batuta dos Estados Unidos. Mas isso não é de agora, observa Guilherme Duval (https://www.socialeurope.eu/the-end-of-the-west-and-europes-future ). É preciso reconhecer que "na prrática" prossegue ele, "o Ocidente frequentemente se desviou desses ideais. Os estados europeus se comportaram vergonhosamente em relação às suas colônias e a seus habitantes durante as guerras de independência, enquanto os EUA durante a Guerra Fria prontamente apoiaram ditaduras brutais para combater a URSS, desde a derrubada de Mohammad Mossadegh no Irã até Salvador Allende no Chile. A era pós-Guerra Fria não foi melhor, como demonstrado pela desastrosa invasão do Iraque". Seria necessário atentar "para as mudanças geopolíticas e da dinâmica geoeconômica subjacente, em relação às quais a presidência de Trump marca uma aceleração decisiva e provavelmente irreversível dessa tendência".E prossigamos ainda com Duval, que sinaliza "o retorno de Donald Trump ao poder nos EUA como o fim do Ocidente — a aliança entre a Europa Ocidental e os EUA, forjada nas duas guerras mundiais do século XX e solidificada durante a Guerra Fria. A queda do Muro de Berlim já havia enfraquecido esse vínculo... Os EUA vêm mudando seu foco para a Ásia e a China há anos. Essa tendência começou sob Barack Obama, que iniciou uma retirada de fato da Europa e suas regiões vizinhas...O forte apoio do governo Biden à Ucrânia desacelerou esse desligamento, mas havia pouca dúvida de que a trajetória continuaria". E ainda mais um pouco da argumentação de Durval: "Os EUA, outrora campeões do multilateralismo, não esperaram que Trump minasse as instituições globais. Washington há muito tempo criticava e desfinanciava as Nações Unidas, a UNESCO e a Organização Mundial do Comércio. Recusou-se a ratificar o Estatuto do Tribunal Penal Internacional, rejeitou a sua jurisdição e recusou-se a apoiar o Protocolo de Kyoto — atrasando os esforços globais para combater as mudanças climáticas em pelo menos vinte e cinco anos. A doutrina "America First" é anterior a Trump". E por aí vai o diagnóstico de seu trumpismo. De minha parte, sem a pretensão de ser original (longe disso), na avaliação do trumpismo recorro a uma interface da geopolítica e da geoeconomia, muito pouco evocada na atualidade, que é a da axiologia, e isso me leva às origens do pensamento ocidental, assumidas como valor de face da herança da Grécia Clássica e seus pensadores, supostamente responsáveis, por inaugurar a reflexão autônoma no Ocidente, dissociada do mito. Na verdade, trata-se de uma CONTRAFAÇÃO do pensamento grego, que consiste num caricatural REDUCIONIOSMO, ao eleger a RAZÃO como valor supremo da reflexão humana, em prejuízo dos demais valores, quais sejam, além da razão, a intuição, a ética, a estética e os sentimentos.A HIERARQUIZAÇÃO dos valores jamais constou da sabedoria grega, assim como de TODA e qualquer visão de mundo na história da cultura e da civilização. Trata-se de uma autêntica jabuticaba eurocentrista, responsável pela arrogância suicida que veio a dar no "fim do Ocidente". Os valores humanos são distintos uns dos outros, porém, não se separam e são EQUIVALENTES na axiologia: Quem seria capaz de hierrquizá-los? Com que autoridade? NIvaldo Manzano