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domingo, 25 de maio de 2025
RAZÃO
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A filosofia de Hegel pode ser interpretada como uma superação do dualismo entre
sujeito e objeto, mas de um modo mais amplo pode-se dizer que Hegel pretende superar, por
um lado, a objetividade grega que empregava uma atenção toda especial para o homem em
sua identificação com o mundo;Com isso, temse em Hegel a busca pela superação do dualismo entre o subjetivo e o objetivo, ou, entre sujeito e objeto. Para Hegel, o esforço da filosofia está em unir o que está à parte, ou seja, um esforço
para unir opostos, e isso é melhor identificado em sua crítica ao dualismo kantiano e sua
separação entre sujeito e objeto, e entre fenômeno e coisa em si. A busca pela superação do
dualismo, direcionado a Kant, está, em alguns aspectos, na interpretação hegeliana da
filosofia de Kant, a qual é considerada por Hegel como uma filosofia da reflexão, pois, o
sujeito vê a coisa como ele quer, ele representa a coisa para ele mesmo, ele reflete a coisa, em
outras palavras, o sujeito kantiano constrói o seu próprio mundo.
Superar o dualismo kantiano, para Hegel, é compreender que Kant separa fenômeno
de coisa em si, retirando a necessidade e a universalidade da razão, promovendo um
conhecimento formal e parcial, já que Hegel afirma que o conhecimento é a visão da
totalidade. Nesse sentido, Hegel irá afirmar que o a priori kantiano não é possível, uma vez
que o conhecimento em Hegel é resultado e não a busca da coisa em si que, segundo Kant,
não é possível de ser conhecida, mas ao menos pode ser pensada. Contra Hegel, Kant diria que
não é possível de ser conhecida, mas ao menos pode ser pensada. Contra Hegel, Kant diria que Hegel retira a necessidade e a universalidade da razão.para Hegel o conhecimento está na relação
sujeito/objeto, mas não na dualidade, pois, o sujeito deve se conhecer e só se conhece à
medida que conhece o objeto e vice-versa. Assim, é possível considerar que o sujeito
hegeliano não está configurado como um ‘expectador’;:ele é sujeito e objeto si mesmo. Prefácio dos “Princípios da Filosofia do
Direito” que “o que é racional é real e o que é real é racional”, mostrando que a racionalidade
do sujeito é a mesma racionalidade do mundo, superando a dicotomia sujeito e objeto. Porém,
mesmo que a obra citada seja uma produção madura de Hegel, não se pode deixar de perceber
que tal afirmação não está muito distante da constatação kantiana ao afirmar que “das coisas
conhecemos a priori só o que nós mesmos colocamos nelas” (1983, p. 13, B XVIII). Ou seja,
Kant afirma que só conhecemos as coisas por meio daquilo que o próprio sujeito nela coloca,
em outras palavras, existe um aparato cognitivo que permite o conhecimento do objeto e, nesse sentido, a razão dele não se distingue da razão do sujeito, pois, é o sujeito quem
conhece.
No entanto, a interpretação acima, e a tentativa de aproximar o sentido da
racionalidade em Kant e Hegel, só é possível quando tal interpretação é levada ao extremo.
Isso porque Kant separa sujeito e objeto, justificando que é o sujeito quem conhece o objeto e
este é o objeto para o sujeito e não o objeto em si mesmo, ou seja, o objeto é uma construção
do sujeito, e o próprio mundo é uma construção subjetiva. Ao contrário, Hegel mostra que
sujeito e objeto estão inter-relacionados, não há separação entre o interior e o exterior, pois,
todo o real é racional, afirmando o exterior pelo interior e vice-versa. A relação, em Hegel,
entre o externo e o interno produz identidade, a diferença entre um e outro produz
identificação, e o indivíduo somente em si, nada é. Portanto, a superação do dualismo mostra
a preocupação de Hegel com a reconstrução do todo – uma preocupação com o sistema (o
organismo).Como é possível perceber, a razão, em Hegel, é toda a realidade sem o dualismo
kantiano entre fenômeno e coisa em si, uma vez que o que se conhece é a própria coisa, pois,
o Espírito se exterioriza na natureza e volta a si com a compreensão de si mesmo através de
um outro de si diferente de si, mas que guarda algo de si mesmo reconhecido no outro. Ou
seja, o saber de si mesmo, a “verdade ciente”, caracteriza o Espírito e a razão (do todo) é a
verdade em si e para si, uma espécie de identidade entre a subjetividade e a objetividade.
Para Hegel, o sujeito deve abarcar o absoluto do objeto, conhecer a própria coisa nela
mesma, pois, o correlato do sujeito é o objeto e deste é o sujeito, eles são interdependentes –
sujeito e objeto são correlatos, participativos. Hegel busca superar a dicotomia sujeito objeto
por meio da dialética enquanto negação e suprassumir do sujeito e do objeto. O sujeito é o
objeto e vice-versa, o objeto nega o sujeito, que se reconhece num ser outro distinto dele, mas
que é ele mesmo para-si. Ou seja, o sujeito se exterioriza no objeto enquanto este supera a
interioridade do sujeito que guarda em si o conceito do objeto efetivo quando realizado dentro
da relação sujeito/objeto tomada dialeticamente. Kant: “o sujeito não pode pretender mais do que se aproximar o máximo possível do objeto ou jamais ser um com o objeto em si”. Ou seja, o sujeito kantiano ao aproximar-se do objeto abarca somente a finitude do objeto e não o objeto em sua totalidade. Isso não é o que ´propõe Hegel: positividade e negatividade.a coisa em si é o próprio
fundamento da aparição do fenômeno....ao representar um fenômeno o entendimento deve pensar a
coisa em si que se dá a representar. Hegel busca contrapor esse dualismo afirmando que
sujeito e objeto são a mesma racionalidade, uma vez que o sujeito se reconhece no objeto,
pois, é através do sujeito que o objeto é conhecido e é através desse mesmo objeto que o
sujeito pode se reconhecer e reconhecer o que deve conhecer. Se o conhecimento é um saber,
o sujeito somente conhece quando sabe de si e sabe do objeto quando tem consciência de si
reconhecida no objeto que busca conhecer. Isso é, de fato, o que Hegel empreende: um devir
de conceitos em movimento dialético, em que sujeito e objeto são interdependentes, marcando
assim sua posição contra o dualismo.
na Fenomenologia do Espírito, e na Enciclopédia
JGH Nascimento - ConTextura, 2021
O conceito de razão entre Hegel e Kant: A crítica hegeliana ao dualismo transcedental kantiano
WP Araújo - Problemata: Revista Internacional de Filosofía, 2018
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[B] A razão na história
GWF Hegel - 2013
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