segunda-feira, 14 de abril de 2025

ATÉ QUANDO SE VAI IGNORAR A VISÃO DE MUNDO ORIENTAL?

ATÉ QUANDO SE VAI IGNORAR A VISÃO DE MUNDO ORIENTAL? Não consta dentre os vários ensaios que li sobre a noção de cor a diferença entre o modo de percebê-las entre os chineses e os ocidentais. Na verdade, parece mais regra que exceção desconsiderar-se as culturas orientais, como se o umbigo do mundo fosse a Europa, com o seu Iluminismo, que deveria chamar-se mais propriamente EUROCENTRISMO. Uma das características da presunção e arrogância do Eurocentrismo é IGNORAR o caráter CULTURAL dos povos e etnias, em que pesem os estudos de antropólogos (século XIX). Assim procedeu, por exemplo, o filósofo Immanuel Kant, ainda hoje um dos mais acessados no google (260 milhões de acessos em 20223, quando de minha consulta), Kant se desincumbiu do desafio, ao limitar o seu discurso à "espécie humana" (uma abstração), sem considerar as diferenças históricas, concretas, entre local e tempo em que ela ocorre. A simbologia das cores muda de cultura para cultura. Assim, por exemplo, para os chineses o branco simboliza o luto, enquanto para os ocidentais simboliza a paz, sendo que em ambos os casos o aparelho visual é o mesmo, assim como os seus respectivos comprimentos de onda. E isso também vale para a cor vermelha e demais cores. Taí uma evidência de que a percepção humana varia de contexto para contexto. A noção de contexto é metodologicamente ignorada pelo paradigma dominante da ciência ocidental, que admite como prova de certeza e de verdade somente os universais, que são conceitos abstratos e, pour cause, destituídos de contexto. De modo que a ciência ocidental, como praticada ainda hoje na Academia, é incapaz de apreender a SINGULARIDADE da pessoa, expressa no epíteto cunhado pelo filósofo espanhol Ortega Y Gasset "El hombre y su circunstancia" https://www.scielo.br/j/pusp/a/gx7FwGyypjNMn5hbyZh8Hgh/?format=pdf

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