quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

Opereta a quatro mãos

Opereta a quatro mãos Na interlocução´entre duas pessoas dá-se entre ambas o assentimento e a ponderação crítica, AO MESMO TEMPO, de modo a que o dito um ao outro se acomode no entendimento prévio que cada um trazia como bagagem cultural na sua experiência de vida. Somente no monólogo isso não ocorre, porque o monólogo consiste em falar consigo mesmo. A DIVERSIDADE de pontos de vista é intrínseca ao diálogo e o caracteriza. Arístóles a cunhou como fundamento da DEMPCRACIA. Nisso consiste a ASSIMIULAÇÃO, uma condição para se reconhecer o diálogo como enriquecedor, por ampliar as visões de mundo mediante a sua diversidade. O pressuposto é o do artista: Há tantos modos de se enxergar a realidade quantas sejam as janelas que se abrem para ela. Nestes tempos de predominância da cultura MAXISTA.em lugar do diálogo, prevalece a CONFRONTAÇÃO, tanto mais intensa quanto mais se amiuda a interlocução nas redes. Seria como no futebol fazer do adversário um inimigo. Machado de Assis, o mais arguto dos FILÓSOFOS brasileiros, escreveu, a propósito a alegoria da "Opereta a quatro mãos". O seguinte: Deus, aborrecido de sua eternidade monocórdica, decidiu convidar o Diabo para servir-lhe como interlocutor. Ao que o Diabo prontamente aceitou sob uma CONDIÇÃO: Que se refizesse o relato bíblico, em que Deus se faz reconhecer como o único Criador. Aceita por Deus, tem-se, então, a instalação do diálogo entre Deus e o Diabo, que transcorre na forma de um jogo, que consiste em criar regras de criação de regras de Criação do mundo. Assim, um põe e outro dispõe, sobre um tabuleiro que nunca é o mesmo, se entretando ambos eternidade a dentro. É o que o sábio

Nenhum comentário:

Postar um comentário