sexta-feira, 22 de junho de 2018

O que é e quem está por trás da agência dos EUA que "combate desinformação"

 
"Uma GUERRA DE INFORMAÇÃO contra o Ocidente", diz vídeo de introdução de página dos EUA que afirma combater Fake News da Rússia
 
Jornal GGN - A construção da informação nos Estados Unidos nos jornais e imprensa sempre esteve atrelado ao interesse do país no mercado mundial: em parceria com o Departamento de Justiça, esquemas de corrupção envolvendo empresas norte-americanas eram abafados e mantidos em sigilo, enquanto casos envolvendo multinacionais de outros países são escancarados nos holofotes da mídia.
 
Em meio a este modelo de domínio em busca de favorecer os interesses comerciais do país e na era das chamadas Fake News, ou notícias falsas, a construção da informação foi se adaptando. Agora, na massificação de informações sem controle, agências de checking news aparecem como os novos porta-vozes da verdade, rebatendo ou "desmentindo" outras notícias, em uma guerra em que grandes controladores da imprensa saem favorecidos frente às tentativas de blogs e mídias alternativas.
 
Mas da mesma forma como os donos e interesses por trás dos grandes jornais foram, aos poucos, sendo revelados ao público, estas agências de checking news também vão sendo descontruídas. É o caso da Atlantic Council, que se apresenta como uma "think tank" norte-americana e, após organizar eventos em que membros da Operação Lava Jato aparecem como estrelas mediadoras, criou agora um site para "combater a desinformação russa".
 
 
Convidados e linha editorial da Atlantic Council
 
 
No dia 19 de julho do último ano, a instituição preparou uma palestra denominada "Lições do Brasil: Lutando contra a Corrupção em meio à Turbulência Política". Além do teor do evento já ressaltado pela coluna "Xadrez do jogo político dos fake news", de Luis Nassif, trazendo entre os oradores o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o então diretor da Polícia Federal Maurício Valeixo, e representantes da Justiça dos EUA, personagens da tradicional imprensa brasileira foram os mediadores do evento.
 
Em março, o GGN trouxe os detalhes na reportagem "Janot admitiu cooperação com Estados Unidos para Lava Jato avançar e condenar Lula". A moderadora da palestra foi a ex-correspondente da Folha de S.Paulo e que hoje atua como vice-diretora do gabinete da América Latina da filantrópica estadunidense Adrienne Arsht, Andrea Murta, que também escreve para o próprio Atlantic Council, e enalteceu as atuações da Lava Jato e de Sérgio Moro.
 
 
Outra convidada, a jornalista Alana Rizzo, que já foi diretora da Abraji e passou pelas revistas Época, Veja e Correio Braziliense, e segue escrevendo para os jornais da velha imprensa, como o Estado de S.Paulo. Atua hoje em uma consultoria dos EUA para "oferecer análise e suporte políticos" a clientes. 
 
Também esteve na equipe selecionada, e supostamente imparcial daquela palestra, o jornalista Fernando Mello, que já escreveu para a Veja e para a Folha de S.Paulo, foi colunista do El País América e hoje está no JOTA, parceiro da Folha. 
 
A mira política da agência: Rússia
 
 
Um ano após o episódio envolvendo a Atlantic Council criado para valorizar o polêmico modus operandi da Lava Jato, neste mês a instituição anunciou o lançamento do site DisinfoPortal.org, descrito por eles como "um guia online interativo para ratrear as campanhas de desinformação do Kremlin no exterior, referindo-se à fortaleza russa em Moscou.
 
Mais uma vez sem a preocupação de diluir os interesses geopolíticos das iniciativas da instituição, segundo comunicado da própria Atlantic, a página tem como alvo alimentar "jornalistas, governos e formuladores de políticas". "O portal reúne 23 das principais organizações e mais de 80 especialistas que combatem a desinformação russa nos Estados Unidos e na Europa, e é uma iniciativa do Centro Eurásia do Atlantic Council", divulgou.
 
Na linha de se apresentar porta-voz da verdade ou da crebilidade frente a um público convencido de uma instabilidade geral de Fake News nas informações onlines, os 80 especialistas foram escolhidos pela instituição que carrega em seu histórico, como demonstrado pelo GGN, uma postura editorial e política definida. E afirmam ser capazes de "explicar as operações de influência da Rússia", ainda que não evidenciando quem são as organizações membros e seus autores.
 
 
"O DisinfoPortal.org é um portal online interativo e guia para a guerra de informações do Kremlin", diz o vídeo de introdução.
 
"É hora de parar de 'admirar o problema' da desinformação russa e começar a reagir, usando as ferramentas das sociedades democráticas para combater o manual do autocrata. A rede lançada hoje é uma ferramenta para todos aqueles que estão prontos para avançar nessa luta, sejam eles jornalistas do Mundo Livre ou ativistas sob ameaça de autoritários", afirmou o embaixador Daniel Fried.
 
 
"Como a OTAN, os EUA e a UE devem reagir à desinformação e à guerra política russa?", questiona outro vídeo.
 
De acordo com informações do DoJ, Fried praticamente começou sua carreira em plena Guerra Fria, no Escritório de Assuntos Soviéticos do Departamento de Estado entre os anos de 1985 a 1987. E seguiu em embaixadas dos EUA na Polônia, durante a saída do país sobre a influência da política russa. Depois, chegou a atuar em outros países europeus, sempre com a defesa dos EUA contra o sistema político da Rússia. Em 2011, foi enviado ao Iraque para manter influência no campo de refugiados de opositores irarianos em Ashraf, e também foi para Guantánamo como Assessor Especial.
 
Ele é um dos membros do Atlantic Council e uma das cabeças da criação dessa página anti-russa. Entre os relatórios já produzidos pelo portal, títulos como "Não é apenas o Facebook: contra a ofensiva da mídia social russa", "Propaganda Anti-Ocidente, 2017", "Imagem dos países europeus na TV russa", "Cavalos de Tróia do Kremlin", entre outros meios, como os vídeos "O que a OTAN deve fazer sobre a desinformação russa?" e "O que há no kit de desinformação do Kremlin?".
 
 
"O Congresso dos EUA promulgou a Lei de Registro de Agentes Estrangeiros de 1938 para garantir que o povo americano soubesse quando governos estrangeiros financiavam fontes de mídia. Na época, suas preocupações se concentravam no regime nazista na Alemanha. Hoje, esta questão ressurgiu com preocupações sobre a tomada de propaganda russa RT (antiga Russia Hoje)", descreve um dos artigos [acesse abaixo].
 
 

Grèce: une page se tourne, c'est la fin de la crise (?)

Les ministres des Finances de la zone euro se sont entendus dans la nuit sur un vaste accord mettant fin à huit années de crise, d'austérité et de plans de sauvetage pour la Grèce.
Après huit ans, la crise de la dette grecque "s'achève".
Les ministres des Finances de la zone euro sont parvenus aux premières heures de vendredi à un accord d'allégement de la dette grecque assorti d'une importante injection de liquidités conçu pour rendre la Grèce autonome à la sortie de son régime de mise sous tutelle à la fin du mois d'août.
Ayant perdu l'accès aux marchés à la faveur de la crise financière de 2008 et de la crise de la dette qui a suivi, la Grèce vit essentiellement depuis 2010 de l'argent emprunté aux Etats de la zone euro dans le cadre de trois opérations de renflouement. Avec des centaines de réformes demandées par ses créanciers déjà réalisées, la Grèce a fait des progrès importants.
Mais pour lui prêter à nouveau, les investisseurs ont besoin de savoir qu'elle ne s'effondrera pas à nouveau sous le poids du service d'une dette qui représente 180% de son produit intérieur brut (PIB).
"Après huit longues années, la Grèce va enfin sortir de l'assistance financière. Un nouvel allégement de la dette était nécessaire pour rendre la dette grecque viable à l'avenir" (le président de l'Eurogroupe, Mario Centeno)
Le ministre grec des Finances, Euclide Tsakalotos, a déclaré à la presse que l'accord rendait la dette grecque viable et ouvrait la voie à un retour de son pays sur les marchés.

Que dit l'accord?

• La Grèce recevra le dernier décaissement de 15 milliards d'euros dans le cadre de son plan de sauvetage de 86 milliards d'euros, dont environ 25 milliards resteront inutilisés. Sur ce montant, 5,5 milliards seront déboursés sur un compte séparé, à utiliser pour le service de la dette et 9,5 milliards seront déboursés sur un compte spécial créé pour constituer des réserves de liquidités, à utiliser pour le service de la dette en cas de besoin.
• La réserve de liquidités, qui comprend déjà des fonds fournis par la Grèce, atteindra une capacité finale d'ici la fin du programme de 24,1 milliards d'euros couvrant les besoins financiers souverains du pays pour environ 22 mois après la fin du programme le 20 août.
• La Grèce maintiendra un excédent primaire de 3,5% de son produit intérieur brut (PIB) jusqu'en 2022 et s'en tiendra ensuite aux règles budgétaires de l'UE, ce qui représenterait un excédent primaire de 2,2% du PIB en moyenne entre 2023 et 2060, selon les estimations de la Commission européenne.
• Les échéances de prêts représentant un total de 96,9 milliards d'euros seront prolongées de 10 ans. Cette mesure concerne les prêts accordés à la Grèce dans le cadre de son deuxième plan de sauvetage par le Fonds européen de stabilité financière (FESF), instrument utilisé par les pays de la zone euro pour financer les premiers sauvetages au début de la crise financière. Il a ensuite été remplacé par le Mécanisme européen de stabilité (MES), le fonds de sauvetage actuel du bloc. En vertu de l'accord, le paiements des intérêts et les amortissements sur les prêts du FESF seront également différés de 10 ans.
• La zone euro transférera à la Grèce les bénéfices réalisés sur les obligations grecques par la Banque centrale européenne et les banques centrales de la zone euro deux fois par an, en décembre et juin, à partir de 2018 jusqu'en juin 2022. L'argent sera utilisé pour réduire les besoins de financement bruts ou pour financer d'autres investissements convenus et sera conditionné au maintien des réformes acceptées par la Grèce.
• L'accord garantit que les besoins de financement bruts de la Grèce resteront inférieurs à 15% du PIB à moyen terme et inférieurs à 20% du PIB par la suite, avec une dette à la baisse.
• Les ministres des Finances de la zone euro examineront en 2032 si des mesures de dette supplémentaires sont nécessaires pour s'assurer que les besoins de financement bruts de la Grèce restent en deçà des seuils fixés, et prendront des mesures appropriées, si nécessaire.
• En cas de scénario économique difficile, l'Eurogroupe peut redéfinir, plafonner et différer les paiements d'intérêts au FESF autan qu'il sera nécessaire pour respecter les critères de financement bruts convenus.
• L'évolution de la situation économique en Grèce sera surveillée trimestriellement par la Commission, la Banque centrale européenne, le Fonds monétaire international et le fonds de sauvetage.
le commissaire européen aux Affaires économiques Pierre Moscovici. et le ministre des Finances grec Euclid Tsakalotos. ©EPA