quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

UM ESBOÇO DO TRUMPISMO

UM ESBOÇO DO TRUMPISMO. Parece inadequado dizer-se que Trump rompe radicalmente na geopolítica com o UNIVERSALISMO, uma ideologia de revérberos grandiloquentes, já em retirada no mundo ocidental. O UNIVERSALISMO brotou dos arroubos retóricos da Revolução Francesa (RF), convertida em símbolo na "Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão" É nela inspirado que o filósofo Immanuel Kant, um entusiasta da RF, fez do universalismo o seu credo, um ESCLARECIMENTO ("aufklarung", no original alemão) à "espécie humana" (sic), que consistiu em sacudi-la de seu "sonho dogmático", no qual permanecera adormecida durante três mil séculos (trezentos milênios), ou seja, desde a ocorrência do homo sapiens, uma "nova revolução copernicana" como foi chamada, conhecida também como ILUMINISMO, ou o despertar da RAZÃO. O Iluminismo é um eufemismo para ideologia liberal, da qual Kant foi um desbravador na sua teoria filosófico-política, assim como o fora Adam Smith na economia. Como inspiração e expressão do Iluminismo em ambas as dimensões tem-se a GLOBALIZAÇÃO, um rótulo novo para um processo multissecular e os seus correlatos, universalizados urbi et orbi no caráter contextual da expansão econômica, política, ideológica, cultural e militar de países da Europa ocidental e dos Estados Unidos sobre o restante do mundo. Este “universalismo europeu” na expressão do sociólogo estadunidense Immanuel Wallerstein, difere do projeto da Casa Branca, de Donald Trump, que se caracteriza peloseu seu PARTICULARISMO , que tem no seu DNA a quintessência da mesma globalização iluminista, quanto à sua vocação para o poder dos mais iguais que os iguais, agora despudorada. Isso é o TRUMPISMO, uma modalidade reducionista do EUROCENTRISMO, que é uma flexão retórica de caráter pejorativo do Iluminismo. E o Iluminismo, como se sabe, é o império da RAZÃO por sobre os demais valores axiológicos, a saber, os sentimentos, a ética, a estética e a intuição. Sao valores equivalentes entre si, incluida a razão, porém, distintos, embora nao separaveis. Nivaldo Manzano
A EVIDÊNCIA PLANA, COLHIDA DA SUPERFÍCIE DAS COISAS, MAIS ESCONDE DO QUE REVELA Um exemplo paradigmático: Immanuel Kant, pensador considerado maíúsculo, o filósofo que consolidou com a sua RAZÃO SOBERANA o ideário do liberalismo político, deixou-se levar pela evidência superficial, que suhjaz nas milhares de páginas que escreveu com vistas ao ESFLARECIMENTO (aufkarung, no original alemão) da HUMANIDADE,ou ILUMINISMO,na sua vertente racionalista. Faltou ao filósofo consciência crítica, ele, autor da "CRÍTICA da razão pura").Por "consciência crítica" entenda-se a capacidade espontânea de situar-se em CONTEXTO, somente possível sobre o pano de fundo diferencial de outro contexto. Os idênticos são irreconhecíveis. Em meio acadêmico, a consciência crítica se aloja ad hoc na atualidade na "Antropologia cultural", disciplina que avança celeremente, a ponto de inibir o interesse pela investigação filosófica. A pretensão kantiana de ter despertado a "espécie humana" de seu "sonho dogmático" (sic), 3 mil séculos (300 mil qnos) depois da ocorrência do homo sapiens, na localidade de Köenisberg, na Prússia, onde nasceu o filósofo, levou-o a formular uma visão de igual grandiloqência, feita de uma penca de universalismo VAZIOS (desprovidas de contexto), como "espécie humana","liberdade", "direito" "natureza", "felicidade" e outros. São tais determinações descontextuializadas que qualificam urbi et orbi a RACIONALIDADE,que supostamente lastreia a legitimidade do comportamento e do processo de tomada de decisão, apanágio da civilização OCIDENTAL moderna. O primeiro a contestá-lo foi o seu aluno predileto, Johann Gottfried von Herder(1744 - 1803) precursor da linguística, ao se opor de ofício à ideia do mestre de criação de uma LINGUAGEM UNIVERSAL, algo somente possível nas linguagens formais, tais como a dos bits, da matemática, da lógica, ou do telégrafo. É ignorar o que vem a ser DIVERSIDADE CULTUIRAL, conceito pioneiro do napolitano Giamhattista Vico, contemporâneo de Kant. Moral da história: Sob o pretexto da RAZÃO, considerada como faculdade SOBERANA por sobre as demais (sentimento, intuição, ética e estética) tem-se "realidade como ela é e não pode ser de outra maneira", do PENSAMWENTO ÚNICO, ou liberalismo. Lembre-se de que Kant é celebrado como o "filósofo da liberdade" ((mais de 260 milhões de acessos no google, em contraste com 60 milhões de Marx) Nivaldo Manzano Resulta, a mais das vezes, da necessidade de nomear tal ou tal experiência humana a partir do já conhecido. Por isso não é de estranhar o uso de órgãos do corpo para tornar determinado conceito mais próximo da realidade. Na verdade, os poemas homéricos falarão do corpo em si “enquanto totalidade visível [e por isso] será qualiicado de «estatura» ou «silhueta»”28, mas “enquanto conjunto vivo, ele será designado por um termo colectivo […] (como por exemplo “membros”)”29 , numa clara adaptação de um vocabulário de emoções e sentimentos a órgãos concretos, ou ao seu conjunto, isto é, ao visível, ao palpável. Outro exemplo poderá ser aduzido da própria batalha: o corpo que luta, aquele que se apresenta para ser ferido, é a χϱοιά, isto é, a superfície de corpo, a pele, isto é, a sua visibilidade passível de ser penetrada, e que, em batalha, pode estar revestida das armas que se possui. Assim, Aquiles perscruta o corpo (χϱοιά) de Heitor procurando onde penetrar. Signiicativamente utiliza-se este termo também quando referido ao corpo amoroso, isto é, ao corpo que se deita com outro30 .O corpo tem por “função a marca da pertença do ser humano ao universo da visibilidade e de o localizar”33. É um elemento no espaço, e enquanto cadáver “constitui-se como um estranho e inquietante resíduo de visibilidade, a meio caminho entre dois mundos”34 que será preciso “retirar” da visibilidade para que possa seguir o seu caminho para o Hades. Ora, este corpo assume-se dentro de um quadro antropológico especíico, com características particulares. Em primeiro lugar uma concepção naturalista do tempo e da vida do homem: uma geração dá lugar a outra como as folhas de uma árvore: “Assim como a linhagem das folhas, assim é a dos homens. Às folhas, atira-as o vento ao chão; mas a loresta no seu viço faz nascer outras, O ritmo da existência é dado então pela própria natureza, sublinhando-se assim uma curva vital que termina na morte: “os homens são os «efémeros», aqueles que só vivem o dia-a-dia, do nascimento matinal à noite da morte, mas também aqueles que constatam a cada dia que a sua energia vital, cuja sede é corporal, que se esgota e reclama ser restaurado pela alimentação e [pelo] o sono”36. Diferentemente os deuses, com um corpo muita das vezes antropomorizado, têm em si uma energia vital inesgotável e por isso escapam a essa estrutura vital da natureza. Criados como os humanos, essa geração não exprime uma sucessão temporal mas “os laços de dependência funcional e a estrutura hierárquica do cosmos”37 Esta personalidade orgânica é, no herói, como que um campo corporal, onde encontramos um luxo da força orgânica, psíquica e divina, concentrado na sua tarefa de se tornar imortal pelos seus actos. Na morte do herói, vida e destino coincidem enim. Fama é o único im do herói, mas uma fama que a própria mortalidade torna imperativa65. Assim, o herói será o exemplo a imitar pelo homem comum, não pela sua superação divina, mas porque é verdadeiramente excesso de humanidade66: “a fonte da implacável fúria de Aquiles é precisamente o seu nível de vitalidade sem paralelo”67 .

Crematística bbb

https://philarchive.org/archive/TABOPD-2 CAPÍTULO I O PROBLEMA DA ANÁLISE ECONÔMICA EM ARISTÓTELES 13 I. Karl Marx 15 II. Joseph Schumpeter 19 III. Moses Finley 22 IV. Karl Polanyi 26 CAPÍTULO II ECONOMIA E CREMATÍSTICA 29 I. Polis, Oikos e Economia 29 II. Riqueza e Propriedade – A Arte de Aquisição na Economia 33 III. A crematística 36 IV. A usura e o monopólio 43 CAPÍTULO III A JUSTIÇA NAS TROCAS 46 I. A necessidade 48 II. O dinheiro 52 III. A proporção na troca 54 CAPÍTULO IV AÇÃO E PRODUÇÃO 58 I. Instrumento de ação e produção 58 II. Práxis e Poiêsis 60 III. A riqueza – um instrumento de ação 65 IV. Economia e Crematística – considerações gerais 69 CONCLUSÃO 73 REFERÊNCIAS BIB Na interlocução´entre duas pessoas dá-se entre ambas o assentimento e a ponderação crítica, AO MESMO TEMPO, de modo a que o dito um ao outro se acomode no entendimento prévio que cada um trazia como bagagem cultural na sua experiência de vida. Somente no monólogo isso não ocorre, porque o monólogo consiste em falar consigo mesmo. A DIVERSIDADE de pontos de vista é intrínseca ao diálogo e o caracteriza. Arístóles a cunhou como fundamento da DEMPCRACIA. Nisso consiste a ASSIMIULAÇÃO, uma condição para se reconhecer o diálogo como enriquecedor, por ampliar as visões de mundo mediante a sua diversidade. O pressuposto é o do artista: Há tantos modos de se enxergar a realidade quantas sejam as janelas que se abrem para ela. Nestes tempos de predominância da cultura MAXISTA.em lugar do diálogo, prevalece a CONFRONTAÇÃO, tanto mais intensa quanto mais se amiuda a interlocução nas redes. Seria como no futebol fazer do adversário um inimigo. Machado de Assis, o mais arguto dos FILÓSOFOS brasileiros, escreveu, a propósito a alegoria da "Opereta a quatro mãos". O seguinte: Deus, aborrecido de sua eternidade monocórdica, decidiu convidar o Diabo para servir-lhe como interlocutor. Ao que o Diabo prontamente aceitou sob uma CONDIÇÃO: Que se refizesse o relato bíblico, em que Deus se faz reconhecer como o único Criador. Aceita por Deus, tem-se, então, a instalação do diálogo entre Deus e o Diabo, que transcorre na forma de um jogo, que consiste em criar regras de criação de regras de Criação do mundo. Assim, um põe e outro dispõe, sobre um tabuleiro que nunca é o mesmo, se entretando ambos eternidade a dentro. É o que o sábio

Opereta a quatro mãos

Opereta a quatro mãos Na interlocução´entre duas pessoas dá-se entre ambas o assentimento e a ponderação crítica, AO MESMO TEMPO, de modo a que o dito um ao outro se acomode no entendimento prévio que cada um trazia como bagagem cultural na sua experiência de vida. Somente no monólogo isso não ocorre, porque o monólogo consiste em falar consigo mesmo. A DIVERSIDADE de pontos de vista é intrínseca ao diálogo e o caracteriza. Arístóles a cunhou como fundamento da DEMPCRACIA. Nisso consiste a ASSIMIULAÇÃO, uma condição para se reconhecer o diálogo como enriquecedor, por ampliar as visões de mundo mediante a sua diversidade. O pressuposto é o do artista: Há tantos modos de se enxergar a realidade quantas sejam as janelas que se abrem para ela. Nestes tempos de predominância da cultura MAXISTA.em lugar do diálogo, prevalece a CONFRONTAÇÃO, tanto mais intensa quanto mais se amiuda a interlocução nas redes. Seria como no futebol fazer do adversário um inimigo. Machado de Assis, o mais arguto dos FILÓSOFOS brasileiros, escreveu, a propósito a alegoria da "Opereta a quatro mãos". O seguinte: Deus, aborrecido de sua eternidade monocórdica, decidiu convidar o Diabo para servir-lhe como interlocutor. Ao que o Diabo prontamente aceitou sob uma CONDIÇÃO: Que se refizesse o relato bíblico, em que Deus se faz reconhecer como o único Criador. Aceita por Deus, tem-se, então, a instalação do diálogo entre Deus e o Diabo, que transcorre na forma de um jogo, que consiste em criar regras de criação de regras de Criação do mundo. Assim, um põe e outro dispõe, sobre um tabuleiro que nunca é o mesmo, se entretando ambos eternidade a dentro. É o que o sábio

mensaegem aos titubeantes