terça-feira, 30 de novembro de 2021

NOrman Cohn Na senda do milênio

 Norman Cohn - Na senda do milênio 

http://naqiao.hk/libros_fortea/en_pos_del_milenio.pdf 

Financiarização da agricultura Roberto Moraes

 

Fundos e ampliação da financeirização do agronegócio no Brasil 

Roberto Moraes

O agronegócio brasileiro é cada vez mais parte da engrenagem do circuito financeiro em várias escalas (do nacional ao global, do campo à Faria Lima – Wall Street) e conquistou peso político que hoje contribui para transformar as relações Estado-Mercado-Sociedade", diz o jornalista Roberto Moraes



São movimentos que levam ao

 Controle financeiro feito 

por movimentos duplos e s



imultâneos de valorização e 


capitalização, onde muito se


 Especula com promessas

 Futuras de valor








É um setor que nasceu e ainda tem muito forte o financiamento estatal subsidiado, mas que paulatinamente, vai saindo do controle de pequenos e médios produtores, em direção a grandes corporações (players) que agem de forma articulada e com conexões em plataformas digitais e financeiras globais.

Quanto mais financeirizada é uma empresa do setor, maior é a exploração da produção real e das economias regionais, o que de certa forma expõe a compensação do nível de especulação realizada pelos esquemas de ações (IPO, quota de fundos), mercado futuro e outros.

A capitalização do setor cada vez conta com mais inovações financeiras que em última instância busca capturar mais valor da atividade produtiva. Essa capitalização vem de instrumentos já conhecidos, entre os quais estão os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA). Esta última, muito oferecida a correntistas/investidores médios pelos gerentes de bancos tradicionais.

Neste processo de “inovações financeiras” – que se traduzem em formas de capitalizar o setor e remunerar ainda mais os donos dos dinheiros -, o Congresso Nacional, atendendo a expectativas e pressões do mercado, aprovou a lei nº 14.130/2021, em 29.03.2021, que instituiu o Fiagro (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais).







O Fiagro promete a junção de recursos de vários tipos investidores para a aplicação em ativos de investimentos do agronegócio, desde os de natureza imobiliária rural (propriedade) ou de atividades relacionadas a produção do setor.

Após regulamentação feita pela CVM, neste segundo semestre 2021, cotistas e investidores se aliaram a gestoras de fundos e os primeiros Fiagros foram surgindo. O mercado guardava uma expectativa de reunir algo próximo a R$ 1 bilhão até o final do ano, porém foi muito superado.


Assim, segundo dados da CVM, desde agosto passado, já foram protocolados para análise de oferta, um total de 28 Fiagros que reúnem mais de 9 mil cotistas que podem atingir, até o final do ano, um volume superior a 5 vezes, as expectativas chegando a mais de R$ 5 bilhões de investimentos.

O fato é um indicador empírico que mostra as transformações na forma de intermediação financeira e na ampliação da hegemonia do setor financeiro sobre a economia nacional. Os excedentes da poupança das famílias e das empresa não são mais majoritariamente colocados nos bancos tradicionais e na poupança. O Bolsa (B3, ex Bovespa) já possui mais de 4 milhões de investidores pessoas físicas.

Os fundos não são um mal per si, mas o modus operandi desta lógica do capitalismo da gestão de ativos, sim. Essas inovações financeiras amplificadas pelo potencial da tecnologia e plataformas digitais, oferece fluidez e uma hipermobilidade ao capital. Esse movimento em curso leva à expansão de crédito privado, sob controle do mercado de capitais, que paulatina e crescentemente vai substituindo o Estado.

Assim, a Anbima e as gestoras de fundos financeiros vão assumindo o controle das políticas econômicas (deste e de outros setores econômicos) e se tornando, o centro dinâmico da economia. Uma lógica acionária que extrai valor da produção real oriunda das economias locais, exigindo sempre altas rentabilidades e taxas de lucro de curto prazo, que nos relevam como resultado a precarização do trabalho e perda de direitos progressiva neste capitalismo contemporâneo.









Enfim, processo que segue a lógica neoliberal que deseja um estado máximo para o mercado e mínimo para a maioria, na pretensão de substituir o Estado no controle das políticas em diferentes setores, através do controle do seu financiamento.

É evidente que estes movimentos não podem ser vistos dissociados da política. São causas e consequências da manipulação política e do controle do mercado sobre as relações de poder. Processo que retroalimentam estas relações ao intensificar essas inovações que levam à hegemonia financeira no capitalismo contemporâneo.

No Brasil, em especial, pelo volume e expressão do agronegócio no PIB, esta articulação-relação entre o capital financeiro e este setor precisa ser melhor acompanhada e entendida. No atual estágio, ela vai muito para além daquilo que é exposto pelas representações classistas deste setor junto ao poder político e colorido pela mídia corporativa-financeira.

O agronegócio brasileiro é cada vez mais parte da engrenagem do circuito financeiro em várias escalas (do nacional ao global, do campo à Faria Lima – Wall Street) e conquistou peso político que hoje contribui para transformar as relações Estado-Mercado-Sociedade, alternado o protagonismo em favor do mercado.

Trata-se de mudanças que vão se aprofundando na sociedade brasileira e que à medida que avançam e reorganiza a sociedade, vão se tornando mais difíceis de serem superadas, em favor de um projeto nacional, autônomo, soberano de inclusão e menos desigual.

domingo, 28 de novembro de 2021

domingo, 21 de novembro de 2021

Ann Pettifor Eis o sistema que é preciso destruir

 

Eis o sistema que é preciso destruir

Como os bancos centrais inundam de dinheiro o cassino financeiro global. A moeda do mundo, criada do nada, em favor do 0,1%. O papel dos EUA. A ascensão subversiva da China. Uma estudiosa do “novo” capitalismo conta tudo

Por Ann Pettifor | Tradução de Simone Paz

Greenback, greenback, dollar bill
Just a little piece of paper, coated with chlorophyll
Ray Charles

(“Nota de dólar, nota de dólar verde
Apenas um pedacinho de papel, revestido com clorofila ”)

Conhecemos a história porque Henry Paulson, que já foi executivo-chefe da Goldman Sachs e, também, secretário do Tesouro dos EUA durante a última crise, está reunindo os capitalistas do mundo para defender a globalização contra o reshoring, o protecionismo e os controles de imigração. Paulson entende isso como uma guerra de ideias. Nas colunas do Financial Times, defendeu que “a iminente batalha colocará as forças de abertura — enraizadas nos princípios de mercado — contra as de fechamento, em quatro dimensões: comércio, fluxos de capital, inovação e instituições globais”

Essa “batalha iminente” já se inclina a favor da classe dos credores do mundo — com o apoio dos bancos centrais e, em particular, o dos EUA, o Federal Reserve, que emprega sua arma mais potente: o dólar americano, aquele “pedacinho de papel revestido com clorofila”. Suas ações deixam claro que pode não haver um comitê internacional para salvar as pessoas de uma pandemia global, mas existe um comitê internacional criando uma “grande rede de segurança” para salvar as finanças privadas, por causa da pandemia. Os dirigentes dos bancos centrais engajaram-se em uma ação decisiva, expansiva e coordenada internacionalmente para salvar o capitalismo rentista, enquanto os governos de presidentes como Trump, Bolsonaro, Modi e Johnson divertem-se, lidando da pior maneira com a crise da covid-19.

A ascensão do nacionalismo e do protecionismo, que levou esses líderes autoritários ao poder, juntamente com ações extraordinárias dos bancos centrais em apoio aos cassinos financeiros de Wall Street e da City [centro financeiro de Londres], são reações e consequências de “externalidades negativas” típicas da globalização: conectividade e integração. A pandemia não deixa de ser também uma consequência dos riscos sistêmicos à saúde, inerentes à conectividade e à integração do projeto de globalização

Onde ficam os progressistas nesse debate de ideias que envolve globalização e políticas monetárias? A julgar pelo tom e nível do debate público ocidental, a esquerda se mantém à margem da arena de batalha entre os pró-globalização e os contrários a ela. Tanto a campanha eleitoral liderada por Jeremy Corbyn, quanto a candidatura presidencial de Bernie Sanders nos Estados Unidos, ofereceram uma análise sólida, além de uma profunda compaixão e solidariedade às vítimas da globalização e do colapso climático. Mas suas campanhas costumavam focar, com frequência, em questões domésticas — tais como sistemas de saúde, moradia acessível, a nacionalização das ferrovias, a atenção para os pobres e sem-teto — e ignoraram tanto a infraestrutura financeira globalizada (que torna praticamente impossível a reforma desses setores), como o establishment político que lutará até a morte para defender o sistema.

Essa ignorância sobre os elementos nocivos do sistema monetário internacional e seus impactos no Sul Global abafa o debate e inibe possibilidades radicais. Afinal de contas, não é possível transformar um sistema e redesenhar sua arquitetura financeira internacional, enquanto esse sistema não for compreendido, discutido e debatido

Em outras palavras, para decidir nosso rumo, precisamos entender como chegamos até aqui.

Como chegamos até aqui

Diferentemente da recente experiência com a crise internacional, o trauma da Grande Depressão e da Segunda Guerra Mundial levou a intenso debate público sobre o sistema financeiro internacional. John Maynard Keynes era colaborador regular da imprensa popular, inclusive do Daily Mail — de direita –, e envolvia o público com frequentes transmissões de rádio sobre políticas macroeconômicas. O presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, fazia o mesmo

O Acordo de Bretton Woods de 1944 foi parte do resultado desses debates e levou à construção de uma arquitetura financeira internacional projetada para gerenciar e estabilizar os desequilíbrios no comércio e nas finanças que perturbaram o sistema mundial — e tinham aumentado as tensões políticas, levando a uma guerra catastrófica. O planejamento ajudou a gerenciar os desequilíbrios comerciais no mundo todo por quase trinta anos. Assegurou que moedas nacionais fossem vinculadas a um ativo de valor fixo. Isso impediu a especulação cambial e garantiu que a moeda de cada país refletisse os pontos fortes e as necessidades da economia doméstica, não os interesses dos mercados de capitais na economia internacional

Entretanto, logo surgiram tensões e deformações. Já em 1963, Robert McNamara advertia que os gastos militares norte-americanos no exterior haviam se tornado tão grandes que ameaçavam o que ele chamava de “cobertura de ouro” do dólar dos EUA. Em seu estudo magistral da estratégia econômica do império americano, Michael Hudson relata que, em maio de 1970, o secretário do Tesouro dos EUA, David Kennedy, alertou que se países estrangeiros não viabilizassem o aumento das exportações dos Estados Unidos, o Congresso poderia restringir as importações. Hudson escreve que, “basicamente, ele queria dizer que, à medida em que o capital privado dos EUA continuasse a comprar as indústrias e empresas da Europa e da Ásia, estabelecendo um déficit americano na balança de pagamentos por conta de capital, os países que acabavam tendo um superávit, ao receber esses dólares de forma forçada, deveriam aumentar suas importações dos Estados Unidos em quantidades equivalentes ao custo dos EUA para assumir o controle de seus setores e empresas.

Richard Nixon, o presidente norte-americano à época, tendo seu objetivo frustrado por causa de aliados obstinados como o presidente De Gaulle, desmantelou unilateralmente e sem consultar ninguém, o Sistema de Bretton Woods, suspendendo toda a venda adicional de ouro dos EUA a bancos centrais estrangeiros. A partir de então, os US$ 61 bilhões em dívidas líquidas devidas aos estrangeiros seriam pagos apenas na forma de “uma nota de dólar verde, um pedacinho de papel coberto de clorofila”. Com os pagamentos em ouro suspensos, a dívida externa dos Estados Unidos foi, de fato, repudiada. Embora nunca lembrada por economistas e historiadores dessa forma, a ação de Nixon, conhecida como “o choque Nixon”, levou, na época, ao calote de dívida da história

A partir de então, as moedas estrangeiras não seriam mais conversíveis em um ativo seguro de valor fixo, mas em dólares americanos de papel. E, em vez de ouro, a dívida de curto prazo dos EUA (letras do Tesouro), no futuro, seria mantida entre as reservas monetárias dos bancos centrais estrangeiros. Ou seja, as obrigações da dívida de curto prazo do governo dos Estados Unidos assumiram o lugar do ouro, e se tornanaram a reserva monetária oficial mundial.

Mas Nixon ainda tinha mais coisas a fazer para consolidar os EUA como o poder hegemônico global.

A desacoplagem do dólar em relação ao ouro em 1971 levou, como se esperava, a uma queda no valor do dólar. Agora, as receitas obtidas pelos países produtores de petróleo compravam menos nos mercados internacionais. Para aumentar o desespero dos produtores de petróleo do Oriente Médio, os EUA apoiaram Israel na guerra árabe-israelense de 1973. Em resposta, o cartel de petróleo (OPEP) aumentou drasticamente o preço do petróleo. Os enormes ganhos das vendas de petróleo do Oriente Médio inundaram bancos e instituições financeiras ocidentais, que relataram taxas médias líquidas de crescimento anual de depósitos entre 25 e 30%. A alta dos preços do petróleo, combinadoa com a desregulamentação financeira pós-Bretton Woods, desencadeou a inflação em todo o mundo.

E assim, William Simon, recém-nomeado secretário do Tesouro dos EUA, e seu vice, Gerry Parsky, foram encarregados pelo presidente Nixon e por Henry Kissinger de negociar um acordo com os sauditas. O objetivo era claro: persuadir o rei Saudita a investir os retornos de seus campos de petróleo na dívida americana. O rei saudita, Faisal bin Abdulaziz Al Saud, exigiu apenas uma condição em troca: seu financiamento do déficit americano, deveria permanecer “em estrito segredo”, de acordo com um cabo diplomático obtido pela Bloomberg no banco de dados do National Archives

O segredo saudita foi mantido por mais de quatro décadas, e o arranjo fez do Reino Saudita um dos maiores credores estrangeiros dos EUA. Foi, ficou provado, uma arma diplomática útil — e explica a relutância do governo dos EUA em investigar o assassinato brutal de um jornalista do Washington Post, dissidente da Arábia Saudita, Jamal Khashoggi em 2018. Em abril de 2016, a Arábia Saudita ameaçou vender até $ 750 bilhões de dólares em títulos do Tesouro dos EUA e outros ativos, se o Congresso norte-americano aprovasse uma lei que permitisse ao reino ser responsabilizado nos tribunais dos EUA pelos ataques terroristas de 11 de setembro, segundo o New York Times

A dolarização dos combustíveis fósseis transformou o sistema internacional e levou à criação do petrodólar — a “chave para o funcionamento do dinheiro neocolonial”, como argumentou Andres Arauz, ex-ministro equatoriano e conselheiro da Progressive International.

O “Choque Nixon” e o petrodólar foram cruciais para a criação e manutenção da hegemonia global. Ambos contribuíram para a desregulamentação, conectividade e integração que financiaram e carbonizaram a economia global. Nesse sentido, as crises econômicas, ecológicas e de saúde de hoje são, em grande parte, uma consequência das decisões geopolíticas tomadas em 1971.

Que é o sistema monetário internacional atual?

Se o sistema monetário internacional de hoje é resultado das decisões do governo dos EUA, ele trabalha com efetividade na proteção dos interesses da classe rentista globalizada — assim como o padrão-ouro do século XIX e início do século XX protegia os interesses globais desde o centro financeiro de Londres

No cume do sistema, está o Federal Reserve: emissor da moeda de reserva mundial. O dólar é o eixo central que suporta o peso da arquitetura monetária internacional.

Como tal, o Fed é agora a única fonte de liquidez global, fornecendo dólares (por meio de ‘linhas de swap’) não apenas para todos os bancos e credores do mundo, mas também para alguns poucos Bancos Centrais do mundo. Os excluídos desta generosidade imperial incluem a maioria dos países de baixa renda, mas também a China

Apesar de seu mandato oficial, a missão do Fed, atualmente, não é a segurança e a prosperidade da economia doméstica da qual seus governadores dependem para governar e da qual derivam seu mandato. Em vez disso, o Fed é, na verdade, uma instituição com apoio público cujas operações são conduzidas por autoridades privadas, quase completamente isoladas da supervisão democrática ou da prestação de contas.

Cada vez mais, as variadas e numerosas intervenções do Fed e de outros bancos centrais são realizadas para proteger apenas uma classe que opera no sistema internacional: credores, investidores e especuladores. Por exemplo, as injeções de liquidez do Federal Reserve — destinadas a apoiar os mercados de capitais privados — são realizadas no setor bancário paralelo, por meio de operações de mercado de recompra (onde, tal como nas casas de penhores, as garantias são temporariamente trocadas por dinheiro), e não através da prática consagrada de compras de ativos de mercado aberto em troca de liquidez.

Em outras palavras, o Federal Reserve e outras operações do banco central fornecem agora segurança e proteção a uma classe global de rentistas, incluindo fundos de private equity (PE) que “aproveitam o sigilo para fleece investors (investidores que pagam muito acima do valor esperado ou justo em algo) e contribuintes“. Em vez de tomar empréstimos em seu próprio nome, as empresas de private equity aversas ao risco faziam certas companhias-alvo carregar suas dívidas, e então, como “bancos do sistema financeiro das sombras”, começavam a emprestar dinheiro para cidadãos e empresas. Quando a pandemia de coronavírus obrigou “os mercados de crédito a uma queda em março”, o fundo de PE Apollo, depois de evitar impostos, fez um forte lobby e conseguiu ser socorrido pelos contribuintes. As fantásticas e inéditas intervenções do Fed em março de 2020, como Trevor Jackson argumenta, consistiram em “inundar os mercados financeiros com dinheiro o mais rápido possível, para que os bancos pudessem continuar emprestando, os compradores de ações pudessem continuar comprando e as instituições pudessem continuar pagando suas dívidas”. Longe de esvaziar a bolha da dívida global, o Federal Reserve mantém a dívida e seus proprietários flutuando.

É por isso que, também, apesar de todo o seu poder, o Fed não consegue administrar uma economia global profundamente instável. Na realidade, ele pode até ter contribuído para o fracasso econômico. Como o FMI explica no Relatório Global de Estabilidade Financeira de 2020, o Fed preferiu fechar os olhos quando os mercados de crédito privado se expandiram rapidamente após a crise financeira global de 2007-2009, atingindo $ 9 trilhões de dólares em todo o mundo. Simultaneamente, a baixa regulamentação dos bancos centrais reduziu a qualidade do crédito dos mutuários e enfraqueceu os padrões de subscrição e a proteção dos investidores. Esses mercados de crédito arriscados — em títulos “podres” de alto rendimento, empréstimos alavancados e dívida privada — continuaram a mostrar tensões até o início de abril, apesar da forte injeção de dinheiro do Fed.

Então, com a ajuda dos credores internacionais, o Federal Reserve está sustentando firmas altamente endividadas, quando a economia real dá todas as indicações de uma espiral descendente para a deflação. Quem se beneficia de uma espiral deflacionária? Você adivinhou: a classe rentista. À medida que os preços e os salários caem, o valor relativo da dívida aumenta, assim como o custo do serviço da dívida

Agora, a deflação assombra a economia global. Mesmo provocando queda de preços e lucros, e aumento do desemprego, enriquece os credores. Isso ocorre porque a deflação “envolve uma transferência de riqueza do resto da comunidade para a classe rentista”, como escreveu Keynes em seu Tratado sobre a Reforma Monetária, “assim como a inflação envolve o oposto…  [A deflação] supõe uma transferência de todos os tomadores de empréstimos, ou seja, dos comerciantes, fabricantes e agricultores, aos credores. Do ativo ao inativo.”

Quais as consequências para o Sul Global?

Como resultado das ações voláteis e instáveis dos investidores globais, os mercados emergentes tiveram o maior fluxo negativo de divisas já registrado, segundo o FMI. Fugiram 100 bilhões de dólares nas últimas semanas de março e início de abril de 2020. O movimento esmagou as moedas dos países de baixa renda, enquanto aumentava simultaneamente o valor do dólar. Como só o dólar americano é reconhecido pelos mercados internacionais para o pagamento de importações essenciais, sua força aumentou o custo das importações denominadas em dólares.

Isso, por sua vez, levou a desequilíbrios nas contas comerciais e de capital, que levaram os fantasmas da economia global — as agências de classificação ocidentais — a rebaixar os países que foram vítimas de fuga de capitais. Os rebaixamentos, portanto, aumentaram os custos de empréstimos e também a disponibilidade de crédito, num momento em que os mercados globais de exportações de commodities para países pobres já estavam debilitados, reduzindo sua renda. Ao mesmo tempo, moedas enfraquecidas aumentaram o custo da compra de equipamentos vitais e produtos farmacêuticos do exterior

Os países empobrecidos foram efetivamente sacrificados na cruz do dólar.

Essa recente debandada do capital e seu impacto na vida e nos meios de subsistência de milhões de pessoas no Sul Global passaram despercebidos em círculos progressistas. Mas a fuga de capitais por mero capricho dos investidores, juntamente com o subsequente fortalecimento do dólar, não são conseqüências acidentais ou inevitáveis da pandemia.

Afinal, o vírus anuncia um maior fracasso econômico nos Estados Unidos do que em muitos mercados emergentes. Tampouco pode ser explicado diretamente por mudanças repentinas nas circunstâncias econômicas dos países atropelados pela pressa dos investidores em sair. Na verdade, trata-se de uma conseqüência do design do sistema internacional — uma arquitetura financeira global destinada a atender aos caprichos dos investidores, não importa quão irracionais eles sejam, e a proteger os interesses dos credores.

O FMI pode fazer o resgate?

Em todo o universo de comentários sobre “o que deveria ser feito” em relação à crise financeira internacional induzida pelo Covid-19, existe um consenso sobre a necessidade de o Fundo Monetário Internacional (FMI) assumir um papel maior. Em particular, muitos defendem que o FMI emita bilhões de dólares em Direitos Especiais, de Saque, distribuindo-os aos bancos centrais de seus membros. Esses direitos de saque tornaram-se uma solução essencial para lidar com o problema da liquidez do dólar no contexto da atual pandemia

Mas, de uma perspectiva progressista, há desvantagens reais em legar esse grande poder ao FMI.

Primeiro, porque os países devedores não confiam na instituição, devido à sua conhecida e consntante defesa dos interesses dos credores internacionais — públicos e privados. O FMI atua como agente em nome dos credores e impõe condicionalidades de política a países cujo objetivo específico — embora muitas vezes disfarçado de ‘programas de estabilização’ — é gerar recursos para credores estrangeiros e garantir que estes últimos não tenham perdas em empréstimos feitos a governos soberanos

Em segundo lugar, a emissão dos Direitos Especiais de Saque do FMI é apenas outra maneira de os países de baixa renda adquirirem dólares da própria moeda hegemônica — através do FMI, e não do mercado aberto. Além disso, o poder de voto da hegemonia no FMI permite vetar qualquer proposta de alocação de direitos especiais considerados hostis aos interesses dos EUA — conforme definido pelo presidente americano

Daí a decisão do governo Trump de vetar, “por enquanto”, o comovido apelo por uma maior alocação de direitos de saque, declarando que “não deseja dar à China e ao Irã acesso a reservas extras incondicionais”

Que mudanças são necessárias no sistema financeiro internacional?

Se quisermos vencer a batalha das ideias — se quisermos reverter a hiperglobalização e sua cruel preferência pelo rentismo por sobre os interesses das pessoas e do planeta –, então a esquerda precisa desenvolver um plano para desmantelar o sistema atual e construir uma nova arquitetura monetária internacional democrática, mais justa, e, finalmente, sustentável

Isso começa desafiando a supremacia do dólar.

Um propósito que deve ser explorado é a possibilidade de criar um sistema no qual todas as moedas possam ser usadas nas transações internacionais e domésticas, independentemente do tamanho das economias em que são emitidas. Como argumentou Jane D’Arista em 2003, “o ativo de reserva internacional (a moeda mundial) deve responder à necessidade de inclusão: seu valor deve ser baseado em uma cesta de moedas ponderada pelo comércio de todos os países membros”

No ápice de uma arquitetura monetária internacional progressista, haverá um banco: uma instituição internacional que facilite as transações entre nações ou regiões de nações. Que poderia usar seus poderes para desencorajar países que acumulem ‘saques a descoberto’ — déficits em seu comércio — e disciplinar os países-membros que acumulem superávits maciços: porque o superávit de um país é o déficit de outro. Dessa forma, poderia ajudar a acabar com os atuais desequilíbrios globais, onde países como China e Alemanha têm grandes superávits comerciais, mas EUA, Espanha e Grã-Bretanha têm déficits insustentáveis. Tais desequilíbrios são política e economicamente desestabilizadores.

E ainda poderia fazer mais. Poderia armazenar os títulos (do governo) dos países-membros e usar esses ativos ou reservas para gerar liquidez adicional. Em outras palavras, ativos seguros de garantia soberana permitiriam ao banco fazer o que o Fed faz atualmente: gerar liquidez e desempenhar o papel de “credor de último recurso”

Sua supervisão e gestão democrática — não pela autoridade privada, mas pela autoridade pública — será fundamental para a saúde do sistema internacional. As finanças devem voltar a servir a economia global (europeia, ou de qualquer país), e não a dominá-la.

Essas ideias podem parecer utópicas, mas as figuras do establishment — prevendo a gravidade da conjuntura atual — estão se mobilizando rapidamente para adotar ideias mais radicais. “Múltiplas moedas de reserva aumentariam a oferta de ativos seguros, aliviando as pressões descendentes da taxa de juros de equilíbrio global que um sistema assimétrico pode exercer”, disse recentemente o ex-diretor do Banco da Inglaterra, Mark Carney. “E com muitos países emitindo ativos seguros globais em concorrência entre si, o prêmio de segurança que eles recebem deve cair.

Carney propõe uma alternativa: uma Moeda Hegemônica Sintética (“SHC”, na sigla em inglês) que seria fornecida pelo setor público, talvez por meio de uma rede de moedas digitais do Banco Central. “Uma moeda hegemônica no Sistema Financeiro e Monetário Internacional (SFMI) poderia fornecer melhores resultados globais, dada a escala dos desafios do atual SFMI e os riscos que envolvem a transição para uma nova moeda de reserva hegemônica, como o Renminbi. Uma SHC poderia diminuir a influência dominante do dólar americano no comércio global. Se a parte do comércio faturado na SHC aumentasse, os choques nos EUA teriam repercussões menos potentes por meio das taxas de câmbio, e o comércio se tornaria menos sincronizado entre os países. Da mesma forma, o comércio global se tornaria mais sensível às mudanças das condições nos países de outras moedas do grupo que integra ou apoia a SHC.

Seria difícil descrever Carney, que ganhou respeito na Goldman Sachs, como um progressista. Mas o fato de que ele está empurrando essas novas ideias só vai mostrar o quão longe os progressistas têm que caminhar para recuperar o sistema financeiro internacional como seu território de luta.

A esquerda tem muito pouco a dizer sobre uma economia global agora governada efetivamente por tecnocratas não eleitos e misteriosos. Pelo contrário, alguns daqueles localizados no lado progressista do espectro político aplaudem o resgate feito por banqueiros centrais de credores de risco e muitas vezes imprudentes. Adam Tooze recentemente se entusiasmou com a criação, pelo Fed, de uma “rede gigante de salvação pública… estendida por todo o sistema financeiro”.

Muitos outros comentaristas e economistas se uniram na adulação, o que lembra a este autor dos elogios nos anos 1990 e no começo dos 2000 recebidos pelo infalível “mestre” dos EUA e da economia global, Alan Greenspan.

Esse entusiasmo por soluções tecnocratas e essencialmente antidemocráticas pode ser explicado em parte pela falência da economia. “A financialização é a razão menos estudada e mais explorada por trás de nossa inabilidade de criar uma prosperidade compartilhada”, argumenta Rana Foroohar em seu livro Makers and Takers (2016). E isso ajuda a explicar por que progressistas falham em entender a estrutura e o objetivo do sistema financeiro internacional e seus ganhos à classe rentista.

Isso também explica a admiração com que os tecnocratas de bancos centrais são agora vistos por muitos, e o foco míope nas questões domésticas da maior parte dos debates econômicos de esquerda. Sem falar na ausência de preocupação séria com as crises enfrentadas pelos países mais pobres.

Já é tempo de nos organizarmos para entender melhor, e transformar o sistema.

Conclusão

Transformar o sistema financeiro internacional é urgente, se quisermos que o mundo reverta os danos feitos tanto às sociedades quanto ao ecossistema pelo desenfreado sistema de “crescimento” econômico exponencial e acumulação de capital via rentismo financeiro.

O atual colapso do sistema capitalista internacional faz com que uma transformação entre na faixa das “possibilidades radicais”. Mas não nos esqueçamos: a crise pode tanto ser resolvida pelo conflito — com o poder hegemônico usando seu todo-poderoso poder militar — ou pela transformação racional e progressista do sistema.

As grandes questões que enfrentamos são essas: primeiro, por que os progressistas não estão na vanguarda desse debate? Segundo, como expandir a educação pública e o entendimento do sistema e suas consequências? Terceiro, como mobilizar apoio público para uma solução progressista à crise atual

Talvez, essa Internacional Progressista, ao convocar ao diálogo global nessa conjuntura crítica, possa respondê-lo. Talvez, juntos possamos acabar com nossa dependência das “notas de dólar verde”, que, afinal de contas, são “um pedacinho de papel coberto de clorofila”.

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sábado, 20 de novembro de 2021

The history of money III WORLD WAR II (1939-1945)

 The history of money II

WORLD WAR II (1939-1945)



World War II saw the US debt increased by 598%, while Japan's debt went up by 1,348%, with France up by 583% and Canada up by 417%.

When you hear this, what is your first impression? Do you automatically think this is bad or this is good? Most of us feel a well programmed sense of desperation when we hear figures like this, but remember, to the money changers, this is music to their ears.

With the hot war over, the cold war began, the arms race causing more and more borrowing. Now the money changers could really concentrate on global domination.

Step one, the European Monetary Union and NAFTA.

Step two, centralise the global economy via the World Bank, the IMF and GATT (now the WTO).


THE WORLD CENTRAL BANK (1948 - Present)


In Washington, the headquarters of both the World Bank and the IMF (International Monetary Fund) face each other on the same street. What are these organisations, and who controls them?

To find out we need to look back to just after WWI. At this point the money changers were attempting to consolidate the central banks under the guise of peacemaking. To stop future wars they put forward the formation of a world central bank named the Bank of International Settlements, a world court called the World Court in the Hague, and a world executive for legislation called the League of Nations.

In his 1966 book entitled Tragedy and Hope, president Clinton's mentor Carroll Quigley writes about this.

"The powers of financial capitalism had [a] far-reaching [plan], nothing less than to create a world system of financial control in private hands able to dominate the political system of each country and the economy of the world as a whole.

This system was to be controlled in a feudalist fashion by the central banks of the world acting in concert, by secret agreements arrived at in frequent meetings and conferences.

The apex of the system was to be the Bank for International Settlements in Basel, Switzerland, a private bank owned and controlled by the world's central banks which were themselves private corporations.

Each central bank... Sought to dominate its government by its ability to control treasury loans, to manipulate foreign exchanges, to influence the level of economic activity in the country, and to influence cooperative politicians by subsequent economic rewards in the business world."
Carroll Quigley, Professor, Georgetown University

They got 2 out of 3. The league of nations failed largely owing to the suspicions of the people and while opposition concentrated on this, the other two proposals snuck their way through.

It would take another war to wear the public resistance down. Wall street invested heavily to rebuild Germany, as the Chase bank had propped up the Russian revolution.

Now the Chase merged with the Warburg's Manhattan Bank to form the Chase Manhattan which would later merge with the Chemical Bank to become the largest bank on Wall Street.

In 1944 the US approved its full participation in the IMF and the World Bank. By 1945 the second League of Nations was approved under the new name 'The United Nations'. The war had dissolved all opposition. The methods used in the National Banking Act of 1864 and the Federal Reserve Act of 1913 were now simply used on a Global scale.

The Federal Reserve Act allowing the creation of Federal Reserve notes is mirrored by the IMF's authority to produce money called Special Drawing Rights (SDR's). It is estimated the IMF has produced $30 billion dollars worth of SDR's so far. In the United States SDR's are already accepted as legal money, and all other member nations are being pressured to follow suit. With SDR's being partially backed by gold, a world gold standard is sneaking its way in through the back door, which comes with no objection from the money changers who now hold two-thirds of the worlds gold and can use this to structure the worlds economy to their further advantage.

We have gone from the goldsmith's fraud being reproduced on a national scale through the Bank of England and the Federal Reserve, to a Global level with the IMF and the World Bank. Unless we together stop giving these exchange units their power by our collective faith in them, the future will probably see the Intergalactic Bank and the Federation of Planets Reserve set up in much the same way.

This radical transfer of power has taken place with absolutely no mandate from the people.

Nations borrow Special Drawing Right from the International Monetary Fund in order to pay interest on their mounting debts. With these SDR's produced at no cost, the IMF charges more interest. This contrary to bold claims does not alleviate poverty or further any development. It just creates a steady flow of wealth from borrowing nations to the money changers who now control the IMF and the World Bank.

The permanent debt of Third World Countries is constantly being increased to provide temporary relief from the poverty being caused by previous borrowing.

These repayments already exceed the amount of new loans. By 1992 Africa's debt had reached $290 billion dollars, which is two and a half times greater than it was in 1980. A noble attempt to repay it has caused increased infant mortality and unemployment, plus deteriorating schools, and general health and welfare problems.

As world resources continue to be sucked into this insatiable black hole of greed, if allowed to continue the entire world will face a simular fate.

As one prominent Brazilian politician, Luis Ignacio Silva,ðput it.

"Without being radical or overly bold, I will tell you that the Third World War has already started - a silent war, not for that reason any the less sinister. This war is tearing down Brazil, Latin America and practically all the Third World. Instead of soldiers dying there are children, instead of millions of wounded there are millions of unemployed; instead of destruction of bridges there is the tearing down of factories, schools, hospitals, and entire economies . . . It is a war by the United States against the Latin American continent and the Third World. It is a war over the foreign debt, one which has as its main weapon interest, a weapon more deadly than the atom bomb, more shattering than a laser beam . ."1

If a group or organisation had used its hard earned money to help these developing nations, then we might sympathise that there should be a real effort to repay these loans. But the money used was created from fractional reserve banking. The money loaned to the Third World came from the 90% the banks allow themselves to loan on the 10% they actually held. It didn't exist, it was created from nothing, and now people are suffering and dying in an effort to pay it back.

This has gone beyond clever financing, it's whole sale murder and it's time we stopped it. We can!

1. Luis Ignacio Silva, at the Havana Debt Conference in August 1985, quoted by Susan George, A Fate Worse Than Death p 238

THE HISTORY OF MONEY PART 2 bbb

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THE HISTORY OF MONEY PART 2



The 19th century became known as the age of the Rothschild's when it was estimated they controlled half of the world's wealth. While their wealth continues to increase today, they have managed to blend into the background, giving an impression that their power has waned. They only apply the Rothschild name to a small fraction of the companies they actually control. Some authors claim that the Rothschild's had not only taken over the Bank of England but they had also in 1816 backed a new privately owned Central Bank in America called The Second Bank of The United States, causing huge problems to the American president.


ANDREW JACKSON (1828 - 1836)


When the American congress voted to renew the charter of The Second Bank of The United States, Jackson responded by using his veto to prevent the renewal bill from passing. His response gives us an interesting insight. "It is not our own citizens only who are to receive the bounty of our government. More than eight millions of the stock of this bank are held by foreigners... is there no danger to our liberty and independence in a bank that in its nature has so little to bind it to our country?...

Controlling our currency, receiving our public moneys, and holding thousands of our citizens in dependence... would be more formidable and dangerous than a military power of the enemy. If government would confine itself to equal protection, and, as Heaven does its rains, shower its favour alike on the high and the low, the rich and the poor, it would be an unqualified blessing. In the act before me there seems to be a wide and unnecessary departure from these just principles."


Andrew Jackson 1 In 1832 Jackson ordered the withdrawal of government deposits from the Second bank and instead had them put into safe banks. The Second Banks head, Nicholas Biddle was quite candid about the power and intention of the bank when he openly threatened to cause a depression if the bank was not re-chartered, we quote. "Nothing but widespread suffering will produce any effect on Congress... Our only safety is in pursuing a steady course of firm restriction - and I have no doubt that such a course will ultimately lead to restoration of the currency and the re-charter of the bank."


Nicholas Biddle 1836 By calling in existing loans and refusing to issue new loans he did cause a massive depression, but in 1836 when the charter ran out, the Second Bank ceased to function. It was then he made these two famous statements: "The Bank is trying to kill me - but I will kill it!" and later "If the American people only understood the rank injustice of our money and banking system - there would be a revolution before morning..."


Andrew Jackson When asked what he felt was the greatest achievement of his career Andrew Jackson replied without hesitation "I killed the bank!" However we will see this was not the end of private financial influence passing itself off as official when we look at...


1. Andrew Jackson, Veto of the Bank Bill, to the Senate, (1832)


ABRAHAM LINCOLN AND THE CIVIL WAR (1861 - 1865)


With the Central Bank killed off, fractional reserve banking moved like a virus through numerous state chartered banks instead causing the instability this form of economics thrives on. When people lose their homes someone else wins them for a fraction of their worth. Depression is good news to the lender; but war causes even more debt and dependency than anything else, so if the money changers couldn't have their Central Bank with a license to print money, a war it would have to be. We can see from this quote of the then chancellor of Germany that slavery was not the only cause for the American Civil War. "The division of the United States into federations of equal force was decided long before the Civil War by the high financial powers of Europe. These bankers were afraid that the US, if they remained as one block, and as one nation, would attain economic and financial independence, which would upset their financial domination over the world."


Otto von Bismark chancellor of Germany 1876 On the 12th of April 1861 this economic war began. Predictably Lincoln, needing money to finance his war effort, went with his secretary of the treasury to New York to apply for the necessary loans. The money changers wishing the Union to fail offered loans at 24% to 36%. Lincoln declined the offer. An old friend of Lincoln's, Colonel Dick Taylor of Chicago was put in charge of solving the problem of how to finance the war. His solution is recorded as this. "Just get Congress to pass a bill authorising the printing of full legal tender treasury notes... and pay your soldiers with them and go ahead and win your war with them also."


Colonel Dick Taylor When Lincoln asked if the people of America would accept the notes Taylor said. "The people or anyone else will not have any choice in the matter, if you make them full legal tender. They will have the full sanction of the government and be just as good as any money; as Congress is given that express right by the Constitution."


Colonel Dick Taylor 1 Lincoln agreed to try this solution and printed 450 million dollars worth of the new bills using green ink on the back to distinguish them from other notes. "The government should create, issue and circulate all the currency and credit needed to satisfy the spending power of the government and the buying power of consumers..... The privilege of creating and issuing money is not only the supreme prerogative of Government, but it is the Government's greatest creative opportunity. By the adoption of these principles, the long-felt want for a uniform medium will be satisfied. The taxpayers will be saved immense sums of interest, discounts and exchanges. The financing of all public enterprises, the maintenance of stable government and ordered progress, and the conduct of the Treasury will become matters of practical administration. The people can and will be furnished with a currency as safe as their own government. Money will cease to be the master and become the servant of humanity. Democracy will rise superior to the money power."


Abraham Lincoln 2 From this we see that the solution worked so well Lincoln was seriously considering adopting this emergency measure as a permanent policy. This would have been great for everyone except the money changers who quickly realised how dangerous this policy would be for them. They wasted no time in expressing their view in the London Times. Oddly enough, while the article seems to have been designed to discourage this creative financial policy, in its put down we're clearly able to see the policies goodness. "If this mischievous financial policy, which has its origin in North America, shall become endurated down to a fixture, then that Government will furnish its own money without cost. It will pay off debts and be without debt. It will have all the money necessary to carry on its commerce. It will become prosperous without precedent in the history of the world. The brains, and wealth of all countries will go to North America. That country must be destroyed or it will destroy every monarchy on the globe."


Hazard Circular - London Times 1865 From this extract its plan to see that it is the advantage provided by the adopting of this policy which poses a threat to those not using it. 1863, nearly there, Lincoln needed just a bit more money to win the war, and seeing him in this vulnerable state, and knowing that the president could not get the congressional authority to issue more greenbacks, the money changers proposed the passing of the National Bank Act. The act went through. From this point on the entire US money supply would be created out of debt by bankers buying US government bonds and issuing them from reserves for bank notes. The greenbacks continued to be in circulation until 1994, their numbers were not increased but in fact decreased. "In numerous years following the war, the Federal Government ran a heavy surplus. It could not (however) pay off its debt, retire its securities, because to do so meant there would be no bonds to back the national bank notes. To pay off the debt was to destroy the money supply."


John Kenneth Galbrath The American economy has been based on government debt since 1864 and it is locked into this system. Talk of paying off the debt without first reforming the banking system is just talk and a complete impossibility. That same year Lincoln had a pleasant surprise. Turns out the Tsar of Russia, Alexander II, was well aware of the money changers scam. The Tsar was refusing to allow them to set up a central bank in Russia. If Lincoln could limit the power of the money changers and win the war, the bankers would not be able to split America and hand it back to Britain and France as planned. The Tsar knew that this handing back would come at a cost which would eventually need to be paid back by attacking Russia, it being clearly in the money changers sights. The Tsar declared that if France or Britain gave help to the South, Russia would consider this an act of war. Britain and France would instead wait in vain to have the wealth of the colonies returned to them, and while they waited Lincoln won the civil war. With an election coming up the next year, Lincoln himself would wait for renewed public support before reversing the National Bank Act he had been pressured into approving during the war. Lincoln's opposition to the central banks financial control and a proposed return to the gold standard is well documented. He would certainly have killed off the national banks monopoly had he not been killed himself only 41 days after being re-elected. The money changers were pressing for a gold standard because gold was scarce and easier to have a monopoly over. Much of this was already waiting in their hands and each gold merchant was well aware that what they really had could be easily made to seem like much much more. Silver would only widen the field and lower the share so they pressed for...


1. Lincoln By Emil Ludwig 1930, containing a letter from Lincoln, also reprinted in Glory to God and the Sucker Democracy A Manuscript Collection of the Letters of Charles H. Lanphier compiled by Charles C. Patton.
2. Abraham Lincoln. Senate document 23, Page 91. 1865.


THE RETURN OF THE GOLD STANDARD (1866 - 1881)


"Right after the Civil War there was considerable talk about reviving Lincoln's brief experiment with the Constitutional monetary system. Had not the European money-trust intervened, it would have no doubt become an established institution."


W.Cleon Skousen. Even after his death, the idea that America might print its own debt free money set off warning bells throughout the entire European banking community. On April 12th in 1866, the American congress passed the Contraction Act, allowing the treasury to call in and retire some of Lincoln's greenbacks, With only the banks standing to gain from this, it's not hard to work out the source of this action. To give the American public the false impression that they would be better off under the gold standard, the money changers used the control they had to cause economic instability and panic the people. This was fairly easy to do by calling in existing loans and refusing to issue new ones, a tried and proven method of causing depression. They would then spread the word through the media they largely controlled that the lack of a single gold standard was the cause of the hardship which ensued, while all this time using the Contraction Act to lower the amount of money in circulation.

It went from $1.8 billion in circulation in 1866 allowing $50.46 per person, to $1.3 billion in 1867 allowing $44.00 per person, to $0.6 billion in 1876 making only $14.60 per person and down to $0.4 billion only ten years later leaving only $6.67 per person and a continually growing population.

Most people believe the economists when they tell us that recessions and depressions are part of the natural flow, but in truth the money supply is controlled by a small minority who have always done so and will continue to do so if we let them. By 1872 the American public was beginning to feel the squeeze, so the Bank of England, scheming in the back rooms, sent Ernest Seyd, with lots of money to bribe congress into demonetising silver. Ernest drafted the legislation himself, which came into law with the passing of the Coinage Act, effectively stopping the minting of silver that year. Here's what he said about his trip, obviously pleased with himself. "I went to America in the winter of 1872-73, authorised to secure, if I could, the passage of a bill demonetising silver. It was in the interest of those I represented - the governors of the Bank of England - to have it done. By 1873, gold coins were the only form of coin money."


Ernest Seyd Or as explained by Senator Daniel of Virginia "In 1872 silver being demonetized in Germany, England, and Holland, a capital of 100,000 pounds ($500,000.00) was raised, Ernest Seyd was sent to this country with this fund as agent for foreign bond holders to effect the same object (demonetization of silver)". 1

Within three years, with 30% of the work force unemployed, the American people began to harken back to the days of silver backed money and the greenbacks. The US Silver Commission was set up to study the problem and responded with telling history: "The disaster of the Dark Ages was caused by decreasing money and falling prices... Without money, civilisation could not have had a beginning, and with a diminishing supply, it must languish and unless relieved, finally perish. At the Christian era the metallic money of the Roman Empire amounted to $1,800,million. By the end of the fifteenth century it had shrunk to less than $200,million. History records no other such disastrous transition as that from the Roman Empire to the Dark Ages..."


United States Silver Commission While they obviously could see the problems being caused by the restricted money supply, this declaration did little to help the problem, and in 1877 riots broke out all over the country. The bank's response was to do nothing except to campaign against the idea that greenbacks should be reissued. The American Bankers Association secretary James Buel expressed the bankers attitude well in a letter to fellow members of the association.

He wrote: "It is advisable to do all in your power to sustain such prominent daily and weekly newspapers, especially the Agricultural and Religious Press, as will oppose the greenback issue of paper money and that you will also withhold patronage from all applicants who are not willing to oppose the government issue of money. To repeal the Act creating bank notes, or to restore to circulation the government issue of money will be to provide the people with money and will therefore seriously affect our individual profits as bankers and lenders. See your congressman at once and engage him to support our interest that we may control legislation."
James Buel American Bankers Association 2 What this statement exposes is the difference in mentality between your average person and a banker. With a banker 'less really is more' and every need an opportunity to exploit. James Garfield became President in 1881 with a firm grasp of where the problem lay. "Whosoever controls the volume of money in any country is absolute master of all industry and commerce... And when you realise that the entire system is very easily controlled, one way or another, by a few powerful men at the top, you will not have to be told how periods of inflation and depression originate."


James Garfield 1881 Within weeks of releasing this statement President Garfield was assassinated. The cry from the streets was to...


1. Senator Daniel of Virginia, May 22, 1890, from a speech in Congress, to be found in the Congressional Record, page 5128, quoting from the Bankers Magazine of August, 1873
2. from a circular issued by authority of the Associated Bankers of New York, Philadelphia, and Boston signed by one James Buel, secretary, sent out from 247 Broadway, New York in 1877, to the bankers in all of the States


FREE SILVER (1891 - 1912)


Fleecing of the flock is the term the money changers use for the process of booms and depressions which make it possible for them to repossess property at a fraction of its worth. In 1891 a major fleece was being planned. "On Sept 1st, 1894, we will not renew our loans under any consideration. On Sept 1st we will demand our money. We will foreclose and become mortgagees in possession. We can take two-thirds of the farms west of the Mississippi, and thousands of them east of the Mississippi as well, at our own price... Then the farmers will become tenants as in England..."


1891 American Bankers Association as printed in the Congressional Record of April 29, 1913 The continued gold standard made this possible. William Jennings Bryan was the Democratic candidate for president in 1896, campaigning to bring silver back as a money standard. (free Silver) "We will answer their demand for a gold standard by saying to them: You shall not press down upon the brow of labour this crown of thorns, you shall not crucify mankind upon a cross of gold."
William Jennings Bryan Of course the money changers supported his opposition on the Republican side so long as he wanted the gold standard maintained. The factory bosses were somehow convinced to tell their work force that business would close down if Bryan was elected, and everyone would lose their jobs. The Republicans won by a small margin. Bryan tried again in 1900 and in 1908 but lost both times. He became secretary of state under Wilson in 1912 but became disenchanted and resigned in 1915 under suspicious circumstances connected with the sinking of the Lusitania which drove America into the First World War.


J.P.MORGAN AND THE CRASH OF 1907


If you want to work out the cause of the crash of 1907, checking who benefited is where you might like to look first. With the stock market slump causing most of the over extended banks to falter, in steps J.P. Morgan offering to save the day. People will do strange things when in a panic, and this might explain why Morgan was authorised to print $200 million from nothing, which he then used to prop things up. Some of the troubled banks with less than 1% in reserve had no choice. It was accept this solution or go under. Even if they had worked out that their problems had been caused by the same people now offering the solution, there is not a lot they could have done about it. J.P.Morgan was hailed a hero. "All this trouble could be averted if we appointed a committee of six or seven men like J.P.Morgan to handle the affairs of our country."


Woodrow Wilson But not everyone was fooled. "Those not favourable to the money trust could be squeezed out of business and the people frightened into demanding changes in the banking and currency laws which the Money Trust would frame."


Rep. Charles A. Lindbergh (R-MN) Apart from making a small number rich at the expense of the many, in this case the instability also served the second purpose of encouraging the public to believe that they would be better off living under a Central Bank and a Gold Standard. Desperate people have little time for logic.


LINCOLN WATCHES


In Washington the statue of Lincoln sitting in his chair is facing a building called the Federal Reserve Headquarters. This institution would not be there if Lincoln's monetary policy had been adopted by the USA. It is not Federal and it has doubtful reserves. The name is an open deception designed to give this private bank the appearance that it is operating in the public's interest, when in fact it is run solely to gain private profit for its select stock holders. It came into being as the result of one of the slickest moves in financial history. On 23rd December 1913 the house of representatives had past the Federal Reserve Act, but it was still having difficulty getting it out of the senate. Most members of congress had gone home for the holidays, but unfortunately the senate had not adjourned sene die (without day) so they were technically still in session. There were only three members still present. On a unanimous consent voice vote the 1913 Federal Reserve Act was passed. No objection was made, possibly because there was no one there to object. Charles Lindbergh would have objected. "The financial system has been turned over to... the federal reserve board. That board administers the finance system by authority of... a purely profiteering group. The system is private, conducted for the sole purpose of obtaining the greatest possible profits from the use of other peoples money."


Rep Charles A, Lindbergh (R-MN) Louis T. McFadden would have objected. "We have in this country one of the most corrupt institutions the world has ever known. I refer to the Federal Reserve Board... This evil institution has impoverished... the people of the United States... and has practically bankrupted our Government. It has done this through... the corrupt practice of the moneyed vultures who control it."


Rep. Louis T, McFadden (R-PA) Barry Goldwater would also have objected. "Most Americans have no real understanding of the operation of the international money lenders... The accounts of the Federal Reserve System have never been audited. It operates outside the control of Congress and... manipulates the credit of the United States."


Sen. Barry Goldwater (R-AZ) Most Americans would object if they knew. The Federal Reserve is the largest single creditor of the United States Government, and they are also the people who decide how much the average persons car payments are going to be, what their house payments are going to be, and whether they have a job or not. The three people who passed the Federal Reserve Act in 1913, knew exactly what they were doing when they set up this private bank, modelled on the Bank of England and the fact that THE BANK OF ENGLAND had been operating independently unopposed since 1694 must have given them a great deal of confidence.


WHERE THERE'S WAR THERE'S MONEY


War uses up more materials more quickly than most anything else on earth. In war expensive equipment doesn't wear out slowly, it gets blown up. (It's interesting to note that during the 119 year period from the founding of the Bank of England to Napoleon's defeat at Waterloo, England had been at war for 56 years, while the rest of the time preparing for it. In the process the money changers had been getting rich.) So there it was, the newly formed Federal Reserve poised to produce any money the U.S. Government might need from thin air with each dollar standing to make a healthy interest. Nine days after its formation the Federal Reserve founders were wishing each other a Happy New Year. What good fortune might 1914 bring?



THE HISTORY OF MONEY PART3


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