terça-feira, 29 de novembro de 2011

Pizzaria Google - muito boa




- Pizzaria Google, boa noite!

- De onde falam ???

- Pizzaria Google, senhor. Qual é o seu pedido?

- Mas este telefone não era da pizzaria do...

- Sim senhor, mas a Google comprou a pizzaria e agora sua pizza é mais completa.

- OK. Você pode anotar o meu pedido, por favor?

- Pois não. O Senhor vai querer a de sempre?

- A de sempre? Você me conhece?

- Temos um identificador de chamadas em nosso banco de dados, senhor.  Pelo  que temos registrado aqui,
nas últimas 53 vezes que ligou, o senhor pediu meia quatro queijos e meia calabresa.

- Puxa, eu nem tinha notado! Vou querer esta mesmo...

- Senhor, posso dar uma sugestão?

- Claro que sim. Tem alguma pizza nova no cardápio?

- Não senhor. Nosso cardápio é bem completo, mas eu gostaria de sugerir-lhe meia ricota, meia rúcula.

- Ricota ??? Rúcula ??? Você ficou louco? Eu odeio estas coisas.

- Mas, senhor, faz bem para a sua saúde. Além disso, seu colesterol não anda bom...

- Como você sabe?

- Nossa pizzaria tem o banco de dados mais completo do planeta. Nós temos  o banco de dados do laboratório
em que o senhor faz exames também. Cruzamos seu número de telefone com seu nome e temos o
resultado dos seus  exames de colesterol. Achamos que uma pizza de rúcula e ricota seria  melhor para sua saúde.

- Eu não quero pizza de queijo sem gosto e nem pizza de salada. Por isso tomo meu remédio para colesterol e como o que eu quiser...

- Senhor, me desculpe, mas acho que o senhor não tem tomado seu remédio ultimamente.

- Como sabe? Vocês estão me vigiando o tempo todo?

- Temos o banco de dados das farmácias da cidade. A última vez que o  senhor comprou seu remédio para
colesterol faz 3 meses. A caixa tem 30 comprimidos.

- Porra! É verdade. Como vocês sabem disto?

- Pelo seu cartão de crédito...

- Como?!?!?

- O senhor tem o hábito de comprar remédios em uma farmácia que lhe dá  desconto se pagar com cartão de
crédito da loja. E ainda parcela em 3 vezes sem acréscimo...Nós temos o banco de dados de gastos com cartão
na farmácia. Há 2 meses o senhor não compra nada lá, mas continua usando seu  cartão de crédito em outras lojas,
lojas, o que significa que não o perdeu, apenas deixou de comprar remédios.

- E eu não posso ter pago em dinheiro? Agora te peguei...

- O senhor não deve ter pago em dinheiro, pois faz saques semanais de R$  250,00 para sua empregada doméstica.
Não sobra dinheiro para comprar remédios. O restante o senhor paga com cartão de débito.

- Como você sabe que eu tenho empregada e quanto ela ganha?

- O senhor paga o INSS dela mensalmente com um DARF. Pelo valor do  recolhimento dá para concluir que ela
ganha R$ 1.000,00 por mês. Nós temos o banco de dados dos bancos também. E pelo seu CPF...

- ORA, VÁ SE FUDER !

- Sim senhor, me desculpe, mas está tudo em minha tela. Tenho o dever de  ajudá-lo. Acho, inclusive, que o senhor
deveria remarcar a consulta que o senhor faltou com seu médico, levar os exames que fez no mês passado e pedir
uma nova receita do remédio.

- Por que você não vai pro inferno???

- Desculpe-me novamente, senhor.

- ESTOU FARTO DESTAS DESCULPAS. ESTOU FARTO DA INTERNET, DE COMPUTADORES,
DO SÉCULO XXI, DA FALTA DE PRIVACIDADE, DOS BANCOS DE DADOS E DESTE PAÍS...

- Mas senhor...

- CALE-SE! VOU ME MUDAR DESTE PAÍS PARA BEM LONGE. VOU PARA AS ILHAS FIJI OU ALGUM
LUGAR QUE NÃO TENHA INTERNET, TELEFONE, COMPUTADORES E GENTE ME    VIGIANDO O TEMPO TODO...

- Sim, senhor...entendo perfeitamente.

- É ISTO MESMO! VOU ARRUMAR MINHAS MALAS AGORA E AMANHÃ MESMO VOU SUMIR  DESTA CIDADE.

- Entendo...

- VOU USAR MEU CARTÃO DE CRÉDITO PELA ÚLTIMA VEZ E COMPRAR UMA PASSAGEM SÓ DE IDA
PARA ALGUM LUGAR BEM LONGE DE VOCÊ !!!

- Perfeitamente...

- E QUERO QUE VOCÊ ME ESQUEÇA!

- Farei isto senhor, ......... (silêncio de 1 minuto)  o senhor está aí ainda?

- SIM, PORQUE? ESTOU PLANEJANDO MINHA VIAGEM...E PODE CANCELAR MINHA PIZZA.

- Perfeitamente. Está cancelada. ....(mais um minuto de silêncio)  só mais uma coisa, senhor...

- O QUE É AGORA?

- Devo lhe informar uma coisa importante...



- FALA DE UMA VEZ....
- O seu passaporte está vencido!

Kadafi, Bin Laden, Hyssein: a morte como espetáculo

Ejecuciones imperiales
La muerte como espectáculo


De la seguridad de los intereses imperiales a la inseguridad de todos

Con el advenimiento del Estado de Derecho la forma castigo sufrió modificaciones. Foucault señala que en este período se pasa de una civilización del espectáculo a una sociedad disciplinaria. En la primera los castigos eran exhibidos en el espacio público como un show, el cuerpo era totalmente destrozado, de esta manera se constataba el poder del soberano, es decir, del rey; por otra parte, el proceso para llegar a la ejecución era secreto, éste no era importante, lo protagónico era el castigo. En la sociedad disciplinaria, la lógica era distinta, se oculta la ejecución tras los muros de las instituciones estatales y se exhibe el proceso, “plagado” de garantías. Éstas, entre muchas otras, son algunas de las diferencias entre las formas castigo del antiguo régimen y las del Estado de Derecho. Las ejecuciones de Gadafi, Bin Laden o Hussein son totalmente premodernas, solo con el último hicieron una pantomima procesal, pero los otros dos ni eso tuvieron, no hubo siquiera proceso que ocultar, fueron ejecuciones directas, la aplicación más pura de todo el poder bélico del imperio, acompañada de una parafernalia propagandística que las convirtió en espectáculo, en una claro mensaje terrorista por parte de los EEUU a todo lo que ose representar alguna forma adversa -ya sea significativa o meramente simbólica- que vaya en contra de sus intereses. Esto escapa del limitado y necesario mundo del derecho, es el poder sin contención alguna, parece el anuncio de un cambio de era, de una vuelta a la Edad Media.
Es de advertir que con esto no se tiene la menor intención de meter a estos personajes en el mismo saco, ya que son sumamente distintos entre sí, con trayectorias políticas e históricas diversas, que sólo comparten realmente el hecho de pertenecer al Islam y haber servido de continentes demoníacos, de chivos expiatorios, de phármakos del imperio estadounidense. Phármakos , según Galeano, era el nombre que daban los griegos a las víctimas humanas de los sacrificios ofrendados a los dioses en tiempos de crisis.
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.

Camenbert francês x dinamarquês, disputa qaue vale a pena

ANNA MARIA JAKUBEK - REUTERS
O debate sobre qual Camembert macio e salgado é o verdadeiro queijo da Normandia poderá ir para os tribunais.
Pequenos produtores da região no noroeste da França dizem que as indústrias estão tirando vantagem do rótulo "Camembert feito na Normandia" e prejudicando os fabricantes artesanais ao usar a mesma frase para designar a sua versão do queijo feito com leite de vaca.
Embora qualquer produtor de queijo no mundo possa usar a palavra "Camembert" em seu rótulo, a frase "Camembert feito na Normandia" é uma forma de certificação europeia, ou denominação protegida de origem (AOP, na sigla em francês), reservada desde 1983 para os poucos que seguem métodos tradicionais.
Puristas utilizam leite cru de vacas da Normandia e moldam o queijo com as mãos. Já as indústrias são mais propensas a pasteurizar o leite -- ou aquecê-lo para matar as bactérias e obter coalhada, mais fácil de processar - e adquirem o leite de todas as partes, permitindo obter um produto de menor preço.
Preocupada com o fato de a diferença entre os dois processos estar não estar ficando clara para os consumidores, a associação de fabricantes AOP Camembert planeja abrir um processo de "usurpação de notoriedade" até o final do ano para impedir que as indústrias usem a mesma frase.
Na verdade, o rótulo "Camembert feito na Normandia" é preciso, uma vez que as indústrias fabricam seu Camembert pasteurizado na região.
Mas especialistas explicam que a sutileza na frase cria uma situação na qual os compradores, já inundados com informações, têm pouca compreensão dos significados dos rótulos e de qualquer modo os ignoram.
"As pessoas vão prestar mais atenção às cores na caixa ou ao seu aspecto rústico ou à imagem de uma vaca debaixo de uma macieira", disse Charles Pernin, especialista em comida na agência francesa de defesa do consumidor CLCV.
Os produtores AOP disseram que tentaram inicialmente negociar com as indústrias ao exigir que elas contribuam financeiramente para uma campanha publicitária e retirem a inscrição "feito na Normandia" do rótulo, mas os dois lados não conseguiram chegar a um acordo.
"Nós não somos guerreiros", disse Patrick Mercier, presidente da associação dos produtores de Camembert da Normandia, que abriu o processo. "Tentamos encontrar uma solução, agora este é o nosso último recurso."
A federação de produtores industriais de Camembert não respondeu aos pedidos para comentar o assunto.
A AOP Camembert representa apenas cerca de cinco por cento do mercado francês total de Camembert, uma queda em relação a vários anos atrás, quando alguns grandes produtores AOP passaram a utilizar leite aquecido e renunciaram à designação
AOP.
Em 2010, os produtores AOP fabricaram 4.300 toneladas de Camembert, enquanto os industriais não pertencentes à AOP produziram 80.000 toneladas, de acordo com Mercier.
O queijo pungente com cheiro de terra e sabor frutado remonta pelo menos ao século 18 no vilarejo Camembert, da Normandia, um pedaço de campo com riachos e colinas e macieiras.
Inicialmente restrito à Normandia, o queijo foi levado para Paris na década de 1850 através de uma estrada de ferro recém-construída e ganhou fama nacional no século 20.
Com a invenção da caixa de madeira usada para transportar o queijo em 1890 e o advento da pasteurização na década de 1950, o Camembert se espalhou mundialmente.
Em comparação com o tipo pasteurizado, o Camembert de leite cru tende a ser mais cremoso, com um sabor mais acentuado e um amarelo mais vistoso no interior. E também é mais caro.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Marx: how capitalism destroys its own social base

A Point of View: The revolution of capitalism

Plastic bust sculpture of Karl Marx
Da New Left ;review - 03/11/2011

Karl Marx may have been wrong about communism but he was right about much of capitalism, John Gray writes.
As a side-effect of the financial crisis, more and more people are starting to think Karl Marx was right. The great 19th Century German philosopher, economist and revolutionary believed that capitalism was radically unstable.
It had a built-in tendency to produce ever larger booms and busts, and over the longer term it was bound to destroy itself.
Marx welcomed capitalism's self-destruction. He was confident that a popular revolution would occur and bring a communist system into being that would be more productive and far more humane.
Marx was wrong about communism. Where he was prophetically right was in his grasp of the revolution of capitalism. It's not just capitalism's endemic instability that he understood, though in this regard he was far more perceptive than most economists in his day and ours.

Find out more

John Gray
  • A Point of View is on Fridays on Radio 4 at 20:50 BST and repeated Sundays, 08:50 BST
  • John Gray is a political philosopher and author of False Dawn: The Delusions of Global Capitalism
More profoundly, Marx understood how capitalism destroys its own social base - the middle-class way of life. The Marxist terminology of bourgeois and proletarian has an archaic ring.
But when he argued that capitalism would plunge the middle classes into something like the precarious existence of the hard-pressed workers of his time, Marx anticipated a change in the way we live that we're only now struggling to cope with.
He viewed capitalism as the most revolutionary economic system in history, and there can be no doubt that it differs radically from those of previous times.
Hunter-gatherers persisted in their way of life for thousands of years, slave cultures for almost as long and feudal societies for many centuries. In contrast, capitalism transforms everything it touches.
It's not just brands that are constantly changing. Companies and industries are created and destroyed in an incessant stream of innovation, while human relationships are dissolved and reinvented in novel forms.
Capitalism has been described as a process of creative destruction, and no-one can deny that it has been prodigiously productive. Practically anyone who is alive in Britain today has a higher real income than they would have had if capitalism had never existed.
Negative return The trouble is that among the things that have been destroyed in the process is the way of life on which capitalism in the past depended.
Defenders of capitalism argue that it offers to everyone the benefits that in Marx's time were enjoyed only by the bourgeoisie, the settled middle class that owned capital and had a reasonable level of security and freedom in their lives.
Karl Marx Marx co-authored The Communist Manifesto with Friedrich Engels
In 19th Century capitalism most people had nothing. They lived by selling their labour and when markets turned down they faced hard times. But as capitalism evolves, its defenders say, an increasing number of people will be able to benefit from it.
Fulfilling careers will no longer be the prerogative of a few. No more will people struggle from month to month to live on an insecure wage. Protected by savings, a house they own and a decent pension, they will be able to plan their lives without fear. With the growth of democracy and the spread of wealth, no-one need be shut out from the bourgeois life. Everybody can be middle class.
In fact, in Britain, the US and many other developed countries over the past 20 or 30 years, the opposite has been happening. Job security doesn't exist, the trades and professions of the past have largely gone and life-long careers are barely memories.
If people have any wealth it's in their houses, but house prices don't always increase. When credit is tight as it is now, they can be stagnant for years. A dwindling minority can count on a pension on which they could comfortably live, and not many have significant savings.
More and more people live from day to day, with little idea of what the future may bring. Middle-class people used to think their lives unfolded in an orderly progression. But it's no longer possible to look at life as a succession of stages in which each is a step up from the last.
In the process of creative destruction the ladder has been kicked away and for increasing numbers of people a middle-class existence is no longer even an aspiration.
Risk takers As capitalism has advanced it has returned most people to a new version of the precarious existence of Marx's proles. Our incomes are far higher and in some degree we're cushioned against shocks by what remains of the post-war welfare state.
But we have very little effective control over the course of our lives, and the uncertainty in which we must live is being worsened by policies devised to deal with the financial crisis. Zero interest rates alongside rising prices means you're getting a negative return on your money and over time your capital is being eroded.
The situation of many younger people is even worse. In order to acquire the skills you need, you'll have to go into debt. Since at some point you'll have to retrain you should try to save, but if you're indebted from the start that's the last thing you'll be able to do. Whatever their age, the prospect facing most people today is a lifetime of insecurity.
Trader in France Markets are a volatile business
At the same time as it has stripped people of the security of bourgeois life, capitalism has made the type of person that lived the bourgeois life obsolete. In the 1980s there was much talk of Victorian values, and promoters of the free market used to argue that it would bring us back to the wholesome virtues of the past.
For many, women and the poor for example, these Victorian values could be pretty stultifying in their effects. But the larger fact is that the free market works to undermine the virtues that maintain the bourgeois life.
When savings are melting away being thrifty can be the road to ruin. It's the person who borrows heavily and isn't afraid to declare bankruptcy that survives and goes on to prosper.
When the labour market is highly mobile it's not those who stick dutifully to their task that succeed, it's people who are always ready to try something new that looks more promising.
In a society that is being continuously transformed by market forces, traditional values are dysfunctional and anyone who tries to live by them risks ending up on the scrapheap.
Vast wealth
Looking to a future in which the market permeates every corner of life, Marx wrote in The Communist Manifesto: "Everything that is solid melts into air". For someone living in early Victorian England - the Manifesto was published in 1848 - it was an astonishingly far-seeing observation.
At the time nothing seemed more solid than the society on the margins of which Marx lived. A century and a half later we find ourselves in the world he anticipated, where everyone's life is experimental and provisional, and sudden ruin can happen at any time.
A tiny few have accumulated vast wealth but even that has an evanescent, almost ghostly quality. In Victorian times the seriously rich could afford to relax provided they were conservative in how they invested their money. When the heroes of Dickens' novels finally come into their inheritance, they do nothing forever after.
Today there is no haven of security. The gyrations of the market are such that no-one can know what will have value even a few years ahead.
A protester faces a riot policeman in front of the Greek Parliament on 29 June 2011 in Athens Austerity measures to reduce Greece's debt have sparked riots
This state of perpetual unrest is the permanent revolution of capitalism and I think it's going to be with us in any future that's realistically imaginable. We're only part of the way through a financial crisis that will turn many more things upside down.
Currencies and governments are likely to go under, along with parts of the financial system we believed had been made safe. The risks that threatened to freeze the world economy only three years ago haven't been dealt with. They've simply been shifted to states.
Whatever politicians may tell us about the need to curb the deficit, debts on the scale that have been run up can't be repaid. Almost certainly they will be inflated away - a process that is bound to be painful and impoverishing for many.
The result can only be further upheaval, on an even bigger scale. But it won't be the end of the world, or even of capitalism. Whatever happens, we're still going to have to learn to live with the mercurial energy that the market has released.
Capitalism has led to a revolution but not the one that Marx expected. The fiery German thinker hated the bourgeois life and looked to communism to destroy it. And just as he predicted, the bourgeois world has been destroyed.
But it wasn't communism that did the deed. It's capitalism that has killed off the bourgeoisie.

Dos excessos na mesa e na cama


De los excesos
Sobre las maldiciones de la mesa y la cama

No seré yo quien niegue que todo exceso resulte censurable. Lo sorprendente es que la mayoría de los ilustres teólogos, moralistas y, cómo no, teólogos que se han ocupado y se ocupan del asunto sólo parecen entenderlo así referido a los placeres, y muy especialmente a los que se obtienen en la mesa o en la cama (incluido el dormir). A lo primeros se les ha dado en llamar gula, y a los segundos, lujuria (al dormir, claro está, pereza). Y la definición de ambas (dejo ahora a un lado la pereza) no ha resultado nunca demasiado complicada.
«La gula –dice Espinosa– es el deseo inmoderado, o también el amor, de comer» [Ética, III, af. 45];
lo mismo que la ebriedad lo será de beber.
En cambio, la definición que el propio Espinosa da de la lujuria resulta más curiosa. Desaparece el concepto de exceso o de falta de moderación para decir, simplemente, que
«La lujuria es también el deseo y el amor de mezclar los cuerpos» [Ética, af. 48];
lo que todavía es peor, ya que, a menos que haya que dar por sobreentendido lo de «inmoderado», la propia supervivencia de la especie humana diríase ser el resultado de una disposición viciosa, puesto que no cabe tal supervivencia sin reproducción, y ésta no es posible (al menos en la época de Espinosa, hoy tal vez sí) sin mezclar los cuerpos, y quién podría manifestar el menor deseo de mezclar los cuerpos si la consecuencia de tal ayuntamiento fuese una jaqueca de quince días. Pongamos, pues, que Espinosa se refiere a un deseo inmoderado o a un uso excesivo de la actividad genésica.
En cualquier caso, de lo que nunca ha hablado nadie es de un amor excesivo al trabajo o de un deseo inmoderado de trabajar. Parece que en lo desagradable nunca hay exceso: cuanto más, mejor. Y, de todos modos, si se admite tal exceso, antes será considerado virtud que vicio. Como nadie habla tampoco de una generosidad o una bondad desmesuradas; o de un perdón o un arrepentimiento excesivos. Y, sin embargo, todo tiene su exceso: incluso la virtud. Y si es cierto que la demasía ha de ser siempre viciosa, entonces el vicio correspondiente a los casos mencionados (vicio no tanto moral como intelectual) también tiene un nombre: se llama necedad.
Mas volvamos, como diría Montaigne, a nuestras botellas, quiero decir, a la gula y a la lujuria.
La cocina y la escritura, constituyen dos de los descubrimientos más grandiosos del ser humano, y seguramente aquéllos que han tenido una influencia más determinante en lo que finalmente ha llegado a ser. A los placeres que puedan derivarse de la segunda nadie, que yo sepa, les ha puesto tasa; a los de la primera, sí: se hallan siempre acechados por la gula. Pero, ¿qué es la gula? Creo recordar que era san Agustín quien opinaba que el experimentar satisfacción en el mero hecho de comer suponía incurrir en tal vicio. Y me parece que san Juan Crisóstomo defendía que el pecado original había sido, precisamente, de gula: el ferviente deseo de Eva de comer la manzana, arrastrando a ello a Adán, que como es notorio hacía siempre lo que le mandaban. Las conjeturas de este buen santo, queden para él. En cuanto a san Agustín, yo supongo que nadie –ni siquiera otro santo de igual relieve— estará dispuesto a llegar a los extremos que el sugiere. Después de todo, ¿cómo es posible evitar experimentar una sensación placentera satisfaciendo el hambre o la sed? Ya lo decía san Gregorio quien, desde luego, reprobaba todo tipo de placer, pero advertía que en el derivado del comer se encuentran tan entremezclados el placer y la necesidad que no es fácil determinar que porción se lleva cada cual. ¿Acaso sugiere Agustín que para no ser pecador es necesario comer y beber con auténtica sensación de asco? ¿Era ése su caso? Pero, claro, si es verdad (y no hay por qué dudarlo, desde luego) lo que de sí mismo cuenta, Agustín es un arrepentido que, tras hacer uso abundante de los placeres corporales, y entre ellos los derivados de la bebida y del lecho, descubrió finalmente a Dios, y con los arrepentidos, ya se sabe, da igual que sean del tabaco, de la botella o de la cama, no existe inquisidor capaz de mostrar una intolerancia semejante con los que continúan cultivando, aunque sea con moderación, aquello en lo que acaso ellos se excedieron. Pero, entonces, ¿qué es la gula?
Santo Tomás sostiene que no es gula todo deseo de comida o bebida, sino sólo el desordenado; es, pues, un deseo de alimento no regulado por la razón. De tal manera que si alguien comiera en exceso, no por deseo del alimento mismo, sino por pensar que es necesario, eso no sería gula, sino error de cálculo:
«sólo comete pecado de gula quien se excede en la cantidad de comida conscientemente, llevado por el placer producido por los alimentos» [Suma Teológica, II-IIae, c. 148, art. 1].
Por otra parte, Tomas distinguirá en el acto de comer dos elementos: en primer lugar, el alimento mismo, y, en segundo lugar, el acto de tomarlo. Y en los dos casos se puede incurrir en gula: en lo que atañe al alimento, bien comiendo en exceso, bien exigiendo «una preparación demasiado esmerada», vale decir, creo yo, regalarse el estomago y el paladar con exquisiteces; y en lo que hace al acto, comiendo deprisa, con voracidad o adelantando la hora de comer. Yo, por mi parte, me permitiré plantear el asunto de una forma un tanto distinta.
Dejo de entrada a un lado eso de comer deprisa, porque no faltaba más que prescribir a la gente cuánto tiempo ha de invertir en alimentarse, o lo de adelantar la hora, porque cada cuál hará bien en comer cuando le venga en gana (y nunca mejor dicho), y también lo de la voracidad, porque, ése no es un problema moral, sino estético, y, llegado el caso, seguramente también higiénico y médico (como el de comer deprisa, dicho sea de paso). Y de todos, modos, cualquiera de esos aspectos tendrían en último término que ver más con la urbanidad que con la ética. Pero pienso, en efecto, que en el hecho de comer hay que distinguir dos elementos: por un lado, el alimento como tal, y, por otro, el placer que pueda derivarse de su consumo. En cuanto al alimento, es obvio que podemos excedernos, pero, ¿quién puede determinar la línea divisoria que separa lo necesario de lo excesivo? ¿Habrá que concluir que para un individuo una cantidad determinada de comida se encuentra en los límites de lo necesario, en tanto que esa misma cantidad instala a otro directamente en la gula? ¿Y quién, sino el propio individuo, podrá dictaminar cuál es el término medio que a él le conviene?
Se puede, ciertamente, comer en exceso, esto es, en cantidad superior de la que es necesaria para un sujeto dado (cantidad que, por supuesto, no es la misma para todo el mundo), pero cabría preguntarse hasta qué punto esa demasía no es siempre consecuencia de un trastorno más o menos severo de la alimentación, en cuyo caso estaremos de acuerdo que el individuo no es consciente ni responsable de su conducta. Podrá tildársele de glotón, tragón o adicto al vicio de la gula, ¿y qué? ¿Qué ganamos con eso, más que satisfacer esa pasión tan arraigada en nosotros de señalar, demonizar, condenar y separar a todo aquél que en su conducta no se ajusta a unos cánones establecidos por no se sabe quién. ¿Acaso todas las sociedades y culturas han establecido el vicio de la gula a partir de un determinado y mismo punto? El individuo al que llamamos tragón es tal vez el mismo que en unas coordenadas culturales distintas era considerado plenamente normal, y quién sabe si un auténtico y verdadero hombre. Es cierto, hay una diferencia sustancial: nuestros actuales conocimientos médicos han logrado determinar que una alimentación excesiva resulta perjudicial. Entonces, ¿adelantaremos algo dándole un curso intensivo de moral, recordándole que está sacando un billete al infierno, o no sería mejor que lo fuera de higiene y salud, y hasta de urbanidad? Y si después de tales esfuerzos persiste en su conducta desordenada, ¡qué más da que nos empeñemos en calificarla de una forma u otra! Pero nos priva ejercer de censores morales, y si nada decimos de quien revienta trabajando, porque es sabido que el trabajo dignifica, cargamos contra quien revienta comiendo, porque nos hemos creído con derecho a decidir hasta de qué y cómo tiene que morirse la gente.
Todo esto no tiene nada que ver conmigo, que creo comer más bien poco, pero no porque me haya propuesto ser parco y moderado, sino porque ésa es mi disposición, sencillamente. Y ni siquiera soy un comedor exquisito, aunque, por supuesto, hay cosas que me gustan mucho, otras poco y algunas nada en absoluto. Y con esto de la exquisitez venimos a dar en el segundo de los aspectos del comer: el que tiene que ver con su dimensión placentera. Éste es el verdaderamente interesante de los dos, tal vez porque es aquél en el que se advierte con total claridad otra de nuestras grandes pasiones: amargarnos la vida y amargársela al prójimo.
¿Qué razones hay para considerar repudiable el deleite que pueda obtenerse de la alimentación misma? Yo, francamente, no encuentro ninguna, excepto el hecho de que algunos parecen pensar que la vida no nos proporciona ya suficientes sinsabores como para además tener que renunciar a los escasos gozos que pone a nuestro alcance. Existe toda una moral en la que se da por supuesto que todo placer, por el hecho de serlo, resulta siempre sospechoso, y que no cabe vida virtuosa más que ligada al esfuerzo, al sacrificio y al sufrimiento. Deleitarse en el comer, experimentar buscando sabores nuevos y platos más apetecibles, ¿es ocupación viciosa? De ser así, eso supondría desacreditar la cocina como tal, porque eso es con toda seguridad lo que el ser humano ha estado haciendo desde que ha sido capaz de dominar el fuego. Pero no digo yo que no sea así; tal vez la gastronomía es un invento diabólico y la verdadera entrada al Paraíso pasa por el consumo de raíces y tubérculos, y eso en estado puro. ¡Dios nos libre de cocerlos o ni siquiera limpiarlos!, porque al hacerlo (para mejorar su sabor, entre otras cosas) estamos siendo llevados directamente al Infierno a través de nuestras papilas gustativas. Toda esa larga secuencia de frailes, excelentes creadores y consumidores de cerveza, ¿estarán por ventura condenados? ¿Y las monjitas madres de pastas exquisitas? ¿Son, por ventura, victimas de la gula, o desean, acaso, que lo seamos nosotros? Y no digamos nada de un gourment, a quien más le valiera no haber nacido. ¡Qué ganas de enredar con tonterías! Evidentemente que es ridículo vivir en exclusiva para los placeres de la mesa, tanto en cantidad como en calidad. Pero eso no pone de manifiesto tanto una disposición viciosa como estúpida. Ahora bien, renunciar de modo absoluto a ellos, y exigir a los demás que lo hagan, no es menos estúpido, sino más. Ayunen a pan y agua con un cilicio en cada pierna y otro en la lengua, si ése es su deseo, y déjennos a los demás dueños siquiera de nuestro propio cuerpo.
Pero, claro, sucede que la gula no es un solo pecado, sino que, al decir de santos nombrados, como el mismo Tomás de Aquino, es madre también de una legión de vicios, entre ellos la alegría boba, la bufonería, la inmundicia (naturalmente, es que después de comer mucho se vomita), la locuacidad, la ceguera mental, y…, cómo no, la lujuria, porque, según docta opinión de san Gregorio, cuando el estómago es víctima de la glotonería, entonces, inevitablemente, la lujuria mata las virtudes del alma. Ignoro si la propia experiencia del santo le ha llevado a comprobar que una comida copiosa o exquisita amplifica los deseos de coyunda.
No podía faltar la lujuria, naturalmente, y hete aquí que por si la gula fuese por sí misma poco reprobable, para más inri alumbra la lujuria mediante una relación causal fatal e inevitable. Ya en otra ocasión me he ocupado del asunto éste de la lujuria y, por consiguiente, y toda vez que hemos venido a dar en el asunto, me limitaré ahora a unas breves observaciones
Hay algunos que definen optimistamente la lujuria como el uso ilimitado de los deleites carnales. Acaso ellos tengan esa suerte. En lo que a mí respecta, los límites se encarga de ponerlos (y a veces antes de lo que yo quisiera) la propia naturaleza. Ni siquiera el deseo es ilimitado. Nuestros académicos de la Lengua, con mejor criterio, hablan de uso ilícito o apetito desordenado de dichos deleites. Definición que si no tan absurda no por ello resulta más clara.
Si la lujuria se entiende como el apetito de voluptuosidad carnal, entonces tiene razón Tomás de Aquino al afirmar que no sólo los placeres venéreos serían su objeto, sino muchos otros, como aquéllos, precisamente, asociados a la gula. Ahora bien,
«los placeres venéreos son los que más degradan la mente del hombre. Por eso se consideran los placeres venéreos como la materia más apropiada de la lujuria» [Suma Teológica, II-IIae, q. 153, art. 1].
Sí, ésta es, sin duda, la bestia negra de esa moral (cristiana, pero no sólo cristiana) del sacrificio y el sufrimiento. Únicamente cuando el placer venéreo tiene por objeto la reproducción no será vicioso. En todos los demás casos estamos excediendo el orden que la razón prescribe e incurrimos con ello, directamente, en la lujuria,
«porque es propio de la lujuria el incumplir el orden y la moderación que la razón exige en los actos venéreos» [Suma Teológica, II-IIae, q. 153, art. 3].
El problema con el que nos encontramos es que si únicamente son lícitos los placeres carnales que tienen como objetivo último la reproducción, entonces no se entiende muy bien que Tomás de Aquino hable de moderación en los actos venéreos, puesto que cualquiera que no persiga tal objeto parece que habría de ser considerado vicioso, y, consecuentemente susceptible de ser calificado de lujuria. Y paralelamente, cualquier actividad genésica por intensa y frecuente que sea, siempre que lo que pretende es buscar con ahínco un embarazo, no debería ser considerada en ningún momento como inmoderada. Acaso sucede que yo no acabo de entenderlo muy bien, pero la verdad es que todo esto me resulta un tanto contradictorio.
Por otro lado, tampoco la definición que proponen nuestros padres de la Lengua aclara mucho las cosas. Hablan de apetito ilícito o desordenado. Admitamos que el apetito, vale decir, el deseo mismo, pueda ser considerado lujurioso, aunque no culmine en su satisfacción. Pero, ¿a qué se refieren con lo de ilícito? ¿Tal vez fuera del matrimonio o de la pareja firmemente establecida? Bien, pero eso podrá ser denominado adulterio o falta de lealtad, traición, &c., pero, ¿por qué lujuria? ¿Deseo o relaciones sexuales con menores? Se tratará de paidofilia, corrupción, un delito, en según qué casos y condiciones. Pero, ¿eso es la lujuria? Y otro tanto habría que decir de prácticas sexuales más o menos extrañas, eso que ahora se ha dado en llamar parafilias y que en ocasiones son auténticas perversiones sexuales. Pero lujuria…
Y yendo al otro término de la definición, ¿qué es un apetito desordenado de placeres carnales? ¿Quién establece dónde finaliza el orden y comienza el desorden, dónde la moderación para dar paso a la falta de ella? ¿Cuántas coyundas cabe considerar ordenadas y moderadas, al punto que una más nos convierte en lujuriosos?
Estamos en lo de siempre: en ese afán de gobernar la vida del prójimo diciéndole cuánto tiene que comer y cuánto tiene que fornicar; exigiéndole que lo primero lo haga sólo a base de alimentos con los que no se corra el riesgo de experimentar un placer culinario excesivo; y lo segundo, pensando en todo momento cómo se va a llamar el niño.
Yo, lo he dicho muchas veces, y lo repetiré una vez más: jamás entenderé ese empeño de considerar vicioso todo (o casi todo) aquello que resulta agradable. Se suelen dejar a un lado, es cierto, esos otros placeres que se ha dado en considerar mentales o espirituales (aunque, obviamente, también es con el cuerpo con el que se experimentan). Pero todos aquéllos en los que éste parece hallarse más directamente implicado, son automáticamente descalificados como vicio: pereza, gula, lujuria… Y, en consecuencia, no se sabe muy bien por qué, lo mejor para no excederse es renunciar completamente a ellos. Y cuando no se nos dice que debemos hacerlo para ganar el Cielo, se nos advierte que entregados a cultivo (particularmente en el caso de los placeres genésicos) nos asemejamos de todo en todo a las bestias comunes. Como si no fuésemos también un animal con una serie de necesidades primarias y como si en algunos aspectos no tuviésemos mucho que envidiar a ésos que llamamos bestias.
No se trata de ser un tragón irredento ni un obseso y maniaco sexual, pero cualquiera de esas dos disposiciones constituyen antes un problema psicológico que un vicio. Y si bien la templanza y la moderación son convenientes en todo, precisamente en estos dos aspectos de los que hablamos no hace ninguna falta que nos la prediquen: yo, al menos, en la medida en que mis escasas dotes gastronómicas me lo permiten, procuro deleitarme comiendo (y me reiré si alguien sostiene que soy víctima de la gula), y, por supuesto, sé cuándo he comido suficiente, y desde luego que sé también cuándo no puedo continuar practicando los divertidísimos ejercicios amatorios. Y si alguien me llamara lujurioso, le respondería que lo único que lamento es no poder serlo mucho más.

O papel do Estado intervencionista na história dos EUA

El Estado, la civilización del «salvaje Oeste»
y la idea de capitalismo

Lino Camprubí Bueno

Reseña del libro de Gerald D. Nash, The Federal Landscape:
An Economic History of the Twentieht-Century West

(Tucson: The University of Arizona Press, 1999)

Gerald D. Nash, The Federal Landscape, The University of Arizona Press 1999 Libertad personal e individualismo valiente parecen ser las dos notas principales que describen al estadounidense de los últimos dos siglos. Ambas llegaron a su más perfecta articulación en sendas obras de contenido político, The Federalist Papers y The Significance of the Frontier in American History.
La primera recoge la famosa colección de artículos en la que se exhortaba a diversos estados a ratificar la constitución formal de los Estados Unidos. En la línea de la Declaración de Independencia, se convirtió en texto de referencia para los que definían la democracia negativamente como ausencia de tiranía. Hoy sigue siendo citado como modelo no sólo por su contenido sino por su método: ciudadanos libres e iguales deciden de mutuo acuerdo unirse en sociedad política que les permita perseguir su felicidad individual.
La segunda contiene la «tesis de la frontera», con la que Frederick Jackson Turner dibujaba en un breve artículo la esencia del «americano» como una caricatura del pionero enfrentado a una naturaleza hostil y portentosa mediante su ingenio, fuerza, independencia y tesón. La expansión hacia el oeste habría mantenido viva la llama de la libertad norteamericana y fundamentado materialmente el democratismo y la igualdad que la constitución había proclamado formalmente. Steve Jobs, el recientemente fallecido fundador de Apple, brilla hoy en los obituarios como ejemplo de la transformación de aquel pionero en el emprendedor californiano arquetípico de la «nueva economía.»
Estos dos mitos fundacionales, separados entre sí por un siglo, lograron calar por igual entre los admiradores y los enemigos de lo que a finales del siglo XIX era ya el imperio yanqui tal y como lo hemos conocido durante los últimos 100 años. El cine de Hollywood fue de gran ayuda en este proceso.{1} En estos mitos el Estado federal juega un papel secundario (como una superestructura que coordina los diferentes estados que forman la Unión) o incluso negativo (como algo opuesto o subsidiario a la sociedad civil). Pero lo cierto es que hace mucho que los diferentes estados miembros cedieron su soberanía al Estado federal, que ya no tiene de federal más que el nombre (para el materialismo político, el poder federativo del Estado hace contradictoria la posibilidad real de un Estado federal: o son Estados cada uno de los miembros que componen una alianza o lo es el que agrupa a las difere= ntes unidades administrativas). Además, como veremos más adelante, la oposición entre el Estado y la sociedad civil tiene mucho de ficticia.
Aunque todo mito tiene su fulcro de verdad, democracia y esfuerzo personal son atributos demasiado abstractos para dar cuenta del nacimiento y curso de una sociedad política forjada al calor de las luchas de los grandes imperios modernos, el esclavismo, la doctrina Monroe, la Guerra Civil, el Canal de Panamá, las dos Guerras Mundiales y la hegemonía económica internacional.
Entre los muchos historiadores que han matizado los dos mitos fundacionales del imperio del norte, el profesor estadounidense de origen alemán Gerald D. Nash (1928-2000) fue de los que mejor lograron involucrar aspectos de historia económica, historia militar e historia medioambiental. Esto le permitió huir del formalismo conjuntivo y otorgar el debido peso específico a las capas basal y cortical de la sociedad política norteamericana, como hiciera David Edgerton con la británica en el libro que apareció reseñado recientemente en El Catoblepas.{2} Lo hizo, además, atento a cómo el peso del Estado se basculó precisamente hacia los supuestamente dominados por el pionero y el emprendedor: hacia el oeste.
El papel del Estado en el desarrollo y crecimiento de la economía norteamericana fue el tema predilecto de Nash desde su tesis doctoral. Este mismo interés le llevó a profundizar en las relaciones del gobierno de Washington con las grandes empresas petroleras estadounidenses. Pero el desarrollo económico no consiste en gráficas bidimensionales describiendo crecimientos más o menos abstractos, sino que se palpa en la transformación del territorio. La economía política de una nación está esculpida en el paisaje de ésta (cuyos términos, a diferencia de los geológicos, se definen a una escala directamente manipulable por los sujetos operatorios). Así, Nash se adentró en la historia de la transmutación del territorio occidental de EEUU durante el siglo XX subrayando el papel del gobierno y cómo éste creció exponencialmente tras la Segunda Guerra Mundial, algo que la historiografía ha venido en llamar la «tesis de Nash.»{3}
El libro que aquí se reseña ahonda en la conjugación de la historia económica de EEUU y la historia de las transformaciones del territorio del oeste. Lo hace en un estilo más sintético y divulgativo que sus trabajos anteriores y sin la densidad de notas, datos y figuras de aquéllos. Por esto mismo es más directo y poderoso.
The Federal Landscape comienza reconociendo la capacidad explicativa de los ciclos Kondratieff-Schumpeter para dar cuenta del crecimiento económico estadounidense durante el boom de los automóviles, los aviones y las industrias petroquímicas. Sin embargo, añade, estas innovaciones tecnológicas no sirven para explicar los mecanismos reales mediante los que EEUU se incorporó a la revolución industrial y llegó a marcar el ritmo de ésta. Para obtener una explicación satisfactoria se hace necesario movilizar al Estado, y no sólo recordar cómo sus políticas fiscales y monetarias afectaron los diferentes precios y modos de producción (los gerentes, estudiados por Alfred Chandler, o el fordismo), sino, sobre todo, subrayar la decisión del Estado de basar la expansión industrial y acumulación de capital en el oeste del país. Esta decisión, o mejor, este ortograma de expansión hacia el oeste, era a un tiempo geopolítico, imperial y económico.
El primer capítulo analiza cómo la falta de incentivos para inversiones privadas llevó a algunos líderes locales del oeste a buscar apoyo financiero en el gobierno federal a principios del siglo XX. Éste vino en forma de presas y canales que permitieron el florecimiento de oasis urbanos y de una agricultura próspera en el corazón del desierto. Nash no polemiza con la tesis de Turner en lo que se refiere al siglo XIX y viene a decir que, fuera o no verdadera para el XIX, dejó de serlo en el XX. Otros historiadores sí han entrado de lleno en esa polémica llamando la atención sobre sistemas de regadíos pre-hispánicos, sobre la transformación del paisaje por medio de las nuevas especies vegetales y animales traídas por los españoles a través de Nueva España (el ejemplo clásico son las redes de misiones y ciudades con gran presencia franciscana en California, desde Nuestra Señora de los Angeles a San Francisco), y sobre el papel temprano del gobierno federal ­–todo lo policrático que se quiera– en la conquista del Oeste.{4}
Este primer capítulo se extiende hasta 1929 y describe numerosos sectores en los que el gobierno federal transformó el oeste en una región totalmente integrada con el resto del Estado, por citar algunos: el conservacionismo de Roosevelt, las reservas indias, el ferrocarril del pacífico, las carreteras, los pozos de petróleo y las bases militares a propósito de la Gran Guerra. Esta misma guerra multiplicó la extracción de petróleo en suelo estadounidense para mantener una imponente flota de camiones.
El canal de Panamá, terminado e 1905, fue clave para dotar de sustantividad a la costa oeste de un papel propio en un ortograma imperial que ya había trascendido el aislacionismo americano de la doctrina Monroe y miraba al resto del globo terráqueo. Cuba y Filipinas terminaron de significar el relevo imperial, y su vinculación por el istmo de Panamá distaba mucho de ser meramente simbólica.{5} El canal abría posibilidades comerciales para los puertos de la costa del Pacífico a la vez que permitía albergar allá tropas que batallarían muy lejos de las fronteras estadounidenses en la dos guerra mundiales.
El segundo capítulo demuestra que las políticas del New Deal eran, en gran medida, continuación de las construcciones de carreteras y presas que el gobierno federal venía realizando durante toda la década de los 20. Las grandes presas facilitaban energía a las ciudades y a las industrias y agua a una agricultura en continuo crecimiento.{6} Como otros autores han probado, el gobierno federal fue también clave en propiciar el incremento en productividad de esta agricultura, una auténtica «revolución verde» posibilitada por la hibridación y producción de semilla y por una incipiente motorización del campo.{7}
La diferencia entre el período del New Deal y el anterior, eso sí, fue de grado, y el resultado cualitativamente distinto: para 1940 el oeste ya era una región industrializada capaz de competir económicamente con el este del país. Es más, en esta competición tenía las ventajas de ofrecer tanto tierras como mano de obra barata. Durante la Segunda Guerra Mundial tales ventajas propiciaron que el grueso de la gigantesca maquinaria de guerra norteamericana se fabricara al oeste del río Misisipi. El tercer capítulo de The Federal Landscape recorre aquella economía de guerra y su movilización de soldados, de mano de obra cualificada, de investigadores, de recursos…y de fondos federales. El proyecto Manhattan y otros tantos transformaron el oeste en un paisaje militar: Arizona, Nuevo México, Colorado, Nevada, California, Oregón, Washington, Alaska…y otro puñado de estados de la unión deben su forma actual a la Segunda Guerra Mundial.
Los capítulos cuarto y quinto demuestran que esos fondos gubernamentales, lejos de desaparecer tras la Segunda Guerra Mundial, se relocalizaron en industrias que, pese a haber perdido el carácter de urgencia militar, seguían sirviendo a una nación orientada a la guerra. Se trataba del complejo militar-industrial, que el presidente Dwight D. Eisenhower hizo célebre en su despedida de 1961. Lo que el presidente (y autor de los acuerdos con Franco de 1953 concernientes a las bases militares) no dijo es hasta qué punto ese complejo se había hecho uno con la marcha económica y política del país. Y, muy especialmente, del oeste: en 1950 un tercio de los trabajadores de Los Angeles estaban contratados con actividades relacionadas a la industria aeroespacial.{8} El crecimiento demográfico de ciudades como San Diego, Los Angeles, o Seattle fue exponencial, y estuvo en todo punto propiciado por el auge de empresas privadas subcontratadas por el gobierno federal (mediante vínculos personales que convertían a generales del ejército en directores generales): Boeing, Northrop, Lockheed, Douglas, General Electric, AT&T, Hughes Aircraft, IBM, Ford Aerospace…
Por supuesto, este crecimiento demográfico tenía su equivalente en el número de ingenieros y científicos contratados por laboratorios industriales, militares y universitarios que por todo el oeste, desde Austin (Texas) hasta Berkeley pasando por UCLA y el California Institute of Technology, la NASA, y las muchísimas hectáreas alredor del aeropuerto de Los Angeles que aún hoy acogen a los centros de ingeniería de las grandes empresas de equipamiento militar (misiles, satélites, aviones, &c.). Numerosas disciplinas científicas y técnicas se desarrollaron al calor de estas inversiones federales masivas.{9}
En sus dos últimos capítulos, The Federal Landscape baja un poco el ritmo, ajustándose al más lento fluir de los fondos federales por el oeste. Aunque trata del nacimiento de Internet y de la economía política de Silicon Valley, se centra ya en un período de desindustrialización y transición hacia sectores productivos diferentes. Hay mejores fuentes para evaluar los efectos sobre el paisaje de este período así como el papel del gobierno federal en él (a través de acuerdos petrolíferos, de manipulaciones de moneda, de negociaciones con los sindicatos y con grupos ecologistas, &c.).{10}
Aunque este breve libro no pretende agotar la complejidad de los procesos de que insinúa, logra el objetivo de presentar de modo claro y contundente su tesis principal: la economía política de Estados Unidos no puede entenderse sin atender a las transformación del paisaje del oeste en un paisaje federal (diríamos, estatal). Esto lo hace a través de multitud de ejemplos subrayando en cada caso los intereses de las diferentes partes implicadas, recordándonos así que la sociedad política consta de grupos dispares que se reparten el territorio estatal y lo expanden y defienden frente a terceros. El Estado no se confunde, por tanto, con el gobierno de turno, sino que integra muy distintos poderes, ascendentes y descendentes, instalados en diferentes capas de la sociedad política.
El propio Nash lo dice de forma provocativa: «el desarrollo del mundo occidental durante el siglo XX estuvo en gran parte determinado por la posición militar de Estado Unidos. La Segunda Guerra Mundial, la guerra fría, las guerras de Corea y Vietnam tuvieron una influencia profunda. De hecho, el dictador José Stalin puede considerarse un primer motor del rápido crecimiento de la economía occidental, en especial durante la guerra fría. El gobierno federal horadó su huella en la historia de la región mediante complejos militares, contratos, laboratorios de investigación y acuerdos con universidades. Sin la influencia del complejo militar-industrial la historia del occidente, tanto en sentido estadounidense como en sentido mundial, hubiera sido muy diferente. Este complejo no fue una conspiración amañada contra el pueblo resistente. Fue un producto de lo que los habitantes del oeste americano, y los estadounidenses más en general, quería. Claramente podrían haber hecho otros usos de sus energías. Pero lo mismo se podría decir de los ciudadanos del imperio romano durante su apogeo.» (98-99).
A finales de la primera década del siglo XXI, el estado de California está en números rojos. Sin embargo, poco menos de dos años atrás era fácil oír a sus políticos y habitantes presumir de que la californiana era la quinta economía mundial. El espejismo consistía en separar artificialmente a la economía californiana de la del resto del Estado. Igualmente, Steve Jobs no podría haber existido sin Silicon Valley y éste no habría crecido un milímetro sin las inversiones del gobierno federal.{11}
Y no es que la «esencia» turneriana del americano, libre, individualista e independiente, se corrompiera en el siglo XX. Es más bien que lo que hizo de Estados Unidos una potencia mundial, hoy ciertamente mermada, no fue esa supuesta esencia del alma useña, sino una serie de circunstancias y decisiones en ámbitos geoestratégicos, geográficos, productivos, demográficos y militares que permitieron a los Estados Unidos declararse vencedor en dos guerras mundiales y una guerra fría.
Atención a la contundente conclusión de Nash: «Para comprender la contribución del gobierno federal, primero hay que darse cuenta de que calificar a la economía americana de «capitalista» carece de sentido. Este concepto es un mero constructor verbal, nada más. Adam Smith no habría reconocido en él a la economía de EEUU. Más bien, la economía americana y, en general, occidental, es el resultado de una combinación intrincada del gobierno y la empresa privada. En el patrón caótico que resultó a lo largo del siglo XX, es difícil discernir dónde acababan las funciones de uno y empezaban las de la otra. Lo único que sabemos con certeza es que la influencia del gobierno federal en la economía del oeste creció inmensamente durante este período y dejó una huella imborrable en el paisaje al oeste del Misisipi.» (pag. 160).
Pero, habría que añadir a esta conclusión de Nash, esa combinación intrincada es precisamente la que caracteriza a la economía política capitalista efectiva.{12}
Digámoslo con palabras de Gustavo Bueno: «La diferencia entre un Estado liberal y un Estado socialista no es una diferencia entre economía libre y economía intervenida; más bien, es una diferencia entre 'economías intervenidas', según determinadas proporciones. Con la paradoja de que las tan debatidas cuestiones de nuestros días relativas a la privatización de autopistas, cadenas de televisión, o empresas productoras de energía, no tienen un significado 'procapitalista' mayor que el que pueda tener su estatalización o nacionalización, si se tiene en cuenta que esta nacionalización, desde el punto de vista de la economía política, al menos en un Estado democrático, puede resultar ser, según la coyuntura, aún más favorable al capitalismo que las privatizaciones. Según esto, la diferencia entre una economía liberal y una economía con planificación central, tipo soviético, no será tanto una diferencia económica cuanto una diferencia política. Las leyes económico-políticas seguirán funcionando aproximadamente del mismo modo en ambas situaciones.»{13}
En este contexto, las teorías de Adam Smith, Marx, y tantos otros sobre el capitalismo, en tanto prescindan del Estado, no pasarán de ser modelos abstractos, de laboratorio. Modelos útiles para aproximarse a la realidad político económica nacional e internacional, pero incapaces de reducirla y, menos aún, de dar cuenta de la marcha efectiva de las sociedades políticas que configuran el mundo actual.
Notas
{1} Miguel Ángel Navarro Crego, «Como estudiar Sergeant Rutledge (El sargento negro, 1960) de John Ford», El Catoblepas, 84:1 (febrero 2009). Por cierto, el autor de la obra objeto de la presente reseña, investigó cómo estos y otros mitos sobre el oeste se fueron articulando en la historiografía popular y profesional estadounidense en Nash, Creating the West. Historical Interpretations 1890-1990 (University of New Mexico, 1991).
{2} Lino Camprubí, «Autarquía británica», El Catoblepas, 116:14 (octubre 2011).
{3} State Government and Economic Development: A History of Administrative Policies in California, 1849-1933 (1964); United States Oil Policy, 1890-1964: Business and Government in Twentieth-Century America (1968); The American West in the Twentieth Century: A Short History of an Urban Oasis; The American West Transformed: The Impact of the Second World War (1985).
{4} Donald Worster, Rivers of Empire: Water, Aridity and the Growth of the American West (New York: Pantheon Books, 1985); Reviel Netz, Barbed Wire: An Ecology of Modernity; Donald J. Pisani, To Reclaim a Divided West: Water, Law, and Public Policy, 1848-1902 (1992).
{5} Michael Adas, Dominance by Design. Technological Imperatives and America’s Civilizing Mission (Cambridge: Belknap, 2006). Sobre la doctrina Monroe, http://www.filosofia.org/ave/001/a264.htm
{6} Para un análisis más detallado, puede consultarse Thomas P. Hughes, American Genesis: A Century of Invention and Technological Enthusiasm, 1870-1970 (Chicago: The University of Chicago Press, 1989): 353-442 y Richard White, The Organic Machine: the Remaking of the Columbia River (New York: Hill and Wang, 1997).
{7} Jack R. Kloppenburg, Jr., First the Seed. The Political Economy of Plant Biotechnology, 1492–2000 (Cambridge: Cambridge University Press, 1988): 66-90; Theda Skocpol and Kenneth Finegold, «State capacity, economic intervention and the early New Deal», Political Science Quaterly, 97 (1982): 255-78.
{8} Me permito recomendar dos obras a quienes quieran indagar en las connivencias del gobierno federal con la industria privada en Los Angeles y en California más en general, en el segundo caso a través de la agricultura: Mike Davis, City of Quartz: Excavating the Future in Los Angeles (New York: Vintage Books, 1992) y Mark Arax y Rick Wartzman, The King of California: J. G. Boswell and the Making of a Secret American Empire (New York: PublicAffairs, 2003).
{9} Aunque se centra excesivamente en las universidades, como si en los laboratorios militares o industriales no pudieran establecerse las identidades esquemáticas y sistemáticas que caracterizan a las ciencias, el de Stuart W. Leslie sigue siendo uno de los tratamientos más completos de este asunto: Stuart W. Leslie, The Cold War and American Science. The Military-Industrial-Academic Complex in MIT and Stanford (New York: Columbia University Press, 1993). El libro de Leslie se centra en ciencias físicas, pero también las biológicas recibieron un gran impacto por la política federal; puede verse, por ejemplo, Nicolas Rasmussen, «Of «Small Men», Big Science and Bigger Business: the Second World War and Biomedical Research in the United States.» Otros clásicos sobre el tema son A. Hunter Dupree, Science in the Federal Government. A History of Policies and Activities (Baltimore: The John Hopkins Universit Press, 1986).
{10} También es recomendable la serie de television The Wire, aunque se centre en una ciudad del este de Estados Unidos. Se puede interpretar como un análisis etnográfico de tipo b-operatorio de la economía política urbana en el Estados Unidos post-industrial.
{11} Sobre Silicon Valley y el gobierno federal: Robert Kargon, Stuart W. Leslie y Erica Schoenberger, «Far Beyond Big Science: Science Regions and the Organization of Research and Development», en Peter Galison y Bruce Hevley (eds.), Big Science: The Growth of Large-Scale Research (Stanford: Stanford University Press, 1992): 334-355; Christophe Lécuyer, Making Silicon Valley. Innovation and the Growth of High Tech, 1930-1970 (Cambridge: The MIT Press, 2006); y Timothy Lenoir, Nathan Rosenberg, Henry Rowen, Christophe Lécuyer, Jeannette Colyvas, y Brent Goldfarb, «Inventing the Entrepreneurial University: Stanford and the Co-Evolution of Silicon Valley» (artículo publicado en la web de stanford.edu).
{12} Sobre la dificultad de distinguir entre economía pública y privada en EEUU, en este caso en los grandes proyectos hidrográficos, se ha publicado recientemente Martin M. Melosi, Precious Commodity. Providing Water for American Cities (Pittsburg: University of Pittsburg Press, 2011).
{13} Gustavo Bueno, La vuelta a la caverna: Terrorismo, Guerra y Globalización (Barcelona: Ediciones B, 2004).

L'Espagne à l'heure du désenchantement


Coincés entre plans de licenciements et mesures d'austérité, les Espagnols subissent la crise de plein fouet. À quelques jours des élections législatives, les sondages penchent sérieusement à droite.
Salaires trop bas, réduction de personnel, suppression d'aides… La rue espagnole a vu défiler des milliers de manifestants en réponse aux mesures d'austérité conçues pour faire face à la dette. « On peut parler d'une attaque systématique envers les acquis des classes populaires, comme l'accès publique à l' éducation et à la santé, affirme Antonio, professeur à Valencia. Dans nos établissements, des postes disparaissent, parfois il n'y a pas de remplaçants pendant les congés maladies. » Écoles secondaires et hôpitaux ont été les premières victimes de ce qui est connu comme « El Tijeretazo », le coup de ciseaux des administrations des Communautés autonomes (régions). Gérées pour la plupart par le Parti populaire (PP) – de droite – après son écrasante victoire aux élections régionales du 22 mai, les régions ont entamé une politique d'austérité visant à économiser jusqu'à 10 % du budget selon les endroits. À Madrid, on a augmenté de deux heures par semaine l'emploi du temps des professeurs, afin de permettre le licenciement de 1 000 profs non titulaires ; en Catalogne, la Generalitat (gouvernée par le CiU, groupe nationaliste conservateur) opère une réduction budgétaire d'un milliard d'euros dans le secteur de la santé : on demande aux professionnels de renoncer à une partie de leur paie de Noël, et les hôpitaux devront fermer leurs portes pendant cinq jours d'ici à la fin de l'année, grossissant les listes d'attente pour les examens et les blocs opératoires…

Rigueur extrême

Chacune de ces mesures a suscité de fortes réactions de la part des professionnels concernés. « Les écoles publiques manquent de personnel, alors que les administrations subventionnent les écoles semi-privées, elles sont financées à 90 % par l'État mais sont souvent gérées par l'Église », dénonce Javier, 37 ans, professeur à Barcelone. « Nous sentons une évidente intention de privatiser la santé et l'éducation de la part de ceux qui savent qu'ils vont gouverner à partir du 20 novembre », ajoute-t-il, faisant référence au succès attendu du PP.
Victime de la fin de l'époque dorée de la construction (appelée « el ladrillo » ou l'économie « de la brique ») et de l'explosion de la bulle immobilière, l'économie espagnole peine à se relever. L'une des premières mesures impopulaires fut imposée par l'État, lorsque José Luis Zapatero a annoncé en mai 2010 une réduction moyenne de 5 % sur les salaires de tous les fonctionnaires. Mais cela n'a pas été le seul coup de rabot, des retards et des gels sont à l'ordre du jour : « J'ai un contrat pour les nuits de garde, mais cela fait quatre mois que je ne touche pas le salaire de mon contrat régulier – qui dépend du ministère de la Santé – parce que le financement n'est pas débloqué », explique Marta, 29 ans, neurologue. La recherche scientifique n'a pas non plus fait partie des priorités de l'État : « Nous avons subi une nette réduction des bourses et fonds attribués aux projets, regrette José Antonio, biologiste fonctionnel et ancien maître de conférences. Des unités de recherche sont en train de disparaître, nous parlons de groupes de prestige, qui publient depuis vingt ans des articles dans des revues scientifiques renommées. » Et d'ajouter que sa retraite est « une chance » en comparaison du sort de ses jeunes collègues : « Avant ils se contentaient de contrats précaires, maintenant ils n'en ont même plus. »
Fermeture des petits commerces, chantiers à l'arrêt, galères dans la restauration… Difficile de trouver un secteur d'activité qui ne tremble pas. De leur côté, les grandes entreprises effectuent des plans sociaux douloureux. L'expérience de Rafaël, salarié d'une grande entreprise de transports, illustre bien ce phénomène. Après une première vague de 800 licenciements, son employeur a entrepris cinq plans sociaux au cours des deux dernières années. Il est lui-même concerné : son salaire va être réduit de 30 % et la moitié de celui-ci sera dorénavant payée par les allocations chômage. « C'est paradoxal, je travaille mais je suis en fin de droits. Si on me licencie, je ne toucherai rien, explique-t-il. C'est le cas des trente collègues qui ont été congédiés la semaine dernière. Ils n'ont droit à aucune indemnisation, ni de l'entreprise ni de l'État. »
À la suite d'une réorganisation dans la chaîne de montage, annoncée et appliquée du jour au lendemain, ces salariés ont été accusés de faute grave, et partiront les poches vides.

L'exil, la solution ?

Au pays où le taux de chômage des moins de 30 ans atteint 45 %, où le salaire le plus courant est de 1 230 € brut par mois et le salaire minimum de 640 €, la balance migratoire a fini par basculer. En octobre, les chiffres sont tombés [1] : pour la première fois depuis des décennies, l'Espagne est en déficit migratoire et totalise 580 000 départs en 2011, essentiellement de jeunes adultes, un chiffre supérieur à celui des arrivées. De quoi accentuer la diminution de la population, déjà amorcée par le faible taux de natalité.
« Mes collègues qui ont fini leur résidence médicale peinent à trouver un poste de spécialiste ici, alors qu'en Angleterre ou en Allemagne ils seront ravis de les avoir, explique Marta. Pour l'instant, les gens sont plutôt attachés au pays, mais il est probable qu'un grand exode se produise. » La fuite des cerveaux concerne également le secteur privé. Ainoa, 28 ans, ingénieure chimique et docteure, fait face elle aussi à l'immobilisme du marché du travail comme nombre de ses collègues « C'est tout de même dommage que les contribuables espagnols aient payé mes neuf ans d'études et qu'au final ce soit autre pays qui en récolte les fruits », regrette-elle.
Le prix moyen d'un loyer, 692 € par mois selon l'Institut national des statistiques (Institudo national de Estadistica), montre le déséquilibre auquel font face les jeunes qui cherchent à s'émanciper. Si la génération précédente avait réussi à accéder à la propriété au travers d'emprunts abordables, aidée par des politiques fortement incitatrices à l'achat, cette génération- ci n'y pense même pas. Assurer un loyer est déjà compliqué. « Lorsque je vois mes neveux, pourtant diplômés, enchaîner périodes de chômage et contrats “poubelle”, entre 600 et 1 000 euros, pour un loyer de 400 euros minimum, je leur dis d'être patients, confie Antonio. Mais au fond de moi, je pense qu'ils devraient se soulever ! »
Certains rejettent la faute sur une culture traditionnellement tournée vers la propriété, « Malheureusement, on a tendance à concevoir la location comme un business. Le prix des loyers devrait être régulé », analyse Carlos, musicien, professeur à temps partiel et proche du collectif du 15 mai. Ce mouvement des indignés a fait de l'accès au logement l'une de ses revendications les plus visibles, il a dénoncé les privilèges bancaires et mobilisé une bonne partie de la population aux côtés de la Plateforme de victimes des emprunts (PAH). Plusieurs milliers de personnes ont manifesté contre les dérapages du marché immobilier. L'accent est mis sur la situation des personnes qui doivent continuer à payer de forts intérêts sur leurs emprunts, parfois à vie, alors qu'elles ont déjà été expulsées de l'immeuble. L'une des mesures phare proposée par ce collectif est la « dation en paiement », qui garantit le solde de la dette, une fois que l'acheteur a rendu sa maison.

Virage à Droite

Inquiétude et désespoir marquent les esprits face à une classe politique à qui on reproche d'avoir trahi les citoyens. « La classe politique s'est fait l'alliée des intérêts privés, conduisant à une situation d'injustice pour les faibles », affirme Alfons Cervera, écrivain [2]. Tous les sondages donnent le PP victorieux. Le désenchantement des citoyens vis-à-vis du Parti socialiste (PSOE), un taux d'abstention présumé élevé (le fameux « tous pareils »), et le succès du PP aux régionales en seraient les symptômes. Néanmoins, on prédit aussi une augmentation des voix pour de petites formations, auparavant écrasées par le bipartisme.
Conscient des difficultés, Alfredo Pérez Rubalcaba, le candidat du PSOE, essaie de regagner l'électorat : l'ISF, abandonné en 2008, a été réinstauré pour taxer les patrimoines supérieurs à un million d'euros. Le candidat socialiste promet aussi un impôt sur les bénéfices des banques, se démarque des restrictions budgétaires de Zapatero, assure qu'il ne touchera ni à la santé ni à l'éducation, et écoute même les consignes des indignés (jusque-là seulement approchés par Izquierda Unida). En revanche, les propositions du PP sont plus difficiles à connaître. Sûr de son succès, Rajoy n'a pas tenu à dévoiler son programme à la convention de Malaga du 7 octobre, normalement prévue à cet effet. Seules promesses pour l'instant : un retour à l'ancienne loi de l'interruption volontaire de grossesse (la nouvelle loi, approuvée en 2009 par le PSOE, dépénalise l'IVG jusqu'à la quatorzième semaine), une possible révision du mariage homosexuel (un recours a déjà été présenté au tribunal constitutionnel), des incitations à l'emprunt immobilier, et la fin de l'ISF en 2013. Quant au maintien des coupures budgétaires, « cela dépendra de la conjoncture économique », répond-il.
Pour certains citoyens comme Alfons Cervera, la crise a prouvé que c'est l'argent qui gouverne. D'autres, comme Carlos, regardent le futur avec mélancolie : « Je suis triste en constatant que cette classe politique a fait de nous la première génération qui construit pour ses enfants un monde pire que celui dont nous avons hérité. »

[1] Zapatero avait promis en 2007 de faire passer le salaire minimum à 800 € en 2011.
[2] Il vient de publier une enquête sur le récent cas de corruption politique de la communauté de Valencienne. Gürtel & Company. Unaserievalenciana, d'Alfons Cervera, éd. El viejo topo, 224 p., 16 €.