sábado, 15 de junho de 2024

geometria estetica bbb

natureza, puramente racional, o qual significa que, das principais capacidades do ser humano, a razão e a emoção, consideradas muitas vezes como incompatíveis, a única que lidaria com o conhecimento matemático é a razão. Essa tradição baseia-se na tese, que podemos chamar de platônico-cartesiana, de que os objetos matemáticos são idéias desligadas de toda experiência sensível e que à verdade matemática acede-se pela razão.No entanto, são dimensões da aquisição do conhecimento, em geral, além do racional, também o emocional, através da intuição e da experiência estética, entendendo por estéticaa ciência do conhecimento sensível e por experiênciaestéticao prazer da apreensão do belo. Para Courant e Robbins: “Amatemática, como expressão da mente humana, reflete a vontade ativa, a razão contemplativa e o desejo de perfeição estética. Seus elementos básicos são lógica e intuição, análise e construção, generalidade e particularidade” (COURANT& ROBBINS, 1955, p. 3). Namatemática,aexperiênciaestéticaconsistenoreconhecimentodatranscendentalidade de seus objetos, por exemplo, a triangularidade do triângulo, e é o reconhecimento de padrões mais que de objetos. Neste artigo pretendemos mostrar como, ao longo da história, o conhecimento matemático não foi somente objeto puro da razão, senão também da emoção, manifestando-se esta através da intuição matemática e da apreciação estética. Na matemática, do ponto de vista racional, dá-se pouca ênfase à intuição matemática e aos processos do pensamento ligados a ela como a visualização, os argumentos narrativos e indutivos, a imprecisão. Na matemática do século XX privilegia-se uma abordagem racionalista cartesiana em detrimento dos aspectos mais intuitivos e concretos do conhecimento matemático.Essa abordagem racionalista cartesiana teve suas origens em Platão, para quem os objetos matemáticos pertencem ao mundo das formas ou das idéias, desligados completamente de qualquer conotação espaço-temporal.Para Aristóteles, pelo contrário, os objetos matemáticos têm sua origem na experiência sensível e são obtidos por abstração de objetos concretos. Podemos afirmar, inclusive, que, apesar da abstração, para Aristóteles eles não perdem sua conotação espaço-temporal, isto é, o objeto matemático pode ser concebido como não desligado totalmente do seu contexto.Essa tese pode ser verificada de várias formas. Por exemplo, quando BOLETIM GEPEM / Nº 46 - JAN./JUN. 2005 / 56Jose Carlos Cifuentes

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